Dezoito

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Maraísa

Na manhã seguinte eu finalmente pude ver a minha belíssima namorada. Ela estava andando pelos corredores do hospital, quando a agarrei por trás. De início ela deu um pulinho de susto, mais logo relaxou o corpo quando percebeu que era eu.

Enquanto entravamos na sala de suprimentos, beijava os seus lábios. Nossas línguas duelavam por espaço.
Minhas unhas cravaram em sua bunda fazendo a loira soltar um gemido.

- Vá com calma, amorzinho - Sussurrou quando passei a judiar de seu pescoço

Suas mãos estavam em meus ombros. Voltei a beijar seus lábios, e sem pensar duas vezes minhas mãos vão direto para o fio de seu uniforme. Eu estava prestes a enfiar meus dedos na intimidade de minha namorada quando a porta se abriu.

Pensa naquele momento que suas pernas tremem, e você fecha os olhos imaginando ser seu chefe, ali, bem atrás de você.

- Amor, abre os olhos - Marília ri enquanto tenta me afastar.

Eu não entendo o porque da risada, então abro um olho de cada vez, e me viro devagar.

- Filha da Puta - Esbravejo quando vejo minha comadre/amiga parada ali na porta

As duas loiras explodem em uma gargalhada, enquanto eu tento recuperar o ar. Eu juro que quase mijei na calça pensando ser Júnior ali.

- Vocês deveriam tomar mais cuidado - Por fim diz Luísa procurando alguma coisa nas prateleiras

Marília e eu concordamos com aquilo. Dessa vez tivemos sorte. Muitos transam por aí, mas se o chefe nos pegasse pegaria mal para o nosso lado. Mendonça deixa um beijo em meus lábios e se retira dizendo que me vê mais tarde, quando estou prestes a sair, me lembro de uma coisa.

Com uma mão na maçaneta da porta, e outra no bolso do jaleco, chamo por Luísa que se vira me olhando

- Sim?!

- Eu sei que não devo me meter na relação de vocês. Sua e de Maiara - Explico melhor enquanto a loira me observa - Mais, converse com ela, Lu. Seja lá o que estiver acontecendo ela precisa saber. E com toda certeza ela irá te entender

- Tá. Eu irei fazer isso - Sorri - Máh?!

- Sim - Digo quando estou quase saindo

- Obrigada - Apenas sorrio me retirando dali

O resto do dia é uma correria, quase não tenho tempo de fazer uma refeição. E três dias se passam, e eu estou trabalhando sem parar. São cirurgias atrás de cirurgias. Faço uma pausa ali e outra aqui. Lila está no mesmo ritmo que o meu. Damos uma pausa em uma das salas de descanso, mas nada além disso, nem tempo de transar dá, quando estávamos começando a esquentar, Mendonça foi chamada para uma emergência.

E quando estava para completar quatro dias fora de casa, decidi ligar para Theo e pedi que ela viesse tomar café comigo em uma cafeteria próxima ao hospital.

Eu estava com uma sensação estranha. Me sentia angustiada, e um aperto no peito. A única coisa que eu queria agora, era ver a minha filha e poder abraça-la. E foi isso que eu fiz quando a vi se aproximar de mim.

Nossos pedidos logo chegaram. E Theo contava tudo que aconteceu nesses dias longe dela. Claro que sempre falávamos por ligação ou mensagens, mas não era a mesma coisa.

Acabei rindo quando Theodora me contou que Noemy tinha saído com um cara na sua noite de folga. Noemy nunca deixava um cara se aproximar dela, e isso foi uma novidade e tanto.

- Eu acho que dá tempo pra te deixar na escola - Falei olhando para o relógio em meu pulso

- Ah! mãe. Me deixa faltar hoje por favor - Pediu formando um bico nos lábios

Essa garota é realmente minha filha. Ela é a minha cara

- Nada disso mocinha. Você nunca perde aula, porque essa agora?

- Não sei, eu só estou sem vontade de ir - Suspirou enquanto brincava com as pulseiras coloridas no pulso

- Melhor você ir Theodora. Você mesma disse que estão estudando matéria para prova

Mesmo sem vontade alguma ela concorda. Pago a conta, e caminhamos até o meu carro no estacionamento. O caminho até a escola é feito rápido, já que a escola não fica tão longe do hospital

- Boa aula - Beijo sua bochecha - Amo você, meu amor

- Obrigada. Também amo você, mamãe

E como se algo dentro de mim me avisasse de alguma coisa de ruim, eu puxo minha menina para um abraço apertado. Ela fica em meus braços por um tempo, suas mãos apertam minhas costas.

- Tchau - Por fim digo a soltando

Só saio do portão da escola quando a vejo sumir de meu campo de vista ao lado dos amigos.

[...]

Caminho até a cantina com Maiara, e Murilo ao meu lado. Pegamos nossas refeições e nos sentamos em uma mesa de canto. A sensação estranha ainda atingia o meu corpo.

Quase não prestava atenção no que Maiara nos contava, e não era por mal, minha cabeça estava a mil. Theo, era a única coisa que pensava.

Uma notícia que passava na televisão chamou a atenção de todos, a moça da cantina logo aumentou o volume da tv.

"A poucos segundos atrás, um gás de cozinha causou uma grande explosão no colégio West Seattle High School. Alunos e funcionários da escola foram retirados, mais ainda restam quatro alunos, e um funcionário dentro da escola. Três são garotas entre doze e treze anos, na qual a identidade ainda não foi revelada. Voltaremos com mais notícias"

Meus olhos estão arregados, e minha boca seca. Murilo, e Maiara me olham em uma tentativa falha de me tirarem do transe. Essa escola que falou na tv, é a escola que Theo estuda.

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Dois capítulos para compensar o meu sumiço. Não se esqueçam de votar.

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