Entrei em meu carro ligeiramente e arranquei, eu nem poderia ir para outro lugar, por causa de meu castigo, porém Marília me deixou intrigada, espero que não seja mais uma de suas brincadeirinhas.
Eu dirigia tão rápido quanto Marília em uma fuga, essa convivência com ela não prestou em nada, assim que dobrei a avenida quase bati em um carro, sorte que foi quase, pois eu freei.
Em seguida eu já estava estacionando na frente do condomínio de Marília e entrando.
- Boa tarde, senhorita. - O porteiro disse.
- Boa tarde. - Falei entrando e indo em direção ao elevador e quando dei-me conta já estava entrando no apartamento de Marília.
- O que aconteceu, porra? - Perguntei. - Eu nem poderia estar aqui. - Me calei ao ver Marília sentada no sofá com cara de pavor, ela me olhou com uma expressão perdida, o que havia acontecido? - Lila? O que aconteceu? - Perguntei mais mansa. Ela molhou os lábios involuntariamente e continuou quieta, comecei a achar que era alguma
droga. - Uma criança? Que história é essa, Jauregui? - Pus as mãos na cintura.- Venha aqui. - Ela disse levantando-se do sofá e indo em direção ao quarto, o segui por aquele corredor longo até chegar até o mesmo.
Quando entramos no quarto vi um pequeno volume de baixo das cobertas que estavam na cama e olhei sem entender, Marília chegou mais perto e tirou as cobertas com cuidado de cima, levei às mãos á boca incrédula ao ver aquilo.
-o que é isso, Mendonça? - Perguntei. - Quem é essa criança? - Cheguei mais perto da pequena menininha que dormia feito um anjo, como estivesse em sua própria casa e fiquei a observando, ela era linda, muito linda. Marília estava parada me observando quase mordendo os dedos de tão nervosa, me deu até vontade de rir, mas meus olhos voltaram para a garotinha, deveria ter um ano e meio de idade, mais ou menos, disso não passava, eu tinha certeza.
- Não sei, caralho. Apertaram a campainha e quando eu abri a porcaria da porta, tinha essa coisinha de outro mundo parada na frente. Sozinha. Ela não estava chorando nem nada, só havia ela e uma pequena mala. Eu não sei quem ela é, Maraisa. Fechei a porta para ver se ela ia embora e aí sim ela começou a chorar, fui obrigada à pega-la. Não sei o que fazer, porra.
- Calma, Mendonça... Não acredito que você já tirou a vida de pessoas, está sempre metido em merdas, tem uma gangue e fica assim por causa de uma garotinha.
- Sim, Maraisa. Uma garotinha que eu não sei de onde saiu.
- Já sei. - Falei. - O porteiro. - Marilia me olhou e nós deixamos a pequena menina em seu sono e saímos correndo.
- Hey, Peterson. - Chamei o porteiro e Marília vinha logo atrás de mim. - Por acaso você não viu ninguém entrar aqui com uma garotinha? - Perguntei como quem não queria nada.
- Hm... Sim. A senhora Clark do segundo andar com sua filhinha. - Ele disse foleando um jornal.
- Você sempre fica lendo jornal? Ou essas revistas? - Falei apontando para as revistas que estavam em cima do balcão da portaria.
- Sim. - Ele disse simples.
- Ele não prestou a atenção. - Falei para Marília. - Tem como a gente ter acesso as câmeras do décimo andar? - Perguntei.
- Não... - Ele ia dizer algo a mais, porém Marília o cortou.
- Tem sim. - Mendonça disse curta e grossa, logo batendo com raiva no balcão, assustando o cara.
- Ok, o-ok. - O porteiro disse com os olhos arregalados.
- Venham aqui. - Ele nos chamou para trás daquele balcão, onde havia três telas planas mostrando as imagens de toda a parte interna do condomínios e da frente.
- Décimo andar, isso? - O porteiro pediu confirmação.
- Sim, anda logo com isso. - Marília respondeu rude.
- Seja menos chata - A repreendi.
- Na cama você não diz que eu sou chata, você implora por mais. - Marília disse e o porteiro nos olhou com uma cara estranha, belisquei Marília e a mesma me fuzilou com os olhos depois de gritar um "au"
O porteiro logo localizou o vídeo de segurança do décimo andar, eu e Marília ficamos olhando por um tempo, o vídeo estava desde o início do dia, demoraria muito para chegar ao ponto que queríamos.
- Que horas eram quando ela largou a garota aqui? - Perguntei à Marília.
-Foi uns trinta minutos depois que eu cheguei daquela droga de escola, deveriam ser umas 7:00 pm. - Marília disse séria.
- É... Peterson... Tem como colocar o vídeo para a gente ver a partir das 6:30 pm.... - Pedi.
- Eu disse 7:00 pm. - Ouvi a voz de Marília.
- É, mas eu não confio em você. - Falei e voltei minha atenção para o porteiro. - Tem como?
- Tem sim. - O cara disse. - Só um minutinho... hm... Pronto. - Ele saiu e deixou eu e Marilia vendo o vídeo.
Apareceu Marilia chegando no apartamento, a mesma olhou e sorriu.
- Até em um vídeo de segurança eu sou linda. - Ela disse e eu o olhei revirando os olhos. Logo o corredor ficou parado, sem movimento algum, em seguida chegou um vizinho e entrou em seu apartamento, isso já era 6:37 pm. - Olha isso, Maraisa. - Marília disse chegando mais perto da tela.
-Droga, o que era aquilo? Um homem ou uma mulher? - Não dava para ver, usava uma capa preta, óculos escuros e capuz. Despediu- se da menina lhe dando um beijo, apertou a campainha do apartamento de Marília e saiu correndo, mas antes olhou para trás novamente, mandando um beijo no ar para a pequena. A garotinha ficou ali, inocente, sem fazer nada, confesso que aquilo me doeu o coração, Marília assistia sem expressão alguma.
- Pode tirar. - Gritei para o porteiro que veio e tirou o vídeo, sem perguntar nada.
- E agora, Isa? - Marília tinha a voz cansada. Chegou perto de mim e aconchegou sua cabeça em meu pescoço, a abracei. Amava quando ela estava nessa forma. Tirando essa máscara de durona. Eu pensei em empurra-lo, pois eu estava muito magoada com suas atitudes ultimamente, sem contar o fato de ela ter rasgado minhas roupas, ela só sabia fazer eu me sentir um lixo.
- Calma... - Tentei o acalmar, pois vi que ela realmente estava perdida e eu nunca havia visto Marília assim antes, tentei tontear a grossa camada de raiva e magoa que tinha em volta de mim por causa da Mendonça0, pois vi que ela realmente precisava de mim. - Não deixaram um bilhete, nem nada?
- Não vi. - Ela disse afastando-se de mim e passando as mãos nervosamente pelos cabelos os bagunçando, perdi a concentração a encarando, mas logo voltei ao normal.
- Você nunca vê nada, impressionante. - Falei. - Vamos de uma vez. - Falei pegando sua mão e a puxando de volta para o elevador.
- Depois que eu sou rude você reclama. - Ela disse brava quando estávamos dentro do elevador. Eu tentava não olhá-la.
Voltamos para o apartamento e fui correndo para o quarto ver se a menininha estava bem, ela continuava dormindo.
- A tal mala, Marília. Onde está?
- Aqui. - Ela me alcançou. Vasculhei por tudo a fim de achar alguma justificativa ou coisa do tipo, tirei todas as roupinhas dela bagunçando tudo, até que então, encontrei algo útil, um bilhete para ser mais específica, peguei o papel e Marília logo o arrancou de minha mão bruscamente e começou a ler.
Ela lia tudo apreensiva, nunca havia visto essa Marília.
- PUTA QUE PARIU. - Ela gritou e mesmo assim a garotinha não acordou. - Não pode ser... Isso não é verdade porra.
Tirei o bilhete de sua mão e comecei a ler...
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Possessive - adaptação Malila
Fanfiction"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha " - Marília Mendonça E se ela fosse dela? Somente dela. Mas ela,ela não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo isso tive...