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Meu pai parecia estranho, assim como o Shinichiro. Ambos estavam sentados na cozinha, cochichando algo. Se eu estivesse sozinha na sala, iria bisbilhotar a conversar dos dois, mas como os meus...amigos estão aqui, não da pra fazer isso.
-Eu vou visitar o Sanzu na sexta, quer vir também? O Jones também vai. -Perguntei ao loiro que estava ao meu lado. O Baji estava demorando demais para chegar, então estávamos assistindo um filme, bom, eles estavam assistindo, eu estava apenas olhando pro chão e pensando.
-Não, to de boa. já vejo ele quase todo dia. -Ele respondeu, desde que o acidente ele estava ignorando o Sanzu, ou seja, aquilo era uma mentira. Embora eu tenha brigado com o Sanzu, não gosto da ideia de ignorar ele, o mesmo é meu amigo desde o começo.
Emma me olhou confusa, ela não conhece o Sanzu, esperei ai...parando para pensar...se a Emma conhecer o Sanzu, ela vai ver a Senju pois os dois moram na mesma casa...assim ela poderia se tornar amiga da Senju e assim ficaria mais confortável.
-Você quer vir conhecer o Sanzu, Emma-Kun? Ele é o melhor amigo meu e do Mikey, você vai adorar ele. -Perguntei olhando diretamente para ela, a mesma se assustou. Ela ficou tímida, mais sorriu.
Seu sorriso me trouxe uma sensação de paz estranha, me bate um pouco de arrependimento por não estar gostando dela. Emma não é sonsa, só não parece querer a minha amizade, já que sempre esta ignorando a minha presença e a do Jones também. Mas como o próprio Shinichiro tinha dito, ela ainda não se acostumou com a nova vida. Já já ela de acostuma...
-Não. O Sanzu não é meu melhor amigo, Morgana, o Baji que é! A Emma não precisa conhecer ele, e fora que sexta é tem aula no dojô e ela vai participar. -Mikey se intrometeu, não deixando a garota falar e o sorriso dela sumindo aos poucos.
Não logo para o seu tom de voz, me irrito por ele estar escolhendo por ela. Emma parecia feliz em querer conhecer algum amigo do irmão, e agora, ela está toda triste.
-Você não manda nela, idiot! -Falei, Jones estava comendo pipoca e observando tudo como se fosse um teatro. -Eu estou falando com a Emma, não com você.
-Ela é minha irmã mais nova, sei o que é bom para ela e conhecer o Sanzu seria algo péssimo! -Mikey respondeu. -Você está estranha, Morgana, está muito chata. Se continuar, não vou mais querer vir aqui.
Sinto uma pontada atingir meu orgulho, Mikey nunca ameaçou não vir em minha casa. Nunca.
-Vai deixar? Te chamou de chata! Chata é igual insuportável. -Jones alfinetou, comendo pipoca e oferecendo um pouco a loira ao lado dele.
Meu pai sempre falou que eu havia puxado o temperamento explosivo de minha mãe, que não conseguia segurar minha raiva. Nunca acreditei naquilo, sempre soube segurar minhas palavras e atitudes que poderiam ferir mentalmente ou fisicamente alguém, principalmente quando a pessoa era meu amigo.
-AÍ! -Mikey gritou no momento em que mordi seu dedo, ele estava apontando em direção ao meu rosto.
Não havia mordido forte o suficiente para sair sangue, porém havia deixado uma marca.
-VAI DEIXAR, MANJIRO? Olha só a marca que ela deixou em você! -Jones gritou enquanto jogava um pouco de pipoca em nossa direção.
-Por favor, não briguem por minha culpa. -A voz da Emma surgiu em um tom rouco, quase chorando, sinto um certo arrependimento ao notar como ela estava reagindo.
-Não se preocupa, Emma. Eu não machuco garotas, principalmente a Morgana-Chan! Não fique assustada, ela costuma ser assim, agressiva e nem um pouco delicada. -Mikey respondeu fazendo todo o meu arrependimento sumir aos poucos.
-NÃO! Não se chama uma garota de agressiva e indelicada! Se eu fosse você, Morgana...quebraria ele na porrada, faz picadinho dele que eu passo o pano. -Jones respondeu negando com a cabeça, Emma olhou abismada pra ele. -Ih, acabou meu refrigerante.
-O que tá acontecendo aqui? -Shinichiro entrou na sala confuso. -MANJIRO, MORGANA!
-idiota, idiota, idiota! -Murmurei, não estávamos de fato brigando, mas só rolando no chão. Ele não me bate por eu ser sua amiga e uma garota, e eu não bateria nele nunca.
-Cadê os responsáveis por essas crianças? -O Shinichiro perguntou confuso para o meu pai, os dois se entre olharam. -NOS SOMOS OS RESPONSÁVEIS.
-Eu falei pra eles não brigarem, que éramos todos da paz e amigos. Mas eles não me escutaram, tio! Só eu e a Emma-chan somos civilizados, não é? -Jones falou negando com a cabeça.
-Você estava incentivando eles...-Emma murmurou e Jones fez um sinal de silêncio pra ela.
Meu pai me retirou de cima do loiro, me segurando no colo como se eu fosse um bebê.
-Calmo, lobinha? -Papai perguntou, usando o apelido vergonhoso na frente de todos, concordo com a cabeça. -Então me diz, o que ta acontecendo?
-Ele não quer deixar eu levar a Emma pra conhecer o Sanzu e a Senju. -Respondi, sinto um nó se formar em minha garganta, seguro meu pai com força. -Me chamou de agressiva e indelicada.
-Mas não menti, feiosa...-Mikey falou, ele não terminou sua frase ao me ver. -Eu te machuquei quando estávamos rolando no chão, Morgana?
Não respondi, apenas escondi meu rosto no peito de meu pai. Não querendo que ninguém me Veja chorando.
-Machucou a sua filha, se fosse eu, não deixava não, tio! A coitada tá com os olhos marejados, se eu fosse você, quebraria o tio Shinichiro na porrada! -Jones falou, mas acabou recebendo um tapa na nuca. -Emma? Você me bateu? Eu não esperava isso vindo de você, as aparências enganam...
-Ela não tá bem, Shinichiro. Em brave ela irá melhorar, ai eles irão conversar de forma educada. -Remy respondeu olhando para o mais velho. -Obrigado por ter trazido as crianças aqui, mas acho que esta na hora de irem. Mande lembranças ao senhor Sano, e pense no que eu conversei contigo.
-Certo, me desculpe por qualquer incoveniente causado pelo Manjiro. tchau Morgana. Vejo você em breve, quando melhorar vai lá em casa. -Shinichiro respondeu, ele olhou para os dois irmãos.
-Mas o Baji...
-Ele não vem, a mãe dele ligou avisando que o mesmo esta de castigo. -Remy respondeu.
Mesmo não vendo ele, posso notar que ele estava me olhando.
-Então tchau, Morgana-Chan...-Mikey murmurou confuso. Emma apenas acenou.
-É, parece que somos só nos três. -Jones falou olhando os Sanos irem embora. -Vamos fazer o que, tio Remy?
