Armas e Rosas

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NOTAS DA AUTORA:

Olá, pessoal!

Então, lembram daqueles gatilhos que eu mencionei no começo da fic? Nesse capítulo eles começam. Eu não acho que eles estão pesados, mas é sempre bom deixar avisado. 

Muito obrigado pelos comentários e por todos que estão lendo! Eu agradeço por darem uma chance a história! Tive uma recaída da depressão e a única coisa que tem me dado motivação é postar a fic e interagir com vocês. Obrigado por apoiarem algo que amo fazer. Isso é muito importante pra mim!

Boa leitura!

Capítulo 6 — Armas e Rosas

Não existe nada mais difícil do que esquecer um trauma.

É irônico como a mesma mente que te protege de lembranças dolorosas, também deixa outras enraizadas, como galhos afiados penetrando tão fundo que só resta se acostumar com elas ou enlouquecer de desespero tentando removê-las. Baekhyun entendia bem isso e, embora estivesse empolgado enquanto se arrumava para uma disputa de tiros, também tinha suas fraquezas.

Deslizou os dedos pelo cano do revólver em suas mãos, sentindo seu toque gelado, que combinava com a frieza de sua função. Queria entender a razão de algumas pessoas desenvolverem atração por algo que lhes fez mal no passado. Estava intrigado se aquele comportamento de Chanyeol tinha relação com seus traumas ou se tratava apenas de fetiches bizarros. Não descartava nenhuma das hipóteses, mas apostava na primeira.

Terminou de arrumar sua gravata, apertando o nó em torno do pescoço e enfiando a arma no coldre preso a sua cintura. Escolheu uma máscara no formato de gato, que cobria apenas a região dos olhos, deixando o restante do rosto exposto. Puxou seus cabelos loiros para trás e suspirou diante da sua imagem no espelho. Observou Park se aproximando pelo reflexo e virou o corpo, franzindo o cenho quando ele o estendeu um colete a prova de balas, usando outro idêntico por cima do seu terno.

— Minha habilidade te deixou com medo? — Baekhyun zombou antes de pegar o colete oferecido.

— Não vai ser divertido passar metade do jogo com hemorragia. Aliás, se quiser me matar é só atirar na minha cabeça. — respondeu como se fosse óbvio. Baekhyun achava engraçado como ele dizia aquele tipo de coisa com tanta naturalidade.

Park seguiu em direção ao cofre e escolheu uma máscara de coelho preta que também só cobria a região dos olhos.

— Comprou essas máscaras em uma loja BDSM? — apontou com o queixo em direção às orelhas de coelho acima da cabeça dele.

— O termo correto é sex shop, Baekhyun. — corrigiu e Byun riu — Tem algo contra? — inquiriu antes de enfiar a arma no coldre.

— De forma alguma. — negou com a cabeça e cessou o riso — Parece que se afeiçoou bastante com o coelho. Meu apelido tem algo a ver com isso? — cruzou os braços conforme o fitava de cima a baixo com um sorriso de aprovação. Ele conseguia ficar atraente de qualquer forma, especialmente assumindo sua postura de maluco homicida.

— Como adivinhou? — sorriu de canto e se aproximou até que pudesse pousar seus dedos no queixo de Baekhyun, erguendo a cabeça dele para encará-lo diretamente nos olhos. Permaneceram mergulhados nos mares castanhos um do outro antes de Park prosseguir: — Está pronto? — sussurrou.

— É hora de brincar, coelhinho. — mordeu o lábio inferior.

📷

Cinco noites na mansão foram o suficiente para despertar alguma coisa em Baekhyun.

Passou tanto tempo na inércia que era confuso se deparar com tantas sensações que se espalhavam por seu corpo. Por um lado, tinha receio do que aquilo poderia desencadear, sufocou seus sentimentos no passado por uma razão e temeu que aquele súbito fervor acabasse trazendo certas coisas que ele preferiu enterrar a tona. Mas era só diversão, certo? Uma dose de curiosidade e outra de adrenalina misturadas em um drinque perfeito de puro prazer. Só estava aproveitando um pouco os deleites da vida que se negou por tantos anos, aprisionado em sua estagnação solitária.

Roleta Russa [chanbaek]Onde histórias criam vida. Descubra agora