A Rainha Secreta

Capítulo 2 - Quem atacaria a coroa?

        A rainha Amara está no poder há aproximadamente dois séculos. Como magus, podemos morrer, mas não com a passagem do tempo, já que paramos de envelhecer após a nossa ressurreição. No entanto, outras coisas, como as presas de um dentuço, um acidente de carro ou uma queda de avião, podem nos matar, não temos imortalidade pois não somos "indestrutíveis", por assim dizer.

          A antiga rainha, mãe de Amara foi envenenada por sua filha, que desejava tomar o trono. Quando Amara, a segunda na linha de sucessão, descobriu o que havia acontecido, ela desafiou sua irmã para um duelo e venceu. Embora Amara tenha afirmado que nunca foi pelo trono, mas sim pela honra de sua mãe, A rainha não executou sua irmã mais velha, mas à condenou a viver para sempre detida nas masmorras reais, ela foi aclamada pelos súditos e aceita como a rainha legitima. Mesmo sendo amada pelo povo, a rainha raramente é vista em público, e apenas sua primeira general e suas criadas têm permissão para entrar na sala do trono.

          Os magus não foram os primeiros reis da terra mesmo sendo os primeiros seres sobrenaturais a surgir, nossa origem vem dos Comuns, Kam estava na beira de um rio quando caiu e se afogou, quando a musa maior o viu sem vida as margens ela se apaixonou por ele e o reviveu, o amor da musa deu a Kam poderes mágicos, sendo o primeiro ser sobrenatural entre os humanos. Kam foi um poderoso governante, antes mesmo da Ascenção da Rainha Secreta, que é soberana sobre todos os seres sobrenaturais, incluindo a própria rainha Amara, ele esteve entre os primeiros reis da terra, mas não foi o primeiro.

          Kam era tão poderoso que concedia a quem usasse a coroa um dom que nenhum outro magus possuía: a habilidade de dominar quatro elementos. Ao ser coroado, os demais dons são revelados. Cheguei a me questionar se Amara é rainha somente por ser uma elementar tão poderosa, mas para ser honesto, ela governa ativamente entre os sobrenaturais. Ela tem autoridade sobre os Lupi, que são extremamente gratos e leais desde Kam, assim como sobre os magus, que a admiram e reconhecem seu legítimo direito de governar. Mesmo os dentuços, que não são leais e não aceitam de bom grado seu reinado, não conseguem contestá-la, pois quem seria o louco de ir contra alguém tão poderoso.

          Os magus que ingressam no exército da rainha são altamente respeitados por sua posição. Tanto os soldados quanto os sargentos, e especialmente o Brigadier-General, unem-se em sua lealdade à coroa, formando um enorme clã de talentos elementares. A patente de um membro do exército da rainha é concedida de acordo com suas capacidades elementares. Quanto mais estratégico e bom líder um magus for, quanto mais conhecimento tático e ancestral ele possuir, maiores são suas chances de alcançar uma hierarquia mais elevada. Os mais poderosos e respeitados recebem da rainha a marca de Ophir, uma tatuagem distintiva localizada no braço direito. A marca contém um feitiço que a torna impossível de ser copiada ou reproduzida de qualquer outra forma, sendo concedida apenas pela rainha.

          A marca real possui três versões diferentes. A primeira delas é a versão com o elmo, semelhante ao que os espartanos usavam em batalha. O elmo representa a proteção e a força, a função principal dos soldados, que ocupam a terceira posição na hierarquia do exército da rainha. A segunda versão é a com uma pena na base do elmo. A pena simboliza a liderança e a leveza, características que a coroa julga necessárias para o cargo dos sargentos, que ocupam a segunda posição na hierarquia. Por fim, a terceira e mais poderosa versão traz o elmo, a pena e um raio, que une as duas características dos símbolos anteriores e soma a eles a espada, que representa a capacidade do general de tomar decisões difíceis e de liderar suas tropas em batalha. Um símbolo mais que completo que representa as habilidades e características que somente um Brigadier-General possui. Quem possui esse cargo é considerado as mãos da rainha. Cada uma dessas versões é única e distintiva, e somente a rainha pode concedê-las.