Capítulo 5 - Vestido

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A Chun levou Luana para o seu quarto, que era enorme, grande o suficiente para abrigar uma família inteira. Para uma única pessoa, aquele espaço era um exagero. Havia detalhes em ouro nas paredes e dragões de várias cores, que pareciam esculpidos à mão. Para Luana, aquele lugar era extremamente exótico, especialmente porque, quando mais nova, ela já havia dormido até com porcos.

Luana passava suas mãos pelos móveis, enquanto Chun observava de longe, com um pequeno e doce sorriso no rosto. As mãos longas e brancas de Luana deslizavam suavemente pelos móveis, e Chun achava-a branca demais, a ponto de, às vezes, parecer um fantasma.

Chun se aproximou e, com delicadeza, tocou as pontas dos dedos frios de Luana, que estavam sobre um móvel. Luana, ao sentir um calor súbito nas pontas dos dedos, puxou a mão rapidamente e a segurou contra o peito, surpresa pela sensação.

Vendo isso, Chun sorriu levemente e murmurou um elogio em voz baixa:

— Adorável.

As orelhas de Luana ficaram coradas instantaneamente com o elogio, e Chun, observando a mudança de cor, comentou calmamente:

— Você é muito tímida.

Nervosa, Luana deu um passo para trás e respondeu:

— É porque você está muito perto, Chun.

— Perto? Como agora? — Chun se aproximou ainda mais, deixando apenas alguns centímetros entre seus rostos. Luana se assustou, deu um passo em falso para trás e quase caiu, mas Chun foi rápida, segurando-a pelos braços e a envolvendo em um abraço apertado.

— Quando você se assusta, fica fofa, Luana — Chun sussurrou lentamente no ouvido de Luana, fazendo seu coração quase sair pela boca.

Depois de um tempo, Chun soltou Luana e agiu como se nada tivesse acontecido.

"Será que meu coração está assim porque não tenho contato com ninguém há décadas?", pensou Luana.

Chun a chamou, interrompendo seus pensamentos:

— Vem cá, vou te mostrar meu guarda-roupa.

Luana deu um leve tapa em sua bochecha, tentando se acalmar, e seguiu Chun. O guarda-roupa era enorme, com peças de roupas variadas, desde modelos exóticos até trajes tradicionais de seu país. Cada peça era mais bela que a anterior. Observando as roupas, Luana percebeu que Chun usava um vestido que deixava as costas expostas, algo que, em sua época, era raro de se ver.

Ela notou que a maioria das roupas de Chun deixava as costas descobertas, algo incomum para Luana, mas não exatamente ruim, apenas diferente. Mexendo nas roupas, Luana encontrou um vestido cinza longo, adornado com penas na gola, que ela achou belíssimo.

Chun, percebendo o interesse de Luana, entregou o vestido em suas mãos com um sorriso:

— Veste. Vamos ver como fica em você.

Luana aceitou a ideia, tirando o vestido velho que usava. Sua roupa estava tão desgastada que ela podia dizer que era mais antiga que a própria casa, embora a magia a mantivesse em boa condição, exceto pela mudança de cor.

Ela vestiu o novo vestido por cima da roupa fina que usava, mas o tecido da roupa de baixo ainda era visível. Após procurar mais um pouco, encontraram uma peça de roupa que deixava as costas livres, um tecido fino e branco que se ajustava perfeitamente ao vestido cinza.

Quando finalmente vestiu tudo, Luana ficou encantada. Ela rodopiou pela sala, sentindo-se como uma princesa ocidental. Chun, por sua vez, não conseguia parar de rir e observar Luana se divertir.

As duas só pararam de rir quando um dos guardas bateu na porta e avisou que Li havia chegado. Uma mulher alta e bonita entrou no quarto. Seus cabelos longos e negros contrastavam com sua pele branca e rosada. Ela usava ouro em quase todo o corpo, e seu vestido azul com detalhes em branco realçava sua beleza.

Li olhou para Chun com calma e perguntou:

— Que gritaria é essa, filha?

Chun sorriu e correu alegremente em direção à mãe:

— Mãe!

Enquanto Chun demonstrava sua alegria, Luana, por outro lado, ficou nervosa com a presença de Li.

A menina do lagoOnde histórias criam vida. Descubra agora