Capítulo 54

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Jisung, com os olhos embaçados pelas lágrimas, sentiu a dor transbordar em seu coração enquanto as memórias dos eventos traumáticos se aglomeravam em sua mente. Ele não podia conter as emoções que o dominavam, e as lágrimas escorriam livremente por seu rosto, como uma expressão dolorosa de sua tristeza e angústia.

A voz indistinta das pessoas ao seu redor parecia distante e irrelevante, submersa em sua própria escuridão interna. Ele sentia como se estivesse isolado, preso em um redemoinho de emoções avassaladoras. A dor física parecia pálida em comparação com a dor emocional que lhe atravessava a alma.

Minho. A imagem do corpo ensanguentado de Minho no chão invadiu sua mente, trazendo consigo uma onda de tristeza e desespero. A lembrança daquele sorriso apaixonado que ele havia vislumbrado antes de tudo se desfazer em desesperança era avassaladora. Ele se perguntava, em meio às lágrimas e à dor lancinante, se Minho havia sobrevivido àquele terrível momento, se ele ainda estava vivo ou se havia sido consumido pela escuridão.

O peso de um relacionamento partido, de um amor em frangalhos, também o atormentava. Jisung se viu questionando se haveria algum futuro para eles, se o destino cruel havia decretado o fim de sua história de amor. A incerteza o assombrava, alimentando a tristeza que lhe consumia.

Enquanto as lágrimas continuavam a cair, Jisung se sentia sobrecarregado pela dor avassaladora e pela sensação de perda profunda. No entanto, em meio à escuridão que o envolvia, uma centelha de esperança lutava para brilhar. Ele sabia que, apesar de tudo, precisava encontrar forças para seguir em frente, para descobrir o destino de Minho e para curar as feridas emocionais que o dilaceravam.

Jisung se viu submergido em um mar de dor, tanto física quanto emocional. A exaustão e o peso dos eventos traumáticos foram avassaladores, envolvendo-o em uma escuridão profunda. Seu corpo cansado e sua alma dilacerada clamavam por descanso, e ele cedeu à exaustão, deixando-se levar pelo abismo do sono.

Enquanto seu corpo descansava, sua mente continuava a lutar contra as imagens dolorosas que o assombravam. Seus sonhos eram uma tapeçaria de memórias fragmentadas, emoções cruas e uma angústia implacável. Era como se sua própria existência estivesse enredada em um emaranhado de dor e tristeza, sem uma saída clara à vista.

No entanto, mesmo em meio à escuridão, uma faísca de determinação permanecia dentro de Jisung. Embora fraca, ela ainda brilhava, uma lembrança de que a cura e a redenção eram possíveis, mesmo nos momentos mais sombrios. Era um lembrete de que, embora a dor pudesse ser esmagadora, ele tinha a capacidade de encontrar forças para se recuperar.

Os olhos de Jisung se abriram lentamente, sua visão ainda embaçada pela transição entre o sono e a realidade. Ele piscou algumas vezes, tentando focar seu olhar no ambiente ao seu redor. Um raio de luz do sol atravessou a janela entreaberta, trazendo consigo um suave vento que dançava pela sala. O ar fresco tocou sua pele e fez com que ele sentisse um arrepio percorrer sua espinha.

No entanto, junto com essa sensação, a dor latejante de suas feridas se fez presente, como um lembrete cruel de tudo o que havia acontecido. Jisung gemeu involuntariamente, sua expressão contorcida pela dor que se espalhava por seu corpo. Cada movimento era um desafio, cada respiração um lembrete constante de sua fragilidade.

No entanto, um rosto familiar emergiu do emaranhado de vozes: Felix.

O coração de Jisung se encheu de um misto de alívio e curiosidade quando viu Felix se aproximando, sua expressão preocupada. As feições de seu amigo eram um raio de luz em meio à escuridão que havia assolado sua consciência. Ele queria dizer algo, perguntar onde estava e como havia chegado ali, mas sua voz ainda se encontrava fraca e embargada.

Felix, com olhos repletos de afeto e cuidado, estendeu a mão delicadamente para tocar o rosto de Jisung. Seus gestos silenciosos transmitiam uma mensagem de conforto e proximidade, como se quisesse assegurar a Jisung que ele não estava sozinho naquela jornada tumultuada.

Jisung sentiu um nó na garganta ao perceber a sinceridade do olhar de Felix. As lágrimas ameaçaram brotar de seus olhos, mas ele lutou contra a emoção, tentando manter a compostura. Era difícil explicar a intensidade de seus sentimentos naquele momento, mas ele sabia que Felix entendia.

Lentamente, Jisung foi se lembrando do que havia acontecido. A batalha feroz que haviam travado contra o inimigo, a sensação de desespero quando se viu cercado pela névoa nefasta, a dor lancinante quando recebeu o golpe fatal. Mas agora ele estava ali, vivo e cercado de amigos que o amavam.

Gradualmente, a voz de Felix foi se tornando mais clara e Jisung conseguiu entender o que ele estava dizendo.

— Ele acordou! Ele está consciente! — Felix sorriu, e disse animado para as pessoas ao seu redor.

Enquanto Jisung tentava se erguer, um toque firme e gentil o deteve. Hyunjin, com uma expressão séria, colocou uma mão suave em seu ombro, mantendo-o deitado com cuidado. Seus olhos transmitiam preocupação e cuidado, uma demonstração clara de que sua intenção era proteger Jisung dos danos adicionais que poderiam ser causados por seus ferimentos.

— Fique deitado. Seus ferimentos são muito profundos, se levantar seus ferimentos abrirão. — Hyunjin, com sua voz calma e reconfortante, explicou.

— E Minho? Como ele está? — Jisung perguntou, com a voz fraca, quase não sendo audível.

Os olhares entre os garotos se encontraram, carregados de determinação e solidariedade. Um sorriso fechado se formou em seus lábios, uma expressão de resiliência diante das adversidades que haviam enfrentado.

Sem perder tempo, os garotos se levantaram em conjunto, movendo-se com agilidade pelo ambiente. Seus passos eram determinados, enquanto buscavam os itens necessários para cuidar de Jisung.

— Não vão me responder? — Jisung sentiu-se deslocado, já que sua única visão era o teto amadeirado de um hanok, até então, desconhecido por si.

— Se recupere primeiro, ai, sim, falaremos sobre. — Escutou a voz de Hyunjin.

Jisung, sentindo-se impotente diante da falta de informações, compreendeu o cuidado e a preocupação nos olhos de seus amigos. Ele sabia que precisava priorizar sua própria recuperação antes de buscar notícias sobre Minho. No entanto, a ansiedade e a incerteza ainda ecoavam em seu coração, alimentando seus medos mais profundos.

Enquanto Jisung permanecia deitado, seus pensamentos ainda mergulhados nas lembranças e preocupações, a presença reconfortante de Felix trouxe-lhe um vislumbre de alívio. O garoto se aproximou com cuidado, segurando um pote com água e um pano úmido em suas mãos gentis.

Com movimentos suaves e atentos, Felix começou a limpar o rosto de Jisung, removendo as marcas de lágrimas e suor que se acumularam durante sua agonia. Cada toque era delicado, demonstrando não apenas a preocupação física, mas também o carinho e a dedicação que Felix nutria por ele.

Enquanto a água fresca acariciava sua pele, Jisung sentiu um alívio momentâneo da tensão que o cercava. A suavidade do pano úmido transmitia uma sensação de conforto, como se todas as preocupações e dores pudessem ser temporariamente dissipadas.

Enquanto Felix continuava a limpar seu rosto, Jisung permitiu-se fechar os olhos por um momento, entregando-se à tranquilidade que o envolvia. 

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