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Os olhares curiosos de seus colegas de classe poderiam ter sido suficientes para fazê-la se arrepender de ter voltado depois de três dias, se ela não tivesse sido tão teimosa. O loiro à sua direita permaneceu perto dela, sempre atento ao garoto que ela temia que ele pudesse pegar.

Desde o momento em que saíram do carro dele, ela olhou para o prédio de dois andares com desdém. Realmente, era o último lugar em que ela queria estar. Quem sabia o que havia acontecido? Será que eles tinham toda a história mapeada para eles? Seu tempo no hospital, os três dias que ela passou em silêncio? Malfoy também estava ausente, um fato que alimentaria os boatos e que, inevitavelmente, pegaria fogo.

Será que ela ficaria com pena?

O conceito era nauseante.

Ele diminuiu o passo enquanto ela se esforçava para acompanhá-lo. Eles passaram pelo pátio em frente ao prédio, passando pela fonte luxuosa no centro, sob a qual ela gostava de sentar e ler. Seus amigos tinham o péssimo hábito de jogar futebol entre os arbustos; eles quase sempre destruíam as sebes.

E o zelador Hagrid nunca ficava bravo.

Filch, porém, ficava bravo toda vez que eles faziam alguma coisa. Mas talvez isso se devesse ao fato de Theo ter perseguido uma vez um gato de rua pelo campus, carinhosamente chamado de Sra. Norris pelo velho rabugento.

Hermione não conseguiu culpar Filch. Theo ainda tentava aterrorizar Bichento quando ele visitava a casa dela.

O grupo de amigos estava esperando por eles na biblioteca, embora não dentro dela, pois Harry Potter só entrava lá por motivos de não estar sentado no banco de madeira, com os cotovelos nos joelhos, enquanto um sorriso se espalhava pelo rosto ao vê-los.

Ela observou a horrível foto dela e de Draco Malfoy no painel de vidro transparente na frente da biblioteca. Claramente, ela precisava prender o cabelo. Estava mais crespo do que o normal, mas Draco não havia lhe dito que parecia que o gato havia dormido nele. Sua pele era pálida, as bolsas sob os olhos eram escuras.

E Draco, ele parecia cansado e irritado, mas sua aparência não tinha sofrido nem um pouco.

"Como está se sentindo?" Harry perguntou a ela.

Hermione deu de ombros, vendo Theo se levantar do banco, fazendo sinal para que ela roubasse o lugar dele. "Estou bem", respondeu ela, e estava bem, supôs. Ela estava melhor do que poderia estar, com seus amigos ao seu redor. "Minhas costas estão um pouco doloridas, mas eles me deram tantos comprimidos que nem sempre tenho certeza do que estou sentindo."

Harry deu uma risadinha e se inclinou para o lado para dar mais espaço para ela no banco. Ela ficou de costas para o copo, cruzando as pernas no banco enquanto tirava a mochila das costas. O copo estava gelado e ela se inclinou contra ele, pois a sensação era refrescante contra seus pontos através do tecido fino de sua camisa. "É bom ver você, amigo." Theo disse a Draco, batendo nas costas dele para cobrir o que ele sussurrou em seu ouvido.

Draco resmungou algo, apoiando-se na parede e cruzando os braços sobre o peito. "McLaggen já voltou?"

Ela prendeu a respiração audivelmente enquanto esperava a resposta. "Sim." Theo disse. "Ele está de volta desde que aconteceu. Está com o pulso imobilizado, mas achei que ele estaria se gabando disso, para ser sincero."

"Ele não está?" Sua voz ainda soava estranha para ela. Estava dolorida por causa do choro na noite anterior, por causa dos gritos quando ela acordou de um terror noturno esta manhã, e ela desejou poder voltar para seu quarto e nunca mais falar.

"Não, ele não disse uma palavra sobre nada." Harry se ajoelhou ao lado do peito dela. "Ele está nos evitando. Ainda não o encurralamos."

"E você não vai encurralá-lo." Ela gritou, e Draco desviou o olhar de seus olhos castanhos que se estreitaram. "Estou falando especialmente de você, Malfoy. Não quero nenhum conflito, só quero seguir em frente. Acabou."

The Red String of Fate | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora