Capítulo 15: Floresta Mortal: Parte 1

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O início da caminhada foi tranquilo, porém em certo ponto, Clarice começou a adentrar uma escura florestas de árvores grandes de troncos escuros, quanto mais avançava, mas densa a escuridão se tornava. A cada poucos passos ficava mais difícil enxergar, quando se tornou difícil demais para prosseguir, ela fez uma tocha, a jovem humana cresceu perto de florestas, gostava de explorar lugares, aprendeu muito a se adaptar com o que tinha ao seu redor, e isso vai ser muito importante para a jornada que ela enfrentará. Com o caminho mais iluminado, ela conseguiu avançar mais rápido, queria sair logo daquela floresta. O silêncio daquele lugar já começava a preocupar Clarice, sem canto dos pássaros, nem som de animal algum, não se ouvia absolutamente nada, isso tudo confirmava para ela que aquela floresta não era normal.

O silêncio ensurdecedor continuou por um tempo, mas começou a ouvir sussurros bem baixos, quase imperceptíveis, porém foi ficando mais audíveis, a jovem humana olhava ao redor procurando de onde vinha os sussurros, mas não conseguiu localizar. Os sussurros continuavam a aumentar cada vez mais, Clarice virava rapidamente para todos os lados, mas não via nada que explicasse esses sussurros que já estavam se tornando perturbadores. Ela começou a correr, para tentar se afastar do que fosse aquilo, mas nada mudou, os sussurros passaram a ser gritos muito agudos, agudos ao ponto de fazer Clarice pôr as mãos no ouvido de tão perturbador que estava. Na tentativa de sair logo daquela floresta estranha, tropeçou em uma raiz de árvore enquanto corria, os gritos extremamente agudos continuaram.

-O QUE SEJAM VOCÊS, O QUE PRETENDEM COM ISSO? ME MATAR? ACHO QUE VÃO TER QUE SE ESFORÇAR MAIS-Gritava Clarice em meio aquela tortura dos seres invisíveis.

Os gritos perturbadores que a afligiam continuaram por mais um tempo, a jovem humana permaneceu na mesma posição onde tinha caído, tapava os ouvidos o máximo que conseguia, mas não ajudava muito, ela não aguentaria por muito mais tempo. Até que de imediato fez um silêncio absoluto, todos os gritos se dissiparam de uma vez, a floresta submergiu em um completo silêncio. Lentamente e com receio Clarice foi abrindo os olhos e tirando as mãos dos ouvidos, olhou em volta, não havia nada, nem um sinal dos seres que a atormentavam, ela se levantou e continuou tentando achar qualquer vestígio que ligasse a aquele torturante ocorrido. Depois de se acalmar um pouco e olhar bem a sua volta, encontrou perto de onde ela estava um pequeno precipício, foi até a borda dele e olhou para baixo, a visão do que tinta em baixo deu um arrepio na sua espinha, tinha pedras com pontas como se fossem lanças, e isso não era o pior, por todo o local havia ossos, um quantidade enorme de esqueletos. Não demorou para Clarice entender o que os seres que a atormentavam queriam, estavam levando ela para aquele precipício, por sorte ele continuou onde estava após ter tropeçado.

Permanecer naquela floresta não seria nada bom, Clarice tinha que se apressar, sair o mais rápido possível. Mas um grande problema surgiu, estava perdida, não fazia ideia alguma de qual direção tomar, os seres atormentadores fizeram ela perder o caminho. A escuridão daquela floresta só dificulta mais ainda, não seria nada fácil encontrar o caminho certo novamente, a tocha dava uma ajuda, mas era pouca, a escuridão daquele lugar era estranha, parecia que lutava contra a luz, fazia a iluminação da tocha ficar fraca, dificultando mais ainda a visão. Mesmo com muita dificuldade, Clarice procurou incessantemente pelo caminho que iria levar ela para fora daquela floresta, o lugar parecia odiar a presença dela ali.

Levou bastante tempo para que a jovem humana encontrasse o caminho, por sorte nada de estranho aconteceu durante o tempo que estava à procura da rota perdida. Após ter encontrado, seguiu apressadamente, não se arriscaria permanecer muito naquela bizarra floresta, só iria descansar depois que estivesse bem longe daquele lugar. Clarice seguia rapidamente, mas a floresta parecia não ter fim, ela já se perguntava se tinha perdido o caminho. O cansaço logo a venceu, não planejava dar paradas para descansar, porém era necessário, ela não aguentava mais avançar, necessitava de descanso. Decidiu então descansar um pouco, não demoraria muito ali parada, nada tinha acontecido até então, mas ela estava com um pressentimento muito ruim, definitivamente aquele lugar odiava a presença dela.

Clarice pretendia ficar ali por um curto período de tempo, mas esse pouco tempo de repouso, estranhamente a fez adormecer profundamente. Quando acordou do seu profundo sono, sentiu como se estivesse sendo arrastada, ao abrir os olhos viu que realmente era o que parecia. Seus pés estavam amarrados com cordas grossas. Como estava um pouco desorientada, não conseguiu ver com clareza o que a estava arrastando, mas ao ver o que era, se espantou grandemente. Clarice nunca tinha visto uma criatura tão horrenda como aquela, se assemelhava a um goblin, porém muito mais grotesco. Os goblins tinham mais ou menos um metro e meio de altura, mas aquela criatura tinha quase dois metros e meio, além disso o corpo era volumoso, só o braço dele era da largura de Clarice. Viu que a criatura levava em uma das mãos o arco e a espada dela, mas a adaga ainda estava com ela, escondida dentro da armadura que ficava na perna dela. Ela pegou a adaga e cortou a corda amarrada a suas pernas, assim que fez isso, a aberração notou e se virou rapidamente.

-Você é ainda mais feio de frente do que de costa-Disse Clarice para a criatura.

Com grande fúria a monstruosidade avançou na direção dela, Clarice se surpreendeu um pouco com a velocidade da criatura, pelo tamanho não imaginou que seria tão rápida. As grandes mãos tentaram pegar ela, mas a jovem humana conseguiu se afastar a tempo, só com a adaga ela não iria conseguir fazer nada contra a horrenda criatura, então tinha que pegar sua espada e o arco, e foi o que tentou fazer, mas não estava fácil, seu adversário não a deixava se aproximar. Teve uma idéia, atraiu a criatura para um pouco distante de onde as armas estavam, após isso esperou a aberração tentar acertar um soco nela, quando a grande mão foi de encontro ao ela, Clarice se esquivou e cravou a adaga na mão da criatura, que a fez gritar de dor, a jovem humana aproveitou o momento e correu para tentar pegar suas armas, e conseguiu, agora estava realmente preparada para enfrentar aquela vil criatura.

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