o sentimento mais conhecido entre dois homens.

444 56 29
                                    

Lucas estava ansioso. Tinha gostado de Will, porém era a primeira vez que fazia isso, de ir direto conhecer a casa da pessoa. 

Sim, o senhor Graham estava dirigindo até sua casa e o dinamarquês se encontrava no banco da frente com Winston no colo. Seu filho Marcus iria aprovar sua atitude, já que não se envolvia com mais ninguém desde Nadja, e isso foi há bons anos. E se envolver não somente de forma romântica, ele não tinha amigos desde a Dinamarca. Desde muito tempo.  

Esperava que Will fosse ser um bom amigo, eles tinham se dado tão bem no parque. Ainda sim, tinha muitos problemas de confiança e de se abrir com outras pessoas… ao menos, poderia ver Winston sempre que quisesse. 

—Não estranhe, mas eu tenho mais seis cachorros. —Graham sorria, ainda com os olhos na estrada. —Todos dóceis, acho que vai gostar deles.

—Seis, nossa… —Riu, conseguia facilmente se imaginar com seis cachorros em sua cama, como fazia quando tinha a Fanny…



Seu peito apertou um pouco ao lembrar dela. 



—Eu pretendo adotar mais. Na realidade, eu adoto os vira-latas que encontro abandonados, sabe? —Will continuou, logo saindo de uma estrada no meio do mato para a área ampla da sua residência no meio do nada. —Pego vários, fico sempre com os feios e os mais bonitos acabam acolhidos por outras pessoas. Sei que os mais maltratados ou feios sempre ficam de lado, então acabo com eles. 

—É um gesto muito amável, Will. —Dizia com toda sinceridade, queria ter condições de acolher mais bichinhos, porém tinha se comprometido a pagar a faculdade de seu filho. —Devem ser uma ótima companhia.



—E são, praticamente minha família. —Chegando na garagem do depósito ao lado da casa, Graham apertou o controle remoto que tinha dentro do carro e esperou o portão subir. 



—Minha família se resume apenas em meu filho e o padrinho dele, mas ele mora na Dinamarca. —Assim que o carro foi estacionado, os dois saíram e caminharam para fora do depósito, Lucas sozinho e Will com Winston na coleira do outro lado. 

Graham parou um pouco depois da saída do depósito e pressionou o botão para fechar, o encarando intrigado.

—E a sua esposa?

—Nos separamos e ela me odeia por ter levado nosso filho pra outro país. —Falou sem jeito. —Digo, eu não o levei a força… é que somos inseparáveis. 

Will estava sorrindo, parecia feliz com o que disse. 

—Que bom…—Logo, ele engoliu seco e desviou o olhar. —Q-que bom que você e seu filho se dão bem, né?



Não parecia que ele estava feliz por isso. 



Era interessante ter ciência que Graham deu a entender seu interesse na sua vida amorosa. Lucas devolveu a pergunta:

—E você? É casado?

—Sou muito estranho para me relacionar. —Riu, parando de caminhar e segurando com firmeza a alça da coleira de Winston. —Merda, as compras…

—No carro? —Supôs e ele assentiu irritado. —Eu busco, me dá as chaves.



Droga, havia perdido a chance de dizer algo relacionado a Will ser solteiro. Não que pudesse ter coragem de flertar, mas sentia algumas investidas vindas do rapaz e …



Por Deus, Lucas. Você acabou de conhecer ele!



Seu rosto esquentava de nervoso enquanto tirava as sacolas no porta malas. Talvez estivesse misturando as coisas, Will poderia apenas ser um rapaz gentil e tímido, não necessariamente interessado nele. 

Stray Dogs Onde histórias criam vida. Descubra agora