Prefácio

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Se estes escritos alcançaram olhares curiosos, presumo que já tenho partido, de uma forma trágica ou pacífica, e que tenha cumprido meu papel completamente na trama de Alvo Dumbledore. Essas palavras são confissões de uma bruxa, uma mulher, uma herdeira e uma pessoa confusa, que encontrou refúgio e a compreensão (parcial, porque cada dia mais tenho surpresas) de seus poderes na escrita de diários.

Meus manuscritos acompanham desde a aprendizagem da escrita, que foi na mesma época em que fui adotada por Minerva McGonagall e Elphinstone Urquart, até...bom, até minha última chance de colocar os pensamentos de forma ordenada (ou não).

Enquanto escrevo este pequeno aviso, em uma típica manhã de inverno de 1991, a vida está um verdadeiro furacão. Não completei meus estudos, por falta de própria vontade mesmo, pois resolver problemas do mundo bruxo me parecem mais envolventes do que simplesmente sentar o traseiro na cadeira e pegar livros, ignorando, por completo, as ameaças de Gorlois.

Ora, parece que lendas bruxas se tornam realidade quando se descobre que é descendente de Morgana LeFay e que seu destino é combater as forças de um velho fantasma - que, honestamente, é um corno machucado que se tornou uma pedra no meu sapato.

Falando em pedras, irei nomear algumas no decorrer desse diário, afinal, elas são pessoas e situações que fizeram eu ser quem sou - ou quem eu não gostaria de ser, ou até o que eu aprendi a gostar, que seja, fica aí a interpretação. Como estou com as "emoções atacadas", expressão muito utilizada pela pessoa a qual irei comentar, sem fazer referência de sua graça, vulgo nome, começo apenas com duas singelas palavras: Morcego melancólico.

Esse apelido já nos rendeu muitas brigas, como noites carinhosas (eca, parece tão meloso, mas é único jeito que não parece ser tão piegas como "noites de amor", já que não sei se seu amor é real, ou uma pura conveniência de contrato). Nesse exato período da minha vida, estamos brigados (que novidade!), e você ainda não se justificou por não nos visitar para suas congratulações. Sua mãe te defende muito, muito mesmo, é uma devota sua, e detesto ter que concordar que suas responsabilidades são inúmeras, porém, não dou o braço a torcer, já que nem uma mísera mensagem de fumaça você se esforçou em fazer.

Bom, nosso relacionamento é bem controverso, ainda me pego refletindo o que cada um de nós faz para estarmos enlaçados, com tantas desavenças, e nos compreender tanto. Ai, isso está parecendo uma carta, e do fundo do coração, não gostaria que você, Morcego melancólico a lesse, pois se chocaria com os pensamentos que tinha durante a minha adolescência e, especialmente, quando começamos a morar juntos. Ou melhor, quando fomos forçados a morar sob o mesmo teto.

Enfim, há bastante causos para relatar sobre esse relacionamento, só que não gostaria de ser vista como a donzela indefesa - afinal, também te salvei várias vezes - eu também fui uma estudante rebelde e uma amiga fiel. E se eu estiver revisando esses escritos de novo, fica o seguinte recado: viva mais do que escreve, não deixe que os floreios sejam mais atraentes, você precisa digerir algumas coisas antes de colocá-la no papel e ficar se remoendo depois!

Que comece a aventura, uma viagem pelas minhas ideias...

O Diário de Vivian WhiteOnde histórias criam vida. Descubra agora