𝐌𝐨𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐦 𝐨 𝐑𝐞𝐢 [HIATUS]

𐂃𝐗𝐈𐂃

Meu cérebro ficou sobre trabalho durante a semana inteira, eu não queria ter de esconder dos nossos pais o que Anne e eu compartilhamos. Então pensei repensei, e cheguei na seguinte conclusão, vou tentar falar com meu pai da forma mais cristalina possível. Se ele não nos aprovar, acabará sendo um empecilho.

Estava combinando ideias sentado em uma cadeira vermelha almofadada quando sinto uma mão delicada tocar a minha e chamar minha atenção.

--Zad, está muito quieto esta semana-- Anne diz e senta na cadeira ao meu lado --Parece pensativo, é sobre nós?--

--É, ainda não me veio a ideia de como contar, mas quero que eles estejam cientes do que sentimos-- digo suspirando e acaricio sua mão.

--Ah, mamãe disse que quer tomar um chá com biscoitos comigo hoje--

--E com isso ela quis dizer que quer conversar contigo--

--Sim, ela deve estar desconfiando de que algo tenha nos acontecido-- Anne parece estar pensativa pois coloca a mão no queixo e a outra como apoio.

--Então vamos contar a eles-- ela me olha surpresa --Eu conto ao pai e você à Lilura--

--E se, eles se oporem? O que faremos?--

--Anne tenha calma, eles podem nos entender!-- coloco minhas mãos em seus ombros visivelmente tensos e agitados.

--Eu não quero ter que fugir e morar nos matos--

--Por favor Anneliese, não vamos ter que fugir e muito menos ter que morar nos matos--

--Obviamente era uma brincadeira Zadkiel!--

--Mas se eles não aceitarem, o que faremos?-- fico pensando.

--Tente não pensar a respeito disso, pensamentos positivos-- digo a ela no momento em que Adonis e Lilura chegam a cozinha.

Nossos pais juntam-se conosco à mesa e Lilura começar a falar sobre o que iríamos fazer hoje.

--Lembre-se querida que hoje temos o chá da tarde-- mamãe diz a Anne.

--Certo mãe--

--Eu e Zadkiel também teremos nosso momento de garotos-- Adonis diz percebendo que Lilura e Anne sempre tem os momentos de mulheres e nós dois em tempo algum fizemos algo assim.

O mais próximo que eu e meu pai fazemos de ter uma conversa só entre nós e sobre meu futuro trabalho como príncipe, com a coroa sobre minha cabeça.

--E o que exatamente vocês fazem?-- Lilura questiona rindo.

--Assuntos relacionados apenas a garotos-- Adonis responde.

--Hmm, certamente vocês lutam?-- Anne pergunta em seguida gargalhando com Lilura.

--Sim, mas também temos nossos diálogos de pai e filho!-- digo tentando ajudar meu pai.

--E as damas, o que fazem além de tomar chá?-- papai devolve a pergunta feita a poucos segundos.

--Também temos nossas conversas de mãe e filha-- Lilura responde simulando uma indignação.

--Então, todos fazemos o mesmo, nada de rir um do outro-- Anne fala como se não tivesse feito uma piada direcionada a nos à poucos segundos.

--Certo queridos, vamos encerrar o assunto e irmos comer, temos que ir a nossos afazeres-- mamãe diz.

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Eu e meu pai estávamos caminhando pelos campos do castelo. Meus pés estavam livres de qualquer calçado para revesti-los, os proporcionando uma maravilhosa sensação da grama umedecida em contato com meus dedos. O sol estava em boa quantidade, talvez porque o dia estava quase sendo coroado.

--Então filho...-- meu pai começa --Lilura e eu estávamos dialogando sobre a futura coroação sua e de Anneliese depois da guerra--

--Certo pai, e o que aparentemente está lhe deixando preocupado?--

--Também falávamos sobre você e Anne-- eu instantaneamente paro de funcionar internamente, ele pode estar falando sobre qualquer coisa sem ser o que eu acho que seja --E percebemos que vocês dois....estão bem próximos--

--Mas sempre fomos próximos-- digo tentando convencê-lo o contrário de qualquer ideia ruim.

--Sim, mas....percebemos que vocês dois aparentam uma aproximação diferente daquela que costumavam ter--

--E onde exatamente você quer chegar pai?--

--Assim como você filho, eu também já tive minha mocidade, mesmo que talvez eu ainda pareça muito jovem-- ele diz com seu típico tom juvenil e brincalhão --já experimentei do amor, isso é algo que talvez eu nunca tenha lhe dito, mas, antes de eu e Adara nos casarmos, eu gostava de uma outra garota que também presensiava as mesmas aulas que as minhas--

--É, concerteza o senhor nunca mencionou algo assim-- digo surpreso pela confissão.

--Ela não pertencia a nenhuma família de alta classe como os demais alunos, mas tinha conseguido estudar naquela escola por suas altas notas e por seu excelente comportamento em sala-- ele olha para o lado esquerdo sorrindo e parecendo lembrar de mais acontecimentos --Eu não tinha coragem de ir falar com ela, mas gostava de à admirar ao longe, a maioria dos alunos passavam perto dela apenas para tirar um pelo, eles não tinham motivos era apenas por ela não ter a mesma condição social que eles--

--Eu não era o protetor da escola, mas eu queria ajudá-la, na época contei ao dirigente e ele deu uma bela expulsão nos alunos que participaram do ocorrido, desde então eu e ela nos aproximamos mais, eu sabia que Adara gostava de mim, eu era o amor de todas-- ele fala e rio junto à ele --mas ela também tinha em mente que eu não conseguia corresponder a seus sentimentos, e quando finalmente eu iria confessar o que meu coração sentia a linda garota cacheada, sua mãe me parou no meio do caminho e quando percebi, a menina tinha ido, por algum motivo o diretor tinha a mandado embora--

--E depois disso nunca mais a viu?-- pergunto triste e intrigado por saber dessa parte até então desconhecida por mim da vida de meu pai.

--Por sete anos à procurei por todo o reino, mas não a encontrei--

--Mas depois obteve bons resultados?-- pergunto curioso.

--Quando eu e Adara nos tornamos rei e rainha, ainda tentei acha-la por mais algum tempo, mas não obtive resultados-- parece ter lembrado de algo ruim --Até aquele dia, em que nosso reino foi atacado, quando Lilura e Anneliese vieram morar aqui conosco, talvez fosse coisa criada pela minha cabeça, mas talvez eu tivesse finalmente a reencontrado--

Tento assimilar algumas linhas, mas não pode ser o resultado certo, nada impede de ser mas, se realmente for ela, eles conseguiram se reencontrar.