𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞 𝗣𝗔𝗥𝗘𝗗𝗘 | 𝑅𝑜𝑏𝑖𝑛 𝐴𝑟𝑒𝑙𝑙𝑎𝑛𝑜

𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗪𝗢

( ՏᑕOᖇᑭIᑌՏ ᗩᑎᗪ ᖴIᑎᑎᗴY )
v

ítimas   oito   e    nove. . .

⸻ Dreams are just Dreams.

SCORPIUS ESTÁ DESESPERADO, a sensação de água em seus pulmões é algo que ele jamais esperou sentir novamente.
A situação é ainda pior quando se sabe que é seu próprio pai segurando sua cabeça, o forçando a ficar debaixo d'água; o forçando a se afogar.
O loiro impulsiona a cabeça para cima e, por um instante, está respirando novamente.

— Por favor, pai! – Ele diz, sentindo seu corpo se enfraquecer – Para..!

O homem loiro, em frente a si, da de ombro, empurrando o filho contra as águas mais uma vez, prendendo seus braços contra as costas, forçando-o a se manter ali.

— Você... Você é... – Sua voz é rouca devido a bebida, o mesmo parece levemente tonto – Você é um péssimo filho!

“ Papai, para... por favor... ”, Scorpius tenta, mas sua voz não sai, fica presa em sua garganta, rasgando a mesma para tentar sair, de uma forma falha.
As bolhas de ar se formam com rapidez, o que torna o desespero de Scorpius mais intenso a cada segundo.

— Isso... é para aprender a ser um menino um pouco mais obediente. – A voz, que antes pertencia a seu pai, agora não soa mais como a do mesmo.

Mais uma vez fora d'água.

— Quem é você..? – Hopper questiona.

Logo, o mesmo é arremessado contra o chão gélido, observando a máscara bizarra usada pelo homem.

— Você vai descobrir... – Ele diz, agarrando Scorpius pelos cabelos, o arrastando até um porão escuro – Você está mais perto do que imagina...

Ele o empurra, fazendo o mesmo rolar escada abaixo.
Scorpius, completamente no escuro, tenta engatinhar pelo chão, buscando qualquer coisa útil.

— Onde... – Ele para abruptamente, afinal, suas mãos tocam em algo frio.

A terra cobre algo, Scorpius não sabe o que é, mas, pelo cheiro, ele pode supor algo bem ruim.
O loiro cava um pouco com as mãos, podendo ver, com um pouco mais de clareza, o rosto pálido de Robin Arellano, coberto pela terra.
Ele se espanta, recuando alguns passos, apenas para cair sobre mais um corpo, o de seu próprio irmão, Vance Hopper.

— Ai meu Deus! – Scorpius diz, as lágrimas surgindo nos cantos de seus olhos – Meu santo Deus..!

O cheiro forte no porão o faz perceber que não há, apenas, dois corpos no porão, mas sim, os de todos os desaparecidos.
Scorpius tenta correr até a porta metálica do porão, batendo contra a mesma com força, tentando a abrir, sem sucesso algum.
Ele, então, chora; Ele chora como nunca chorou na vida.

— SOCORRO! – Logo, a voz, conhecida pelo loiro, berra em puro pavor.

Scorpius se ergue rapidamente, assustado pelo que está ouvindo.

— Finney..!? – Ele murmura de forma nervosa, mas, ao tentar se mover, rola pelas escadas mais uma vez, caindo sobre uma cova aberta, e ele segue caindo, caindo, caindo, caindo e...

O garoto se levanta aos gritos, suando frio e com lágrimas quentes nos cantos dos olhos.
A porta, logo, é aberta de forma rápida.

— Scorpius! – Vânia Hopper adentra o quarto com espanto – Scorpius... Está tudo bem...