PARTE 5

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A porta pressuriza. Estão a salvo, por enquanto.

Pierre D'Nouveau gasta menos de trinta segundos para carregar seu revólver – bala por bala – e em seguida pergunta para Donald Husk quanto tempo o sargento imagina que suas tropas durarão em meio ao fogo cruzado da área central.

— Estamos funcionando a 30% de plenitude. – interrompe o piloto, concentrado — Então não importa o quanto eles aguentem, pois a nave não tem muito tempo caso esses danos aumentem.

O cabo permanece com a metralhadora erguida, fitando a porta.

Não podemos salvar a nave. – Pierre parece não acreditar nas próprias palavras.

— Não, mas podemos salvar as tropas. – A voz de Husk permanece imponente.

O tenente assente com a cabeça, e então ordena que o piloto fale pelo comunicador geral – habilitado para todas as zonas da nave – que as tropas devem retirar-se para os PODs imediatamente. O piloto assim o faz.

Em seguida ambos, Pierre e Husk, cedem seus códigos pessoais únicos para que o piloto possa confirmar no painel de controle a liberação dos PODs.

Pelas câmeras de segurança o sargento, o tenente e o piloto observam as tropas sobreviventes – Separatistas e Republicanas – cumprirem a ordem.

Outro tremor. Dessa vez a luz falha por meio segundo.

O sargento Husk fita a porta.

— Não vai demorar para acharem um jeito de entrar aqui. – Husk apoia a mão no ombro do piloto. — Qual o seu nome, filho?

O piloto, um rapaz tão magrelo que é possível ver seus ossos da bochecha, retira seus enormes fones de ouvido e, com seus olhos esbugalhados envolvidos por profundas olheiras, olha para o sargento.

— Daniel, senhor. Daniel Dumont.

— Foi uma honra, rapaz.

O garoto merece o reconhecimento. Tem mais colhões do que pode-se esperar de um garoto raquítico como ele.

Daniel observa o sargento, surpreso pelo ato de camaradagem de Husk. Não é algo comum de Donald Husk fazer, ainda mais para com um piloto Republicano.

Mas Husk sente que é o fim.

Para ele e todos presos naquela sala.

— Frank MacDrugher, caso se importe. – o cabo diz, estático, mirando sua pesada metralhadora na porta, um cigarro eletrônico por entre os lábios. — É o meu nome.

O tenente-coronel D'Nouveau olha para Husk, sua feição transparece o pensamento do sargento.

Acabou.

Outro tremor. Mais forte. As luzes principais se apagam e as de emergência, segundos depois, acendem.

A iluminação reserva é fraca, lembrando a luminosidade de velas.

— Senhores, protejam-se. – Frank MacDrugher cospe seu cigarro eletrônico no chão e firma a postura.

O cabo retira de seu coldre, enrolado na perna, sua pistola e a oferece para o sargento, que aceita.

— Têm sete disparos, sargento.

Husk engatilha a arma.

— Deve servir.

Os PODs ejetam. Neles, toda a frota sobrevivente.

Daniel se levanta de sua cadeira. De seu tornozelo, ele saca uma pequenina pistola – com, no máximo, cinco projéteis – e põe-se ao lado do tenente. Ele claramente sente medo. Muito medo, mas como o soldado profissional que é, engole o choro.

'FORBIDDEN' - CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICAOnde histórias criam vida. Descubra agora