Henri Speltri
Depois de finalmente conseguir dormir, diante dos últimos acontecimentos, Henri acordou no susto em meio às pilhas de papéis em sua mesa no escritório, todo babado, com o celular literalmente tocando alto. Como aquela merda tinha saído do modo silencioso? Não fazia ideia. Ainda era madrugada e certamente não perdoaria o indigno ser humano que se atrevia a atrapalhar seu sono de beleza. O número era desconhecido.
Atendeu.
— Acorda macho! Seu cliente VVIP além de ser um grande gostoso é também, a partir deste exato momento, um foragido da justiça.
— Be... Benício!?...
— Se liga na melhor parte, tô carregando o Wallace junto. Agora você tem dois clientes very, very, veeeery important foragidos.
— Cara, você pirou?! Cê tá louco?
— Relaxa que isso já é notícia velha.
— Mano, eu vou te MATAR!
— Entra na fila Henri, entra na fila. - Benício ria. - Liguei só pra te avisar mesmo. Beijooooo!
A chamada foi desligada.
Três dias atrás, recebeu a notícia de que o alvará de soltura de Wallace sairia até o fim da semana, e também, da moção de Benício para um outro presídio, dado ao nível de periculosidade que ele oferecia aos demais detentos e para a sociedade.
Com esse telefonema, tinha certeza que, agora, o infarto vinha.
Alexandre Travos
Sentia um ódio peculiar.
Não conseguia falar.
Dois etéreos o tiraram da banheira do hotel no dia seguinte ao envenenamento e o levaram ao conselho dos imortais. A sua volta, estavam encarregados de diferentes reinos, possessos.
— Você nos garantiu que Diego Del Toro estava morto!
— Te emprestamos a espada dilaceradora de almas para que ele nunca mais voltasse a existir.
— Lhes concedemos um veneno capaz de anular os poderes que ele tinha!
— Te demos permissão para utilizar as correntes amaldiçoadas para prendê-lo! Como ele foi capaz de voltar?
Alejandro não conseguia se erguer e também não conseguia falar. Se engasgava e sangrava pela boca.
— Por isso eu sempre disse para não confiar em aberrações!
— Não teremos paz enquanto existir um Del Toro e enquanto existirem as mulheres do fogo. Eu voto para eliminarmos esse maldito aqui e agora! - diziam apontando para Alejandro.
— Eu também! - gritou alguém no fundo.
— Eu também voto!
Quase sem conseguir, Alex se levantou estendendo os braços em sinal de paz.
— Podem me matar! - A voz saia com dificuldades - Mas com a minha morte... vocês acham mesmo que o meu elixir vai continuar funcionando? - houve um silêncio geral - A essa altura... do campeonato, acham mesmo que eu sou apenas um mero lacaio de vocês? - a voz saia rouca e baixa. Alex começou a gargalhar descontrolado com os lábios pintados de sangue.
Caminhou até um homem que tinha traços Atlantis e o atacou violentamente sugando-lhe o sangue e também o seu dom, a arte. Os outros presentes assistiam tudo horrorizados. Mesmo que pudessem matá-lo naquele momento, o elixir os detia.
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Terra Proibida - Essência
VampirosEm um entrelaçar de passado e presente, mergulhe em uma trama que desafia os limites da razão e da sanidade. Benício Speltri, um homem comum à beira do abismo da loucura, desvendará os enigmas que envolvem sua própria existência e o destino do unive...