Roleta Russa [chanbaek]

Caçada Noturna

NOTAS DA AUTORA:

Olá!

Quero agradecer a todos que estão acompanhando a fic! Vocês são incríveis e me mandam os melhores comentários, sério, obrigado por isso!

Sextou mais uma vez com atualização! Tenho uma surpresa nesse capítulo para quem leu Xeque Mate, fiquem atentos hehe

Boa leitura!

Capítulo 7 — Caçada Noturna

Família sempre foi um tópico agridoce para Baekhyun.

Parentes possuem o poder de te fazer sentir tanto bem quanto mal. Não dá para prever quando receberia um elogio ou uma crítica, ambos têm o mesmo impacto na autoestima, mas poucos percebem o peso que suas palavras produzem nos outros.

Reuniões de família conseguiam ser um campo minado, só esperando a primeira bomba explodir para desencadear uma guerra que, na maioria das vezes, era sempre pelo mesmo motivo. Seja o cônjuge que teve um caso, a mãe narcisista, o filho rebelde, a divisão de herança, a eterna disputa de quem é mais altruísta e etc. Era impossível listar todas as razões que geram intrigas familiares, e elas contaminam as reuniões como um vírus, aguardando o momento de espalhar sua infecção de ódio e transformar a festa em um enterro.

Sim, Baekhyun sabia perfeitamente como a família pode ser nociva, e por isso não pressionou Chanyeol a falar sobre seu tio.

Para quebrar o clima pesado que ficou depois da visita de Jihoon, Baekhyun sugeriu que Park lhe mostrasse seus livros favoritos e assim conseguisse distraí-lo até que esquecesse do ocorrido, além de também saciar sua curiosidade. Felizmente, o assunto não demorou para despertar uma conversa calorosa.

— Na verdade, eu também não sou tão fã do Stephen King. — Chanyeol revelou enquanto segurava um exemplar de Carrie, A Estranha — Mas esse aqui foi o meu conforto durante a adolescência.

— Isso é um alívio, as pessoas sempre se indignam quando eu digo que ele não faz parte da minha lista de autores favoritos. — ajeitou-se sobre as almofadas aveludadas no chão. Os dois estavam sentados diante do pé de uma das estantes, cercados por diversos livros empilhados. — Quero dizer, eu gosto das histórias dele e admito que o cara é foda, só que terror cósmico não faz o meu tipo. — esclareceu.

— Por isso não gosta do Lovecraft?

— Ninguém gosta do Lovecraft. — retrucou — Não tenho paciência para enaltecer racistas, independente do contexto histórico. Existiram muitos outros autores brilhantes do terror que não compartilhavam dos preconceitos de seu tempo.

— Pobre Agatha Christie. — debochou devolvendo o exemplar de Carrie para uma das pilhas de livros.

— Eu prefiro a Patricia Highsmith.

— Por isso que eu fiz questão de comprar todas as obras dela em edições de capa dura. — orgulhou-se conforme apontava em direção a prateleira com a coleção completa da autora.

— É essa atitude que vai me fazer casar contigo. — brincou, mas depois hesitou. Não sabia como aquele tipo de piada afetava Park e suspeitava que podia passar a ideia errada. Baekhyun nunca levou relacionamentos a sério, sempre achou a ideia do casamento e do namoro bastante vaga e não se sentia capaz de se identificar com aquilo, ao menos, não da forma padrão que a sociedade pregava.

— Podemos fazer uma cerimônia perfeita em um cemitério. — o escritor respirou aliviado quando Park também levou aquilo na brincadeira — Seria uma linda ironia para o "até que a morte nos separe". — riu.