Parte 6 - 3. Ganhar e Perder

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Bem vindos a mais um capítulo de LCDP6/7 , espero que tenham gostado do capítulo passado e que gostem desse também. A história começa a tomar forma realmente a partir do próximo capítulo, e logo já vamos ter a cara dos nossos novos assaltantes, já que o foco do Professor e sua gangue nesse momento é proteger um dos maiores segredos de estado.

Desfrutem ♥

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2 HORAS ANTES DO ASSALTO

Palawan - Filipinas

Ele abriu a porta do quarto suavemente, tentando não fazer barulho. Porém, quando a viu na cama, percebeu que não estava dormindo. Estava deitada de lado, com as mãos agarradas no travesseiro em que apoiava a cabeça. Não dormia bem fazia semanas, ainda sim, passava muitas horas deitada naquela posição, quieta, pensante. Inicialmente ele não se intrometeu, pensava que ela precisava do seu tempo, no entanto, estava começando a se preocupar seriamente.

- Pensei que já estava dormindo.

Falou com voz suave enquanto adentrava o ambiente calmamente, se sentava à cama e deixava os óculos sobre a cômoda ao lado. Ela permaneceu em silêncio e pensativa por algum tempo e Sérgio não forçou uma conversa. Sua esposa andava tão sensível, e ele só queria poder tirar ela desse mar de tristeza de alguma forma.

- E Paula? - Ela perguntou de repente, cortando o silêncio.

- Jantou e foi dormir. Ela sentiu sua falta na mesa. Ela também está triste.

- Estou falhando como mãe, não é? - Disse por fim, sentando-se na cama. - Ela também está sofrendo e eu estou ausente.

- Ela é uma menina forte. Está sabendo lidar com a partida de Mariví.

- Eu sei que estava trabalhoso cuidar da minha mãe, mas eu não estava pronta para ela ir embora. Eu sinto falta dela, e ultimamente não tenho me sentido bem.

Sérgio se lembrou do primeiro assalto que fez, extremamente naquele momento, quando entraram na Casa da Moeda para imprimir seu próprio dinheirinho. Em certa ocasião, não sabia da doença de Mariví, e por alguns minutos ela fora um cabo solto. Ele quase a matou. Desistiu no último segundo, mas quase a matou.

Ele estava se apaixonando por Raquel, naquela época ela ainda era a inspetora de polícia que ele utilizava para conseguir vantagens no roubo. Mas estava se apaixonando. E jamais imaginou, antes, e ainda era difícil de acreditar hoje em dia, que ela se tornaria a pessoa mais importante em sua vida. Fora rápido e intenso, e ele a amava com todas as suas forças.

Pensava no quanto teve que viver longe dela quando fora para Palawan sem ela. De como sofreu. Ainda sim, seu pensamento realmente repousava sobre o fato de que por pouco, por muito pouco, não fora ele que matou Mariví anos atrás.

Vendo ela triste e tão desgastada com a perda da mãe. Ele nunca se perdoaria. Era óbvio que ela não sabia desse pequeno detalhe, ninguém além dele sabia, levaria para o túmulo com ele se fosse preciso, ainda sim, a culpa de algo que nem havia feito era presente e autêntica enquanto via ela sofrer pela mãe que morrera de morte natural fazia seis semanas.

- Está segura que esses mal estares são apenas pelo luto? - Ele levou a mão ao rosto dela acariciando.

O que Sérgio queria dizer? Ela não podia negar que já havia pensado que estava doente. Enjôos, falta de apetite, alguns mal estares. Ainda sim, da forma que estava se alimentando ultimamente, não seria improvável que esses momentos de fraqueza fossem devido ao estresse.

- Eu vou ficar bem. - Ela sorriu. - Eu prometo.

Ele se ajeitou na cama, deitando-se, se virou para a cômoda e pegou os óculos de volta. Raquel adorava quando ele usava óculos, por isso, às vezes, ele os colocava de volta e ficava com eles até que ela pegasse no sono. Era o que faria aquela noite.

La Casa de Papel - Parte 6 e 7Onde histórias criam vida. Descubra agora