PARTE 3

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— CAVALEIROS I, II, III, IV, V, VI, VII, por favor, respondam. Status de missão. – o piloto da Spectro-6 pede pelo comunicador.

"Capitão Isran respondendo. CAVALEIRO VII – Status: Ativo. Estamos em 80% de funcionamento total. Recebemos alguns disparos, mas estamos bem. Câmbio."

"Capitã Kutner respondendo. CAVALEIRO I – Status: Ativo. 30%... muitas baixas. (chiado)..."

"Capitão... (chiado) respondendo. CAVALEIRO IV – Status: Ativo. 50% de funcionamento. Câmbio.

"Capitão Kent... –...(chiado)...LEIRO V – Status:..."

"..."

"..."

"Capitã Hoffman respondendo. CAVALEIRO III – Status: Ativo. Ainda estamos aqui. Câmbio."

As CAVALEIROS são naves de batalha — denominadas naves de patrulha — e sua principal função é proteger a nave mãe ou nave rei de uma missão.

No caso da atual: A Cemitério – Spectro-6.

— CAVALEIROs II, V e VI estão offline, senhor. — o piloto fala apressado para John Blake, apertando vários botões e checando vários painéis ao mesmo tempo.

A porta se abre. Donald Husk adentra a sala de comando.

Há três pessoas no interior além do próprio sargento. Os outros são o terceiro-sargento John Clarke Blake – o babaca do comunicador –, o piloto, e um Republicano com patente de cabo.

— Separe as tropas igualmente para as duas brechas. – John Blake dá ordens para o piloto, que concorda.

John Blake está ao lado do piloto, em uma posição um pouco elevada, onde fica o painel de controle. No nível de Husk está o cabo. Com a lateral do cabelo raspado, rosto cerrado e barba mal feita, o Republicano de patente baixa permanece quieto, ereto com seu capacete em mãos, como se esperasse por alguma ordem. Sua feição transparece preocupação. Na manga de sua camisa, enrolado, está um maço de cigarro-eletrônico.

— Brechas? Do que está falando? Aonde está mandando meus homens? – Husk ruge, exigindo respeito e respostas.

John Blake se vira e fita seu olhar.

— Finalmente está aqui, não? – John Blake traja vestimentas das desprezíveis forças-especiais, e em seu braço direito está a logo da República Solar, logo abaixo a de terceiro-sargento.

— Onde está D'Nouveau?

— Cansou de esperar. Ele foi resolver o que era sua função.

— Onde ele está? – Husk despreza a falta de respeito de John Blake.

— Na engenharia, protegendo os três dos cinco motores que nos sobraram. Levou um punhado de soldados.

Pierre D'Nouveau batalhando?

Impossível.

Ele deve estar por trás disso tudo.

Não tem colhões pra batalhar.

— Estou indo pra lá.

— Não! – John Blake desce para o nível de Husk. — Nossas ordens são proteger as tropas e acabar com a ameaça que adentrou a nave.

— "Nossas"? – Husk indaga de maneira hostil.

— É. Eu também não gostei.

— São minhas tropas. – Husk segura o colarinho de John Blake.

— As minhas também estão lá.

John Blake, já em meados de seus quarenta anos, é muito calvo. O que resta de seus cabelos negros na lateral de sua cabeça ele apara com máquina. Sua barba, por fazer, realça seu maxilar quadrado. Isso, juntando com o revólver de calibre pesado que guarda num coldre em seu peito, dão-lhe um ar perigoso.

— Pois bem, então. Fique fora de minha mira. – Dessa vez Husk não falou como uma piada, ele, então, solta o colarinho de John Blake.

O terceiro-sargento ordena que o cabo fique para proteger a sala de comando. Ambos os sargentos se armam. John Blake carrega um fuzil de assalto, Husk prefere um rifle de assalto.

Os sargentos abrem a porta e adentram o corredor de trinta metros.

Eles não confiavam um no outro.

Mas isso muda após chegarem à área central.

'FORBIDDEN' - CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICAOnde histórias criam vida. Descubra agora