03

1K 56 3
                                    

Julho de 2017

Ela não havia falado desde que saíram do escritório dele, ele resmungando que não haveria um restaurante decente aberto a essa hora. "Lucius, você é um homem adulto. Por que não faz o jantar em casa? Você alimenta Draco com comida para viagem constantemente também?" Os lábios dela se curvaram em um sorriso enquanto ele a encarava.

"Ele vai ficar na casa da Hermione hoje à noite", respondeu ele, estremecendo ao ver como o rosto da mulher caiu.

"Oh, bem, ela vai gostar da companhia dele, não vai?" Jean havia superado seu hábito de deixar o lábio inferior tremer quando a filha era mencionada. Ela não teve escolha, e a culpa era exclusivamente dela. "Você se lembra do dia em que Hermione tentou ensiná-lo a cozinhar?"

"Ele quase incendiou a casa. Achei que aquele cheiro nunca iria embora." Ela riu; foi uma risada quebrada, sem fôlego, mas ainda assim uma risada. "Tudo o que ela disse foi para ferver água."

"Draco não fez uma bagunça tão grande assim", ela o repreendeu, batendo em seu braço. "Você realmente deveria esquecer isso. Os dois tinham doze anos".

"Jean", ele retrucou, sem veneno em sua voz. "Eles eram jovens, sim. Hermione lhe deu instruções simples. 'Coloque em uma panela água e depois coloque-a no fogão.'" Ele imitou a voz da jovem em uma tentativa de apagar o olhar sombrio do rosto de sua contraparte. "Só que meu filho esqueceu de colocar a água na panela."

Ela riu, mexendo-se para tirar as chaves da bolsa quando se aproximavam dos carros. "Eles terão um milhão de histórias para contar aos filhos um dia." Lucius arqueou uma sobrancelha. "Não me olhe assim. Foi você quem rezou para que isso acontecesse desde que Hermione o empurrou escada abaixo."

"Mesmo quando tinha três anos de idade, ela sabia que Draco era um babaca. Ele precisará de alguém assim em sua vida." Ela não fez o comentário habitual de como ainda poderia fazer parte da vida dele, como sua amiga. O fato cairia em ouvidos surdos de qualquer maneira. "Entre no seu carro". A voz dele era dura quando ele pressionou a mão na parte inferior das costas dela, empurrando-a em direção ao sedã. "Agora, Jean."

Ela tropeçou, quebrando o salto do par de sapatos baratos que havia pegado esta manhã depois que o alarme não disparou. Os tiros foram rápidos, um aviso...

...Na verdade, era mais uma provocação.

Ela entendeu o que estava acontecendo, mesmo quando seu corpo se moveu por conta própria. "Lucius, abaixe-se!" O grito foi cru; algo que ele gostaria de esquecer, mas já sabia que ecoaria em seus pesadelos. Jean agarrou a mão dele, enroscando os dedos nos espaços entre os dele, puxando-o para o concreto em um movimento forte.

Ele ficou em silêncio enquanto a pressionava contra o carro, com o coração batendo no peito. Os dedos dela se enroscaram na camisa dele, com as unhas cravadas na camisa fina. Haveria marcas, elas se transformariam em hematomas e, se seus temores se tornassem realidade, seria a única coisa que lhe restaria do primeiro amigo que tivera na vida.

"Pare.", sibilou ela, arranhando-o. "Isso não vai funcionar, Lucius", ela disse a ele sem rodeios, ouvindo o som do subúrbio se aproximando. "É o que essa gangue faz." Ele olhou para ela antes de levantar a cabeça para espiar através dos vidros fumê do carro dela. "Tom Riddle me fez uma promessa."

Lucius pegou as chaves da mão dela, movendo-se para destrancar a porta do carro. "Entre", ele disse a ela, seus lábios se achataram quando ela balançou a cabeça. "Não vou deixar que Tom Riddle a execute da prisão."

"Não vou deixar que você seja um escudo humano para mim", ela sussurra, inclinando-se para pressionar os lábios contra a mandíbula dele. "Você é meu amigo mais antigo, Lucius. Isso não pode acontecer como você quer."

The Red String of Fate | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora