Capítulo 34

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Três dias, porra, três dias pra me casar com aquele velho nojento. Meus irmãos já me ligaram me deixando louca, não aceitam que me casarei pra estar no poder, discutimos e mostrei a eles que me casei com Arthur pelo mesmo motivo, a diferença é que eu o amei, droga, eu ainda o amo!

Estou sentada no corredor entre os quartos, o berço das crianças está em minha visão, eles estão dormindo tão serenos. Meus olhos não param de chorar, estou tão cansada de sentir a falta dele
-Por que você se foi meu amor? Você prometeu, prometeu voltar pra mim - sussurro

Vejo um vulto no quarto das crianças e levanto com a arma em mãos, sigo sorrateira pra ver quem está lá e matarei esse louco. Abro a porta que estava encostada, bem devagar e então eu o vejo
-Arthur?
Apenas a lua ilumina o quarto, as sombras em seu rosto não me deixam vê-lo direito, mas o seu cheiro é inconfundível
-Arthur é você?
A arma ainda está apontada pra ele, mas começo a tremer, vacilando. Ele está morto, não está?

-Senhora, está tudo bem?

Olho para trás quando ouço Diego me chamar, ele pode ver o que estou vendo?

-Ele... Arthur...
Quando volto meu olhar para frente, não o vejo mais
-Ele... estava aqui...
Vacilo e uma tontura me atinge

-Senhora, você está bem? Quem estava aqui? - Diego me olha com pesar e sei que tudo foi coisa da minha cabeça

-Ninguém Diego, foi apenas um sonho, um sonho da saudade apertando meu peito

-Vamos senhora, vou levá-la para cama, precisa descansar. Eu fico de olho nas crianças.

(...)

Hoje é o grande dia que tomarei o poder da máfia inglesa e a deixarei forte e segura para os meus filhos. Confesso que estou nervosa, mas é um nervoso irritante, afinal de feliz esse casamento não tem nada. Apenas uma obrigação a ser cumprida por meus filhos, eu sacrificaria tudo por eles, meu corpo, minha alma, minha felicidade.

Levanto os olhos para o céu, através da enorme janela do meu quarto e sorrio, Arthur amava esse janela pois através dela ele via o sol nascendo todos os dias. Chacoalho a cabeça saindo dos meu pensamentos, preciso parar de pensar em Arthur.

Levanto da cama e um peso enorme vem nas minhas costas, vou me casar com o velho Jhonson.

-Puf, se esse velho pensa que vai dormir no mesmo quarto que eu, não vai acontecer nem nos seus sonhos - sussurro

Meu telefone toca e saio dos terríveis pensamentos daquele velho colocando as mãos em mim, N E M 
M O R T A!

Bufo ao ver o nome do meu terrível irmão gêmeo piscando na dela, suspiro fundo já me preparando pra ladainha

-Sim Enzo, o que você precisa?

-Não me venha com ironias Antonella!

-Uau, a coisa é mesmo seria pra você me chamar pelo meu nome, quando foi a última vez que isso aconteceu? - ironizo, sabendo que vou tirar a pouca paciência que lhe resta

-Quando tínhamos 5 anos, pra você ver como a coisa é séria!

-Pois então diga meu irmão...

-Você não vai se casar com esse velho!

-Enzo, se me ligou só para isso, já sabe a minha resposta é já sabe que não voltarei atrás. Estamos falando do futuro dos meus filhos - grito já sem paciência - Não faço mais parte da máfia italiana e não tenho que pedir permissão a você nem a Lorenzo sobre minhas atitudes, então se me ligou apenas para dizer o que já me disse várias vezes, passar bem!

-Eu tenho um plano...

Desligo o telefone na cara dele. Ok, confesso que isso não foi muito maduro da minha parte, mas vamos lá, eu já sei que estou me fadando a infelicidade eterna, até aquele velho morrer, mas faço isso por meus filhos.

Estou repetindo isso para me convencer? Pode ser, mas foda-se!

O casamento será as 11 horas e já são 10, checo as crianças com a babá e vejo Diego os observando, claro que não confiaria em uma babá novamente depois de saber que a de meus sobrinhos era uma espiã, sua morte foi lenta e muito satisfatória, Sophie ama matar lentamente e Lorenzo ama assisti-la fazendo isso. Psicopatas, eu sei!

Tomo um banho de banheira relaxante e meus pensamentos vão para Arthur novamente, ele não aprovaria isso que estou fazendo, sinto que estou o traindo.

Desligo minha mente e coloco meu vestido azul claro simples, penteio meu cabelo e passo uma maquiagem leve, apenas pra tampar as olheiras da noite mal dormida.

Ouço uma batida na porta e permito a entrada, meus olhos brilham de emoção quando vejo minha cunhada adentrando o meu quarto

-Você está linda!

-Estou feliz que esteja aqui! -sorriso com sinceridade e vejo um sorriso triste em seus lábios

-Pena que a situação não é das melhores...

-Você também não - reviro os olhos e ele se aproxima, me abraçando

-Não irmã, eu apenas vim apoiá-la. Não a julgo, mataria qualquer um para manter meus filhos seguros e me casaria para protegê-los também

-É por isso que eu te amo mais que os patetas dos meus irmãos

-Bom saber que prefere minha esposa ao seu querido irmão

-Lorenzo! - vou até ele e o abraço, sentindo o perfume do homem que sempre me protegeu e está aqui por mim, mesmo não estando feliz com isso

-Nella, como você está? - sua voz é quase um fio de preocupação

-Estou bem irmão, não se preocupe. Onde está Enzo?

Lorenzo e Sophie se entreolham e sinto um frio na barriga, ele não veio, não por mim e nem por seus sobrinhos

-Não faça essa cara, ele precisou resolver algumas coisas

-O que é mais importante do que dar apoio a sua única irmã, Sophie?

Uma batida na porta dispersa nossa pequena discussão

-Está na hora senhora!

-Obrigada Diego, já estou descendo.

É isso, hora do meu inferno começar!

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Voltei pessoas lindas do meu coração!
Vocês estavam com saudade? Pq eu sim! 😌

E não sumirei mais, palavra de escoteiro ✋🏻🥹

Atração perigosa livro2 O legado Rockenbach-RossiOnde histórias criam vida. Descubra agora