『 Por conta de suas feições, Yuri desde criança foi considerada uma garota fria que não tem clemência nem mesmo com relação às pessoas que demonstram algum sinal de fraqueza. No entanto, ao contrário do que a sua mãe diz a chamando de 'praga profana...
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Ela é apenas uma criança
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Quando criança, Yuri sempre encarava o passarinho de estimação de seu vizinho pela janela de seu quarto, estando sempre recluso pelas finas barras de ferro que o rodeiam enquanto erguia a sua pequena cabeça em direção ao céu infinito e cantando melodias melancólicas que o faz retomar os seus tempos de liberdade.
A platinada pensava no quão solitário aquele belo animal se sentia ao estar enclausurado em um espaço minúsculo mesmo estando rodeado de liberdade fora das muralhas de ferro.
Concluiu a platinada anos mais tarde que caso existisse a religião no mundo animal, seria inegável dizer que os seres humanos seriam a figura representativa de um diabo, transformando em fuligem tudo que toca e olhos desenhados com cifrões.
Em seu quarto, Yuri teve que interromper a sua pequena cantoria enquanto movimenta as bonecas pela casa de plástico ao ouvir a porta da frente da casa ser fechada fortemente, podendo jurar que os vidros de alguma janela chegou a balançar e as dobradiças quase arrancadas por conta da força da batida.
Somado ao cheiro sufocante do cigarro que impregna cada centímetro do ambiente está as vozes irritadas de duas mulheres conhecidas pela menina que faz a mente curiosa de Yuri tamborilar em seu cérebro em constantes pensamentos.
Passo por passo, evitando qualquer sinal sonoro que desperte qualquer indício de que esteja bisbilhotando, a menina se escorou na parede próxima ao topo da escada para escutar a sua mãe e a sua amiga jogarem conversa fora, algo comum entre ambas aos fins semana quando os olhos julgadores não se encontram em suas cabeças.
