𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗢

411 51 48
                                    

Eu nunca entendo,
você está sempre na minha
mente. . .
DEATH,  Melanie Martinez


(  ՏᑕOᖇᑭIᑌՏ ᗩᑎᗪ ᖴIᑎᑎᗴY  )
vítimas   oito   e   nove. . .


SCORPIUS HOPPER ESTÁ encarando o espelho com indiferença, ele odeia a forma como mal consegue se reconhecer.
Jogando um pouco de água sobre o rosto, ele se sente, finalmente, desperto.

— Ei, – Finney Blake chama, o fazendo virar o rosto por impulso, o encarando friamente – está tudo bem?

O amigo soa preocupado, o que o faz suspirar, voltando sua atenção para o espelho, mas o que vê não é seu reflexo, é o de um outro alguém, tal esse que o faz transbordar de melancolia.
Os cachos longos de Vance se fazem presente, causando extrema tontura e enjôo ao menor.

Scorpius fecha os olhos com força, se apoiando na pia, temendo cair.
O pequeno loiro puxa o ar e o solta, respirando calmamente.

— Está tudo bem, é só... nervosismo pré jogo. – Scorpius diz, abrindo os olhos e encarando seu próprio reflexo vazio no espelho – E baixa insulina.

Seu rosto, no reflexo, está embaçado, borrado, mais específicamente, é como se não soubesse quem é, o que, de fato, não é uma mentira.
Piscou algumas vezes, vendo seu reflexo se normalizar, novamente, ele sabe que isso é apenas um reflexo da culpa que sente.

— Tem certeza de que é só isso? – Finn insiste ao puxar uma seringa, enchendo a mesma com o líquido mais precioso do mundo, ao ver de Scorpius – Está acontecendo alguma coisa?

Os olhos de Hopper se enchem de lágrimas finas e cristalinas.
Ele se senta, cravando a agulha em sua coxa enquanto vê Finn fechar os olhos, agoniado. O amigo não é muito fã de agulhas.
Hopper suspira.

— Acharam o bracelete do Vance ontem a noite... – Ele confessa, sentindo como se parte de si morresse a cada palavra – ...Ele está desaparecido a quase 10 meses, Finn, eu sei que ele não vai voltar para casa.

Scorpius, finalmente, se permite respirar.

— Está tudo bem, eu já aceitei isso, é só que... – Scorpius trava – ...eu sinto como se, a qualquer momento, uma coisa terrível fosse acontecer.

Scorpius se levanta e Finney se aproxima, abraçando de leve o amigo.

— É bobagem, eu sei, mas sinto como se ele fosse voltar para me levar também. – O loiro prossegue.

Finn se afasta, soltando os braços de Scorpius de forma abrupta.

— Se ele viesse, a Gwen saberia. – Finn diz, tentando tranquilizar o coração aflito de Scorpius – Ela tem uma boa intuição.

Eu também tenho ”, Scorpius pensa, mas engole o pensamento, juntamente do choro, no momento em que o treinador adentra o vestiário.
Logo, todos os jogadores adentram o campo. Alguns deles se posicionam em pontos estratégicos, outros, apenas sentam no banco de reservas.

— Scorpius dará sua primeira jogada! – Anuncia o jovem; com seu pequeno microfone, ele narra o jogo com extrema animação.

Ele se vira para as arquibancadas, pronto para arremessar a pequena bola por todo o campo, mas, a imagem da menina de cabelos azuis, tão comentada por Finn, faz com que Scorpius repense.
Ela encara Finn no banco, tal esse que não percebe os olhos marcantes da garota sobre si.

𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞 𝗣𝗔𝗥𝗘𝗗𝗘     | 𝑅𝑜𝑏𝑖𝑛 𝐴𝑟𝑒𝑙𝑙𝑎𝑛𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora