ELLA
alguns meses depois
Ser mãe é muito mais do que gerar uma criança, é muito mais do que cuidá-la até poder se cuidar sozinho.
Ser mãe é uma escolha, é um compromisso.
É um juramento de que, para o resto de sua vida, você irá amar e cuidar do seu filho. Irá fazer o seu melhor para vê-lo feliz independentemente do que seja necessário fazer.
Quando eu soube que estava grávida, minha ficha ainda não tinha caído da tamanha responsabilidade que eu teria dali para frente.
Eu vou ser o mundo para aquela criança. Eu vou ser o porto seguro dela no meio do caos que o mundo pode habitar.
Porque é justamente disto que eu sinto falta.
Minha mãe não me criou, ela me gerou. Como um protótipo. Como um robô. Como uma máquina programada para alcançar um objetivo.
Minha vida toda foi alterada por causa dela. Perdi minhas memórias, perdi minha família, perdi minha irmã e a chance de ter tido uma vida ao lado dela, perdi a chance de ter criado novas memórias ao lado do meu amor, Aaron.
Por causa de seus projetos, eu e Aaron fomos separados infinitas vezes, mesmo nós sempre termos encontrado nosso caminho de volta um para o outro.
Éramos como o Sol e a Lua. Unidos por um ciclo de rotação e sempre se completando, mas sendo fadados a se separar.
Hoje, finalmente nosso amor venceu. E nada nem ninguém vai me separar de Aaron Warner Anderson de novo.
Eu sempre lutarei com ele e por ele até o fim dos meus dias.
Porém agora, a minha ficha caiu completamente.
Eu posso não ter tido nenhum embasamento nem exemplo de figura materna na minha vida, posso não ter tido uma família de verdade e lutado a minha vida toda para não ser sucumbida pela minha própria mente.
Porém tudo mudou. Agora eu tenho a minha família.
O meu marido e minha filha nos meus braços.
E agora eu posso dizer com toda a propriedade do mundo.
Ser mãe é
a coisa
mais fantástica
que existe
É inexplicável a sensação de carregar no colo o seu filho pela primeira vez. Sentir o calor da pele de um ser recém-chegado ao mundo em seu colo. Saber que o primeiro lugar que o meu bebê habita é no ninar de meus braços. Seu rosto colado ao meu peito.
O cansaço descomunal que sinto nesse momento me tira as palavras da boca de explicar o quão surreal é a felicidade que habita em meu peito, mas nada pode impedir de meu coração inchar de emoção até parecer que vai explodir.
Explodir de amor. Amor por esta criança.
Meu rosto está encharcado, agora em uma proporção mais equilibrada entre suor e lágrimas. Beijo cuidadosamente a testa da minha filha como se a qualquer toque meu, ela fosse rachar.
Sua pele parece porcelana, de tão imaculada e perfeita que é. O grupo de fios que desponta de sua cabecinha é castanho, que nem o meu. No entanto, seus olhos são tão verdes e hipnotizantes que nem o pai.
Eu. Não. Consigo. Parar. De. Encarar. Esses. Olhos.
É como se eu estivesse olhando para uma versão de Aaron que não tivesse sido poluída pelo mundo. Nunca vi tanta bondade e ingenuidade na vida como vejo em seus olhos.
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VENERE-ME (Conto 7 de ESTILHAÇA-ME)
RomanceComo foi o casamento? Como foi a noite de núpcias? Como foi o além do 'final feliz'? Filhos? Todas essas perguntas são respondidas aqui. A continuação do final feliz que desta vez tem o casamento! Para quem pirou com o final de "Aceita-me" mas ficou...