Almas Cruzadas - Robin Arellano

Capítulo 8.

S/n.

Acordo atrasada. Olho no relógio e já são 07h14.

Levanto rapidamente, coloco uma legging e uma blusa.

Prendo o meu cabelo e não passo maquiagem, aliás, não dá tempo.

Desço as escadas correndo e pego uma maçã para ir comendo no meio do caminho.

Minha mãe me leva para a escola para eu não chegar mais atrasada ainda.

Chego, e todos já subiram.

Vou para a minha sala, e bato na porta.

-Licença, posso entrar? -Pergunto à professora.

-Claro, querida! Sente-se. -Diz.

Entro e me sento ao lado das meninas.

-Bom dia, S/n. O que houve? -Gwen pergunta.

-Acordei atrasada, acho que não dormi muito bem. -Digo lembrando da noite anterior.

-Nós conte como foi ontem. -Donna pergunta animada.

-Robin me beijou. -Digo.

-O QUE? -As duas gritam fazendo a sala todas nos olhar.

-Tudo bem, S/n? -A professora nos olha e pergunta.

-Tudo sim, professora. Desculpe. -Digo, envergonhada.

Ela continua a aula, e nós continuamos a conversa.

-S/n, como assim te beijou? -Gwen pergunta baixinho.

-Na verdade não foi totalmente um beijo, por que eu sai antes. -Digo.

-Você não retribuiu? -Donna pergunta incrédula.

-E por que retribuiria? Eu mal o conheço. Não sei suas intenções. -Digo.

-Ele parece ser legal, ele te trata bem. Deveria dar uma chance. -Diz Gwen.

Assisto o restante das aulas. Começo a sentir um mal estar.

-Professora, posso ir no banheiro? Não estou me sentindo muito bem. -Peço.

-Pode. -Diz.

Vou até o banheiro de baixo por ser menos movimentado.

Começo a lavar o rosto.

Ouço a porta de um dos banheiros se abrir.

-Como estás? -Reconheço a voz imediatamente.

Levanto a cabeça para confirmar quem era.
Robin.

-Eu estou bem, e você? -Pergunto secando o rosto.

Imploro internamente para ele não tocar no assunto de ontem.

-Estou mal, S/n. Por ontem. -Ele diz.

Respiro fundo.

-Mais tarde a gente conversa, tudo bem? -Digo e vou saindo.

Ele me puxa pelo braço, me fazendo colar em seu peito.

-Por que está me evitando, S/n? -Ele diz passando a mão em meu queixo e levantando, fazendo olha-ló.
-Eu sei que você quer. -Ele diz, se aproximando.

Meu corpo começa a estremecer. Algo que nunca senti antes.
Sinto sua respiração ofegante em meu rosto.

Ele finalmente sela nossos lábios.

Eu não recuo dessa vez.

Volto para a sala de aula.

-Está se sentindo melhor? -A professora pergunta.

-Bem melhor, professora. -Digo, sorrindo.

Talvez Gwen esteja certa. Talvez eu não tenha que me recuar tanto assim.

Mas também, não renderei facilmente.

O meu maior medo é que nossa amizade se estrague.

Ou talvez eu esteja emocionada demais.

Foi só um beijo, e aconteceu apenas uma vez.

Talvez nem se repita.

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