Eddie Munson viu seu mundo virar de cabeça para baixo, literalmente, após testemunhar uma morte, e ter sido acusado injustamente de causar tal morte. Ao descobrir o que realmente causou aquela morte, ele irá contar com seus amigos, para limpar seu n...
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No primeiro momento, Eddie não disse nada. Nem tinha como ele falar nada sem que os outros o achassem totalmente maluco. Ele alternava os olhares entre Izzie e os próprios pés, sem conseguir olhar para mais nada. O olhar de sua melhor amiga transmitia segurança e conforto, mas mesmo assim, ele ainda não conseguia pensar em um jeito de contar o que aconteceu sem que ela pensasse que ele estava mentindo.
— Está tudo bem, leve o tempo que for necessário... — Izzie o acalmou outra vez, colocando a mão em seu ombro. — Eu vou acreditar em você, não importa o quão absurda a história seja.
Por um momento, Eddie sentiu uma pontada de esperança. Ele pôs uma das mãos sobre a dela, em seu ombro, a segurando com carinho. Ele se sentiu um idiota por ficar nervoso daquele jeito com ela. Izzie estava lá em vários de seus momentos mais malucos, presenciando as coisas mais absurdas possíveis. Como o dia em que ele resolveu se jogar do palco no Hideout, sendo segurado pelos cinco bêbados fãs fiéis de sua banda, e caindo no chão logo em seguida. Izzie foi quem ficou segurando o saco de gelo em sua cabeça durante uma hora, para que não inchasse.
Mas aquilo era diferente. O que aconteceu com Chrissy não era uma coisa que podia ser explicada tão facilmente. E era uma cena que ele realmente queria esquecer. Só de pensar no que houve, tentando achar uma maneira de explicar, o deixava transtornado de um jeito que ele apenas queria chorar.
As pessoas insistiam em chamá-lo de satanista e demoníaco, pelo jeito como se vestia e pelas músicas que escutava. Mas a maneira como Chrissy foi morta... aquilo sim era demoníaco.
— Vocês não acreditariam se eu dissesse o que houve... — Eddie respondeu, cabisbaixo. — Não tem como eu contar o que aconteceu... sem que vocês me achem um doido de pedra.
— Experimente... — Dessa vez, foi Max que respondeu, dando um passo à frente.
— É, cara... se a gente contar o tanto de coisas malucas que já vimos... — Robin a apoiou.
— Aposto que não foi nada como aquilo... — Eddie respondeu, com um tom mais firme. — Eu estava lá com a Chrissy... me afastei por um minuto, para procurar as drogas que ela queria... quando eu voltei, ela estava... em um estado de transe...
Izzie sentiu a mão de Eddie ficar mais pesada, a apertando mais. Ele estava totalmente traumatizado, não havia dúvidas. Era cruel fazê-lo reviver aquela cena. Mas não havia outro jeito de ajudá-lo, sem saber o que aconteceu.
— Ela começou a flutuar... subiu até o teto... e então, os ossos dela... — Eddie ficava cada vez mais tenso, à medida que ia descrevendo a cena. — Todos os ossos dela quebraram... e os olhos dela foram puxados para dentro do rosto...
Não havia como ele estar mentindo. Quando Izzie o viu pela última vez, no dia anterior, ele estava muito bem e sóbrio. Não tinha como ele ter usado nenhuma droga e isso tudo ser apenas o que ele viu, por culpa do efeito. E o jeito que ele apertava sua mão, totalmente nervoso... ele estava sendo totalmente sincero.
