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2.2

Jisung estava na cafeteria essa semana, mas estranham o estado em que o menino se encontrava, nem o pouco de maquiagem que usava ajudava a esconder as pequenas e um pouco claras olheiras do menino. Seungmin estava começando a se preocupar com o amigo. Já havia derrubado um copo de vidro, esquecido de ter anotado os pedidos das mesas e quando anotava trocava os pedidos, estava desaprendendo a andar no patins e isso lhe levava a dar altas caídas. Seungmin se preocupava consigo e com o emprego do amigo, porque se fosse despedido, o amigo não teria para a onde ir alem do olho da rua.

E dessa vez não foi ao contrario, mais um copo de vidro entrava na lista de quebrados. Dowoon se desesperou ao ver o amigo caido em cima daqueles cacos de vidro, lhe ajudando a levantar, talvez as pessoas já tivessem se acostumado com o Han fazendo isso.

— Hannie, você precisa sair do mundo da maionese–

— É mundo da lua, Seungmin! Bicha burra. — Gaon revirou os olhos, fazendo o Kim lhe empurrar de leve.

— O que Seungmin queria dizer... — prosseguiu Lily, cerrando os olhos para os dois meninos que se debatiam, mas pararam em seguida. — Você precisa se concentrar no trabalho e se não fizer isso, você sabe onde vai parar!

— Isso aqui é algo importante para você, Hannie! Você mesmo disse, lembra? — Dowoon acariciou as costas do amigo, que olhou para baixo e concordou.

— Vai dar tudo certo independente do que você esteja passando! — Lily sorriu.

— Faça as palavras deles da minha, hyungie. — Gaon sorriu ladino.

Sem falarem mais nada, todos se afastaram, exceto Seungmin, que segurou as mãos do amigo e as acariciou com o polegar. Jisung sentiu falta daquilo, estava tão exausto ultimamente, não sabia se ia aguentar por muito tempo tantas informações na cabeça.

— Temos que ter uma conversa, Jisung, em casa!

Por fim se afastou, fazendo Jisung levantar os olhos em sua direção, Seungmin sabia realmente ser sua mãe as vezes e isso lhe arrepiou.

★

Assim que os dois chegaram na casa do Han, já foram calçando seus chinelos e soltando gemidos prazerosos, nada melhor do que chegar do trabalho e trocar aquela roupa infernal do caramba, ninguém merecia passar quase metade de um dia usando aquilo.

Ao ver Seungmin sentar no sofá com sua xícara de achocolatado, imediatamente bufou, sabendo do que se trataria aquilo tudo. Agarrou o pacote de biscoito e se jogou no sofá, parecia um pedaço de macia, todo escancarado.

— Desembucha.

— Oxi! Eu desembuchar o que?! — comeu um biscoito, fazendo um bico.

— Seu problema começa com M e termina com Minho, Jisung!

Só de escutar aquele nome se encolhia no sofá e ajeitava sua postura, fazia um tempo que não saiam juntos, era apenas olhares no escritório e coisa ou outra, já não estava mais aguentando aquele ar estranho que se formava entre os dois naquela enorme sala.

— É difícil saber por onde começar... — pensou.

— Comece pelo necessário, e não detalhe tudo, você sempre faz isso quando vai contar algo, é chatão para caralho. — bebeu seu chocolate.

— Eu saí com Minho e fomos para a balada, cheguei no banheiro e uma mulher meio idosa, enrrugada, apareceu–

— Você acabou de detonar a autoestima dessa mulher.

— Fodase! — resmungou. — Ela perguntou quanto Minho me pagava... Começou a chutar os números e ele chegou, fomos para o lado de fora conversar e ele falou que era a madrasta dele.

— QUE?! — Seungmin soltou a xícara na mesinha da sala e pulou no chão, ganhando uma batida do vizinho de baixo pelo barulho.

— Me deixa falar, caçamba! — Seungmin logo voltou a se sentar. — Disse que a madrasta era o motivo dele não gostar de aniversários e falou que não me podia me contar o resto.

— Bicha... Você só tem dedo podre para homem.

— Se não for falar nada legal, cala boca. — comeu mais do biscoito e choramingou em seguida. — Eu estou confuso, Minnie! As coisas não são mais as mesmas entre nós dois!

— Vocês estavam namorando?

— Tá biruta, moleque?! — olhou para o mesmo, que recuou.

— Só parecia um pouco, oras...

— Tanto faz, mas não estavamos namorando! Era apenas saída de amigos e essas coisas. — cruzou os braços, vendo Seungmin se aproximar com aquele sorrisinho que tanto conhecia.

— Já... Transaram?!

— Já chega, Seungmin! — se levantou, jogando a almofada no amigo, que choramingou.

— É só falar poxa!

Foram cortados pela campainha. Só podia ser a síndica ou o vizinho de baixo, aquele homem tinha alguma coisa contra o Han.

Andou até a porta e abriu a metade, paralisou ao ver de quem se tratava, por que agora as coisas pareciam que iam piorar e piorar para um caralho?!

— Era só o que me faltava... — murmurou.

— Quanto tempo, Seung! Senti sua falta, gatinho...