🄹á perdi as contas de quantos dias se passaram desde a última vez que senti um sentimento tão acolhedor, um abraço quente e apertado ou até mesmo um lugar que poderia chamar verdadeiramente de "meu doce lar", para falar a verdade, eu posso contar nos dedos as vezes que havia sentido tal sentimento.
O que é de meu conhecimento é que eu fui abandonada pelos meus próprios pais na porta de uma casa qualquer durante uma noite de primavera. A primeira vista, nada de emocionante em comparação com as histórias que contam os passos de uma pessoa comum até se tornar um herói com direito a camisetas estampadas com o seu rosto.
Desta forma, eu não seria considerada uma criança comum que teve o infortúnio de ser rejeitada pelos próprios pais? De fato, eu adquiri um teto sob minha cabeça e uma mãe domada pelos seus princípios. Com tais afirmações, poderia ser considerado um caminho para se aproximar do que eu considero um "final feliz" de uma história de conto de fadas que as crianças costumam ler. Porém, este não é o caso.
"Eles estão por toda parte" —— Penso ao notar que o número de monstros pela extensão do corredor da escola havia dobrado.
O cheiro no ambiente poderia se assemelhar ao mofo de uma casa que ficou trancada por anos e somente agora foi aberta para me receber. A névoa arroxeada poluía a minha minha visão ao ponto de me assustar quando um monstro aparece próximo de mim.
Ouço passos pesados sobre o piso atrás de mim me fazendo sair do meio do corredor imundado pela massa de ar poluída. Olho para onde estava e encontro uma criatura quadrúpede se assemelhando a um tigre de sabre com dois olhos em cada canto da lateral da cabeça, correntes grossas nas patas fazia o som de ferro ao serem arrastadas ao caminhar pelo corredor e exibia uma flor gigante, aparentemente venenosa, ao invés de um rabo peludo e esponjoso.
—— Bom dia, Yuri-chan! —— Vejo a Akane vir em minha direção me abraçando calorosamente, trazendo uma ideia oposta do lugar que nós encontramos.
—— Bom dia, você dormiu bem? —— Olho para um pequeno monstro ao redor de seu pescoço que se assemelha a um sanguessuga com dentes mais afiados do que qualquer predador que eu tenha lido nos livros de ciência —— Está com olheiras, ficou até tarde assistindo desenho animado outra vez?
No início eu costumava me assustar muito com a aparição desses seres "imaginários" que insistem em se mostrar diante dos meus olhos. Porém, quando fui comentar com a minha mãe sobre a aparição destes monstrinhos, ela apenas sorriu torto e, então, começou a me levar para a igreja em que costuma frequentar com uma certa frequência.
Para falar a verdade, o fato de ver seres sobrenaturais diante dos meus olhos, nunca foi aceito pela minha matriarca que me julga como um ser profano que suja a alma humana das pessoas ao meu redor.
—— Ah não, eu só não consegui dormir. Minha mãe disse que isso pode ser hiperatividade, não sei bem o que é isso, mas não parece ser muito bom —— Coçou atrás da nuca e eu vou até ela para segurar em sua mão para irmos para a sala de aula.
Aparentemente, não passa de uma conversa comum entre duas crianças inocentes que costumam estar sempre juntas. Mas, sempre que a olho, vejo um ser dotado de energia bem ruim que cada dia que passa fica mais medonho e sinistro.
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No dia seguinte, eu caminho calmamente pelas ruas de Tokyo pelo fato do sono ainda estar me atormentando para frequentar a escola primária Iwatobi nas proximidades da Tokyo Skytree Minha mãe não teve como me trazer de carro hoje então decidi vir a pé com a condição de ligar para ela assim que chegar no meu destino.
Ao chegar na rua do destino almejado, eu pude ver ao longe o prédio da minha escola. Então eu dicidi correr para que não chegasse atrasada para as primeiras aulas do dia e ganhar uma punição com direito a escrever uma redação do motivo da minha ausência durante ou ter que limpar a sala antes de ir embora.
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Lavender ✾ Toge Inumaki
Fanfiction『 Desde criança, Yuri foi marcada por suas feições severas e o olhar que parecia julgar o mundo. Para os outros, ela era fria, distante, incapaz de compaixão - uma imagem reforçada pelas palavras de sua mãe, que a chamava de "praga profana". Contudo...