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Hermione esperava ansiosamente, com as costas encostadas nos armários azuis, Harry ao seu lado, remexendo nos dela. "Juro que deixei o trabalho do Snape aqui", ele murmurou. "Você o jogou fora? Ele vai me matar."

"Por que está no meu armário e não no seu?", respondeu ela, desdobrando os braços, apenas para cruzá-los sobre o peito novamente. Ron passaria por aquele trecho do corredor a qualquer momento, e ela saberia se ele havia passado ou não no teste que precisava desesperadamente passar. Suas bochechas se aqueceram, mas felizmente Harry não percebeu. Ela havia se mostrado tão animada mais cedo naquela manhã e, de repente, se sentiu nervosa.

Namorado era uma palavra que não fazia parte de seu vocabulário. Além do encontro com Viktor Krum, que havia sido interrompido, e do desastre de McLaggen, ela foi forçada a admitir que não tinha tido esse tipo de relacionamento. A única pessoa a quem ela pedia conselhos era a irmã de Ron.

Seria mortificante. Os conselhos de Luna, embora ela percebesse que quase sempre acertavam o alvo, nunca faziam muito sentido quando ela os dava.

"O seu é mais organizado", Harry respondeu rapidamente. "Além disso, fica mais perto da sala de aula dele." Hermione empurrou a porta do armário, dando uma risadinha quando ela bateu na cabeça dele. "Sério, Mione?"

"Você falou com o Ron hoje de manhã?" Ela mastigou o lábio inferior, procurando o protetor labial no mesmo momento em que ele congelou e se inclinou para trás para dar uma olhada nela.

"Não", ele começou lentamente. "Você já?" Hermione balbuciou, e o sorriso dele aumentou. "Você está muito vermelha, Hermione. Tem alguma coisa que gostaria de me contar?" Harry estava de joelhos no azulejo branco, com a mão direita segurando a porta.

"Hum, não, claro que não. Eu só queria saber como ele se sentiu ao fazer o teste. O quanto ele se sentiu confiante, é claro. Eu sei que ele estava nervoso."

Seus dedos bateram na porta. "Você é a pior mentirosa que já conheci", concluiu e voltou a procurar. "Falaremos sobre isso mais tarde." Sua voz ecoou contra os limites metálicos do armário.

"Não há nada para falar", insistiu ela, abrindo a tampa do protetor labial de morango e aplicando uma quantidade generosa nos lábios.

"Então por que você pegou o batom quando seus lábios nem estão rachados?" Ela chutou o armário quando ele riu, não tão baixinho. "Violência, violência", ele a encarou. "Ele se sentiu tão confiante quanto normalmente se sente com o professor Snape, mas alguém o deixou de bom humor."

Ela enrubesceu. A voz dele deu uma guinada, subindo para um tom mais alto e provocante.

"Suspeito que esse alguém tenha cabelos cacheados, olhos castanhos e esteja usando uma camisa do Kylo Ren." Hermione olhou para baixo, sem saber que ele estava observando, e voltou a olhar para cima para ver aquele sorriso estúpido e triunfante.

"Não estou com essa camiseta hoje", ela engoliu.

"Não, mas mesmo assim você tinha que verificar." Harry disse a ela, levantando-se com uma folha de trabalho amassada na mão.

"Você nem terminou isso!" disse ela, arrancando-o da mão dele e examinando-o. "Harry James Potter, tudo o que você fez foi escrever seu nome", ela fez uma pausa, levantando uma sobrancelha. "Você escreveu seu primeiro nome errado. Como pode escrever Harry de forma errada?"

"Eu, uh", ele coçou a nuca, deixando os óculos de lado. "Talvez eu estivesse bebendo com Malfoy e Nott quando isso aconteceu."

"Você estava fazendo o dever de casa de Química enquanto bebia?", ela respondeu. "Isso é um absurdo, acho que você só esqueceu como se escreve seu nome." Ele balançou a cabeça. "É mesmo? Por favor, diga-me, em que situação você faria o dever de casa depois de tomar muitas doses? Não me olhe com essa cara. Eu sei como você é, Sr. Potter, eu posso beber mais do que todo mundo."

The Red String of Fate | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora