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Eles ficaram me observando de longe, enquanto eu tomava água gelada na cozinha. Eu insisti para que eles me deixassem um pouco sozinha.

Eu estava me sentindo uma louca fora da casinha, maluca de verdade. Como eu tinha escutada a voz, mas eles não? Por que?

— eu devo estar maluca...— disse para mim mesma, enquanto me apoiava na pia, com os olhos fechados. — essa história toda está fazendo minha cabeça rodar, eu preciso pensar...

Sinto uma mão gelada em minha cintura. Me viro para trás em um pulo rápido, soltando um arzinho pela boca. Dou de cara com olhos assustados.

— me desculpe, não quis te assustar ou alguma coisa do tipo. — Finney se desculpa, enquanto eu me viro para ele. Ele continua com as mãos em minha cintura.

— está tudo bem, foi só...um sustinho leve. — digo sem graça, tentando manter contato visual. Ele me deixava nervosa, sempre.

Ele parece envergonhado, tímido e ao mesmo tempo assustado. Ele me olha de cima a baixo e depois olha pro lado, com o rosto vermelho.

— como está se sentindo? Consegue explicar o que aconteceu? — ele finalmente me olha de novo.

Sinto meu coração bater, por diversos motivos, mas um deles eram os olhos de Finney totalmente concentrados em mim. Ele era meu melhor amigo, e ele sempre tentava me entender, mesmo quando tudo parecia não ter explicação. Finney Blake, por que voce só olha para a Donna?

Tiro meus pensamentos idiotas da cabeça e volto para a realidade.
Pisco os olhos freneticamente.

— eu não sei explicar o que aconteceu lá. Eu acho que estou sonhando acordada ou...— digo cortante, abaixando o rosto, sem querer olhar para ele.

— olha pra mim. — ele diz, colocando a mão no meu queixo e levantando meu rosto. Sinto meu coração batendo na minha caixa torácica.

Olho para ele, vendo seu rosto rosado.

— eu não sei o que aconteceu, Finney. — digo, olhando ele nos olhos, assim como ele pediu.

Ele suspira.

— eu sei que alguma coisa aconteceu lá. Me conte o que, mesmo que eu não vá entender. — ele pede, se aproximando.

Respiro fundo.

— na primeira vez que eu liguei pra a polícia, uma voz pediu ajuda no telefone, mas isso foi rápido e logo a voz da atendente apareceu. — digo, tentando continuar olhando para ele. É difícil encarar ele quando ele está totalmente concentrado em você, com aqueles olhos...

— e o que aconteceu depois disso?

— nada, basicamente. O susto foi grande, mas passou. Pensei que não fosse acontecer mais, pensei que era bobagem...mas aí a voz apareceu de novo, quando estávamos assistindo o filme, você sabe.

Finney olhou para baixo, balançando a cabeça. Ele estava entendendo ou apenas fingindo? Ele estava mesmo disposto a acreditar em mim e tentar entender, ou estava apenas querendo parecer preocupado? Eu não sei de mais nada.

— e o que a voz disse? — ele me olhou de novo, me encarando fundo.

Suspirei. Não sei se pela lembrança ou pela aproximação de Finney.

— me pediu ajuda de novo, gritou.

— e na outra chamada?

— para não deixar "ele sair", que os braços dele eram uma arma.

Finney faz um rosto confuso. Seu olhar era perdido.

— ele quem?

— a voz não disse, e eu não sei quem é "ele". É bobagem, vamos esquecer isso. — digo, tirando as mãos dele da minha cintura e me afastando.

Olho para a porta da cozinha, e vejo meus pais levando um susto e disfarçando olhando para o nada. Me viro rápido e olho para Finney com cara de tédio, e logo depois para meus pais de novo.

— não precisam fingir, não estava acontecendo nada. — digo fazendo pouco caso e andando em direção a porta, logo passando pelo meus pais.

— por que teríamos que fingir? Não estava acontecendo nada, não é, querida? — meu pai diz.

— exatamente. — minha mãe apoia.

Ouço Finney soltando risadinhas.
Aí meu deus, pra quê?



———🚲🚲🚲
Por enquanto os capítulos não são tão importantes, e esses detalhes também não, então os caps não serão taoo grandes ainda, ok?
Votem, por favor<3 (só se quiserem, mas não é algo difícil de fazer e me ajuda muito a querer fazer capítulos novos!❤️)

with you - Finney Blake Onde histórias criam vida. Descubra agora