— Nunca confie em ninguém do palácio Jisunggie. — A mãe de Han dizia.
Subiam a estrada em direção ao portão principal do Palácio. O sol se pós, as estrelas já estavam brilhando no céu. A luz da lua foi coberta por uma nuvem grande. Demoraria até poder ter a luz natural iluminando seu caminho novamente.
Jisung cantarolava uma melodia simples. Olhou para seus pés e chutou algumas pedrinhas durante o trajeto.
Sua atenção fora chamada quando viu um grupo de guardas irem em direção ao palácio. Não era um grupo pequeno, entorno de dez guardas. No meio deles, duas mulheres de vestes pretas e chapéus com um véu tapando o rosto entravam.
— Parecem ser Xamãs. — Minho parou ao lado do Príncipe. Jisung olhou para o rosto do mais alto, mas o ato não fora retribuído.
— Xamãs? Por que deixaram que entrassem no Palácio?
Jisung ficou sem respostas. Apertou o paço querendo alcançá-los. Mostrou sua identificação falsa para os guardas que estavam no portão. Assim que sua passagem foi autorizada, o garoto andou atrás das mulheres que entraram sem seus guardas.
Minho o acompanhava um pouco mais atrás. Seguiram elas em silêncio. A cada curva que elas faziam, Han se questionava para onde aquele caminho as levaria.
Seguiam a uma distância de cinquenta metros. Viraram a direita. Aquele caminho levava até a área dos astrólogos. Elas iriam ajudá-los a decifrar as estrelas? A dúvida de Jisung fora respondida assim que elas viraram à esquerda.
— O bosque? — Jisung pensou em voz alta.
— Shii. — Minho o repreendeu. Havia falado alto demais e poderia chamar a atenção de alguém.
Apressou os paços em direção a entrada do bosque. O ar estava frio e úmido, a escuridão dificultava enxergar além de seus pés. A entrada do bosque não tinha nenhuma iluminação. Era uma escuridão completa, mas lá no fundo, conseguia ver a luz causada pelo lampião de uma das moças.
Mantendo o olhar no chão, cruzou a pequena porteira. O príncipe nunca tinha se aventurado por aquele local a noite. Fora poucas às vezes em que fazia piqueniques com seus pais. Conhecia bem pouco o bosque, e agora usava o que sabia para seguir as duas estranhas.
Tem alguma coisa ali.
Ao longe, conseguia ver várias luzes formando um círculo em meio as árvores. O cheiro de couro queimado se fez presente no ar. Sua garganta ardia sempre que inspirava aquele odor, estava forte demais. Estavam fazendo algum tipo de oferenda?
Um arrepio tomou conta do corpo do príncipe. Alguma coisa estava errada. Han estava escutando galhos se quebrando atrás dele. Muita movimentação. Não eram só eles que estavam seguindo alguém. Não devíamos estar aqui.
— É melhor a gente voltar.
Ao se virar, prendeu sua respiração quando a lâmina afiada foi direcionada a seu pescoço. O pouco que a espada encostava em sua pele já fazia um pequeno corte.
— Quem é você? — A pergunta fora feita para Jisung. Essa não é a voz de Minho. Como aquele homem passou despercebido? Seus passos eram tão silenciosos que nem os ouvidos do príncipe conseguiram perceber antes de já estar tão próximo.
— Não lhe interessa quem sou eu.
Afrontou a pessoa. Não conseguia reconhecer seu rosto, as luzes não iluminavam o suficiente, a sombra em seu rosto fazia o coração de Jisung bater mais rápido. Onde está Minho?
A luz da lua começou a se fazer presente. Gradualmente seu rosto seria iluminado e descobriria quem era.
Um reflexo o fez fechar os olhos, a luz da lua refletiu em algo que o homem usava. Abriu os olhos e ergueu lentamente o olhar.
Não era o homem que usava algo, mas sim uma lâmina que também estava em seu pescoço.
— Quem é você? — Outra voz se fez presente. Era Minho. Minho posicionava a lâmina em um ponto vital do homem enquanto dirigia a pergunta a ele.
O homem não respondeu. Sentiu seu corpo ser empurrado para o chão. O tintilar das espadas fora escutado. Minho estava lutando com o desconhecido que apontou a espada para o príncipe.
A luz da lua finalmente saiu por completo iluminando o chão. Jisung estava sem sua espada, por um descuido de achar que não iria precisar dela, deixou em seus aposentos antes de sair. Olhava atento procurando alguma coisa para conseguir ajudar o Lee.
Seus olhos focaram no cipó ainda na árvore. Daria tempo de pegá-lo? Saiu de seu transe quando escutou um gemido de dor. Olhou para os dois homens e viu Minho segurando o braço direito. Estava machucado.
Jisung não tardou em se levantar e ir em direção ao cipó, o puxando com força tentando quebrá-lo. Cambaleou para trás quando conseguiu arrancá-lo, sorriu olhando para o cipó em suas mãos e correu até o homem passando o cipó por seu pescoço.
Escutou a espada cair no chão, as duas mãos do desconhecido puxavam o cipó com força. Jisung chutou a espada para cima na direção de Minho, que a pegou no ar.
Soltou o homem e correu até o Lee pegando a espada e a apontando para o homem.
Dois contra um.
O príncipe e o oficial o rodeavam sem atacá-lo. Jisung sabia que se o atacá-lo sairia como errado, quem ataca primeiro é o vilão. Então, apenas ficava atento aos movimentos dele.
Han arregalou os olhos e correu ajoelhando na terra quando o homem tirou uma pequena faca de seu hanbok e cortou o próprio pescoço.
— Por quê? Por que você acha que ele fez isso? — Jisung perguntava para Minho enquanto checava os batimentos cardíacos do homem.
Sem sinais vitais. Ele tirou a própria vida. Procurou em suas roupas alguma coisa que pudesse revelar quem ele era. Mas não encontrou nada. Continuou passando a mão por suas vestes, vazias, nada que pudesse mostrar para quem trabalhava. Nem um saco de nyangs estava em seu bolso.
— Porque ele perdeu a luta. — Minho o respondeu calmo.
Sentiu os braços do mais alto o puxarem para cima. Largou a espada próxima ao corpo morto e olhou para o oficial.
As luzes se mexiam como se tivessem notado a presença dos dois ali. E tinham realmente notado. O som dos paços vindo em sua direção fez com que Jisung ficasse apavorado.
— É melhor a gente ir. — Sem esperar uma resposta, puxou o braço esquerdo dele e saiu correndo em direção a entrada do bosque.
Atento ao chão tentando não tropeçar, Jisung escutou gritos de mulheres. Tem um corpo aqui! Escutou um homem falar. É um dos nossos... Outra voz se fez presente, mas muito baixa para conseguir terminar de escutar.
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Secrets 秘密 | Minsung EM REVISÃO
RomanceJisung não sabia que ao segurar aquele arco, a flecha do amor o acertaria. "Eu quero dar o tiro certo em você e deixar você na minha mão" [秘密] ─ ⌑ ── ⌑ ── ⌑ ── ⌑ ── ⌑ ── ⌑ ─ ⌗ ˓ ִ+16 ִֶָ Myunwalk © 2022/23 Revisões a partir de 2025.