Cap. 15 - Feito de lágrimas e cinzas

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Henri Speltri

Depois de finalmente conseguir dormir, diante dos últimos acontecimentos, Henri acordou no susto em meio às pilhas de papéis em sua mesa no escritório, todo babado, com o celular literalmente tocando alto. Como aquela merda tinha saído do modo silencioso? Não fazia ideia. Ainda era madrugada e certamente não perdoaria o indigno ser humano que se atrevia a atrapalhar seu sono de beleza. O número era desconhecido.

Atendeu.

Acorda macho! Seu cliente VVIP além de ser um grande gostoso é também, a partir deste exato momento, um foragido da justiça.

— Be... Benício!?...

Se liga na melhor parte, tô carregando o Wallace junto. Agora você tem dois clientes very, very, veeeery important foragidos.

— Cara, você pirou?! Cê tá louco?

Relaxa que isso já é notícia velha.

— Mano, eu vou te MATAR!

Entra na fila Henri, entra na fila. - Benício ria. - Liguei só pra te avisar mesmo. Beijooooo!

A chamada foi desligada.

Três dias atrás, recebeu a notícia de que o alvará de soltura de Wallace sairia até o fim da semana, e também, da moção de Benício para um outro presídio, dado ao nível de periculosidade que ele oferecia aos demais detentos e para a sociedade.

Com esse telefonema, tinha certeza que, agora, o infarto vinha.


Alexandre Travos

Sentia um ódio peculiar. 

Não conseguia falar.

Dois etéreos o tiraram da banheira do hotel no dia seguinte ao envenenamento e o levaram ao conselho dos imortais. A sua volta, estavam encarregados de diferentes reinos, possessos.

— Você nos garantiu que Diego Del Toro estava morto!

— Te emprestamos a espada dilaceradora de almas para que ele nunca mais voltasse a existir.

— Lhes concedemos um veneno capaz de anular os poderes que ele tinha!

— Te demos permissão para utilizar as correntes amaldiçoadas para prendê-lo! Como ele foi capaz de voltar?

Alejandro não conseguia se erguer e também não conseguia falar. Se engasgava e sangrava pela boca.

— Por isso eu sempre disse para não confiar em aberrações!

— Não teremos paz enquanto existir um Del Toro e enquanto existirem as mulheres do fogo. Eu voto para eliminarmos esse maldito aqui e agora! - diziam apontando para Alejandro.

— Eu também! - gritou alguém no fundo.

— Eu também voto!

Quase sem conseguir, Alex se levantou estendendo os braços em sinal de paz.

— Podem me matar! - A voz saia com dificuldades - Mas com a minha morte... vocês acham mesmo que o meu elixir vai continuar funcionando? - houve um silêncio geral - A essa altura... do campeonato, acham mesmo que eu sou apenas um mero lacaio de vocês? - a voz saia rouca e baixa. Alex começou a gargalhar descontrolado com os lábios pintados de sangue.

Caminhou até um homem que tinha traços Atlantis e o atacou violentamente sugando-lhe o sangue e também o seu dom, a arte. Os outros presentes assistiam tudo horrorizados. Mesmo que pudessem matá-lo naquele momento, o elixir os detia.

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