Cap 5 - don't know it's lost till find it

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"Baby you were the love of my life
Woah, maybe you don't know it's lost till you find it"

    Quando as coisas começaram a desandar, procurei James.

    Éramos melhores amigos desde que eu me entendia por gente, sabia que podia confiar nele e contar com o seu apoio sempre que precisava. E eu definitivamente estava precisando.

— Você não precisa ter medo de perdê-lo, Padfoot. — Falou, enquanto colocava um pacote de pipoca no microondas.

— Sei que vou perdê-lo. Sei disso.

    James não olhava para mim, estava virado para o microondas, mas não era como se dizer aquilo fosse mais fácil quando não estou olhando nos olhos de alguém.

— Sabe… — James apertou no botão iniciar e o som do aparelho soou. Ele virou de frente para mim e apoiou o quadril na bancada da pia. — Você está perdendo Remus por conta desse seu medo de perdê-lo.

    Aquilo pesou como uma bigorna em meu peito.

    Perder Remus por estar com medo de perdê-lo.

    Fazia sentido. Ao mesmo tempo que não fazia sentido nenhum.

    Ploc ploc.

— Escuta só, — Começou. — Você já não está saindo com ele com a frequência que saía antes com medo de algo dar errado e ele ficar chateado. Você já não o leva para o seu apartamento com a mesma frequência que levava antes, com medo dele ver algo que iria fazê-lo ver o “verdadeiro você”, o que eu particularmente acho uma baboseira. Ele te ama como você é, Padfoot, e você sabe disso. Mas esse não é o ponto… Você não vêm para as festas que eu faço com medo de Remus não gostar daqui e você não estar fazendo o melhor para ele… Quero dizer, se você deixar de fazer as coisas que gosta, com ele, ai sim vai estar estragando tudo.

    Mais uma bigorna.

    Ploc ploc.

    Ficamos em silêncio. Havia apenas o som do milho estourando no microondas.

    Ploc ploc.

    Os milhos estouravam rápido, mas um por um, e leva um tempo consideravelmente longo para que todos tenham estourado.

    Meu relacionamento com Remus foi mais ou menos assim, não foi tudo por água abaixo de uma vez. As coisas foram dando errado aos poucos, um ploc de cada vez.

    Ploc ploc.

— É difícil achar algo para contradizer o que você acabou de falar. — Falei, evitando o olhar de James. — Não sei explicar, Prongs.

   James não respondeu. Acho que ele estava confuso. Eu estava o confundindo com a minha confusão.

— Converse com ele.

— Ein?

— Converse com Remus. Diga a ele como está se sentindo, explique tudo. Aposto que ele vai entender.

   Parei e pensei sobre a sugestão.

   Não sei ao certo quando foi que meus olhos começaram a arder.

    Ploc ploc.

— Odeio te ver assim, Padfoot. — Eu não estava olhando para James, mas conseguia sentir o lamento em sua voz.

— Eu sei. Odeio estar assim.

    Piii.

    A pipoca estava pronta. Todos os milhos haviam estourado. Foi, de certo modo, irônico, por ter sido bem quando James e eu colocamos um ponto final na conversa.

   Meu amigo abriu o microondas e tirou o pacote de lá.

— Faça isso o quanto antes, ok? É um conselho muito óbvio, “converse com ele”, mas às vezes você nem tinha pensado nisso. E é importante, é um bom conselho, se você analisar bem. — James disse, abrindo o pacote e despejando em um grande pote amarelo escrito "popcorn time!” em letras pretas. Ele veio até mim e se sentou na outra extremidade do sofá.

— É sim. Obrigado.

    É como em livros e filmes, a gente sempre assiste a um romance dizendo “uma conversa resolveria tudo isso facilmente!” quando algo dá errado e os personagens brigam. Não percebemos o quão difícil é ter a conversa até termos que tê-la.

    James estendeu o balde para mim e eu peguei um punhado de pipoca. Levei a mão até a boca, comendo algumas.

— Quando foi que esse medo… Começou? — Perguntou meu amigo, puxando o balde de volta para si e o colocando no colo.

— Não sei quando exatamente. Acho que foi no dia que Remus ficou chateado quando eu disse que não teria como sairmos para jantar.

   James me olhou severamente.

— Chateado como?

— Para mim ele pareceu chateado.

— Vai ver ele só achou ruim não sair com você.  Passou depois, certo?

— Sim, mas as pessoas não esquecem o que acontece.

    O moreno apertou os lábios e comeu pipoca. 

— Olhe, Padfoot… — Falou de boca cheia.  — Ele definitivamente não te culpa por isso. E muito menos continua chateado.

    Ele não estava olhando para mim.

 — Ein? — Falei, confuso.

    James indicou meu celular com a cabeça, o qual vibrava sem parar com diversas notificações de Remus, o nome do contato dele tomando conta de toda a tela.

    Apanhei o aparelho.

    A sequência de mensagens me fizeram sorrir instantaneamente: “Adivinha que furacão atingiu a Flórida essa semana”, havia um link de uma notícia do "The Ledger" logo na mensagem de baixo, o início de uma manchete sobre mais uma tragédia. “eu tenho umas barras de milka aqui” e, por fim “nunca é tarde para mais uma noite de chocolates e conversas paralelas”.

    Olhei para James, ele estava com um monte de pipoca na boca e sorrindo ao mesmo tempo.

— Vai lá. — Disse assim que engoliu o alimento.

   James se esticou para pegar a chave de seu carro em cima da mesinha de centro e a jogou para mim. Eu a apanhei no ar, segurando entre as duas mãos.

   Apenas sorri e me levantei. 

   Peguei minha jaqueta na poltrona e quando estava perto da porta, prestes a abri-la, dei meia volta, peguei um tanto de pipoca de dentro do balde e ouvi James gritar:

—Você se aproveita dos meus concelhos, pega minha comida e vaza? Quero meu carro de volta sem nenhum arranhão!

    Ri ao ouvi-lo fazer o mesmo e sai em direção ao carro, do lado de fora da casa, parado em cima do gramado mal cortado.

    Entrei no automóvel, joguei minha jaqueta no banco do passageiro e girei a chave na ignição.

   “Me espera do lado de fora, estou indo te buscar”.

    Foi o que eu respondi a Remus.

    Ele estava tentando de novo e eu estava disposto a fazer o mesmo. Dessa vez, verdadeiramente.

    Talvez agora funcionasse.

    As coisas ainda não estavam resolvidas, nem perto disso

    Mas talvez pudessem estar futuramente. Cabia apenas a nós dois resolver isso.

uma historia para: wolfstarmonth
betagem: wintrsam
capa por: Grace4Mee
banner de capítulo por: Grace4Mee
próxima fanfic: LisaDawsoon

Love of my life - wolfstar [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora