O acidente

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Naquele carro a minha vida passava diante dos meus olhos, me sentia exposta e culpada de estar naquela situação pois de qualquer modo é minha culpa de ter aceitado viajar com Erick até o Maranhão para fugir de Fogaça, como eu sempre faço.
Mas ao mesmo tempo eu sentia raiva de Erick, ele me dopou e me manteve presa a força com ele e se aproveito de mim... me assédiou.
Eu tinha um medo a cada segundo dele bater aquele carro eu não duvido mais da capacidade dele, ele fez tudo isso comigo desmaiou a sua mãe e matou aquele homem que me viu dopada e a sua mãe desmaiada na cozinha.
Erick ainda estava sujo de sangue mas parecia não se importar, ele e a sua avó discutiam durante o trajeto.
-VOCÊ MATOU AQUELE HOMEM!
-Ele viu a Ágata e a minha mãe!
-VOCÊ É UM ASSASSINO!
A sua avó gritou e bateu na cabeça de Erick com toda a força que aqueles bracinhos de idosa conseguiram.
Enquanto eles continuavam discutindo eu lembrei que eles esqueceram de me dar uma daquelas pílulas e eu estava sentindo os meus movimentos voltarem aos poucos.
Tentei olhar para a mãe de Erick e ela estava me encarando e com os olhos arregalados me pedindo calma.
-...Não é Ágata?
Ouvi Erick me chamando.
-Sabe pra onde nós vamos ? Pra Tailândia! Sei que lá é bem difícil mas vamos recomeçar e ter uma vida tranquila.
Erick olhou pra trás para me ver e deu um sorriso.

Eu odiava o Erick, nunca senti ódio por ninguém mas o Erick eu gostaria de matar ele com as minhas propinas mãos.

Ele fez uma curva com o carro e sem querer eu fiz um movimento com a minha cabeça e a sua avó percebeu e disse.
-Nós esquecemos de dar a pílula manter a Ágata quieta!

Erick se desesperou e ele e a velha procuraram as pílulas em seus bolsos mas não encontraram.

-Vovó, você está com a receita das pílulas?
Erick perguntou desesperado com os olhos arregalados.
-Estou sim!
Ela respondeu.
-Nós vamos passar em uma farmácia.
-Você está louco? Vão pegar a gente.
-Você quer que a Ágata grite no meio do aeroporto? E também temos que manter a minha mãe inconsciente e caladinha.
-A sua mãe nós vamos deixa-lá em qualquer esquina.
A velha desgraçada falou como se a mãe de Erick fosse um saco de lixo.
-Boa ideia!
Erick respondeu e aquilo não me surpreendeu.

Chegando na farmácia
Os dois doentes estavam discutindo pra decidirem quem ia comprar as pílulas pra me manter dopada.
-Vovó, eu estou mais sujo de sangue, você tem que ir.
Ela concordou e limpou as suas mãos no banco do carro e saiu.
Comecei a ofegar com medo de Erick perceber que a sua mãe já estava acordada e que eu já estava quase normal sem o efeito do remédio.
Por um momento senti a presença quente e inesquecível de Fogaça mas só podia ser saudade dele.
Eu estraguei o nosso relacionamento com as minhas fugas e com o envolvimento com esse maldito do Erick, tudo o que acontecer comigo eu mereci.
Erick me encarou com um expressão de euforia e agitação em seu rosto, eu costumava achar ele bonito e atraente mas agora eu vejo um homem feio e desesperado.
-Ágata, nós vamos ser felizes eu te prometo.
De repente a sua mãe que estava no banco atrás dele e do meu lado passou as mãos pelo o seu pescoço e o enforcou com força.
Erick buzinava com desespero pra tentar chamar a atenção de sua vó mas a velha não apareceu.
Ele começou a acelerar o carro sem rumo e já estava ficando roxo por falta de oxigênio.
Sem saber o que fazer eu comecei a gritar e a sua mãe mandou eu fugir mas o carro estava em alta velocidade e desgovernado.
Vi que o carro ia bater em um muro então respirei fundo e abri a porta e me joguei.
Assim que meu corpo tocou no chão senti cada pedrinha perfurando a minha pele e minha cabeça se chocando com toda a força contra a calçada, uma mulher que estava passeando com seu cachorro gritou quando me viu caindo e veio em minha direção desesperada. Não conseguia falar só via muito sangue.
Antes de ficar tudo escuro eu ouvi o barulho do carro se chocando contra o muro e desmaiei.

POV - FOGAÇA.
Na delegacia tentei desesperadamente explicar situação para delegada.
Ela pediu a minha calma mas quando eu falei sobre o corpo do homem ela se desesperou e ficou mais atenta para me ajudar.
E minutos depois já mandou uma equipe da perícia para a  casa e para procurar por Ágata.
Passaram duas horas de desespero e a delegada me chamou e disse que me levaria para reconhecer dois corpos meus olhos encheram de lágrimas e o meu corpo ficou fraco. O Erick matou a Ágata.
Ele realmente conseguiu tirá-la de mim.
A delegada tentou me acalmar mas eu já estava morrendo por dentro tentando imaginar a minha vida sem Ágata.
No caminho minha cabeça  estava uma confusão eu não conseguia reagir em nada e procurava sentido naquela situação.
Chegando no local encontramos um acidente horroroso um carro tinha se chocado contra o muro e tinha duas pessoas lá dentro  eu chorava e gritava por Ágata mas quando me aproximei da mulher morta  não era ela.
Era Erick e a sua mãe mortos e carbonizados.
-Uma moça foi levada ao hospital.
A delegada me falou cutucando o meu braço.

*** No hospital

Encontrei Ágata toda machucada deitada em uma maca e desabei do seu lado chorando como uma criança.
Logo o hospital encheu de fotógrafos e repórteres insensíveis.
Mas naquele momento nada mais importava era eu e ela novamente.

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⏰ Última atualização: Apr 09, 2023 ⏰

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