Treze

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- Eu não quero saber Theo, você me desobedeceu

- Mas eu te liguei mãe, e você não atendeu - Reclamou a outra jogando a mochila no sofá.

Maraísa fechou a porta principal atrás de si. E logo caminhou até a filha ao centro da sala.

- Porque eu estava em uma emergência. E você deveria ter vindo pra casa. Eu disse mil vezes que não te quero naquele bairro, é da escola pra casa. - Insistiu Pereira.

A menina respirou fundo, no fundo sabia que a sua mãe estava certa, e não tinha argumentos contra isso. Era um bairro perigoso e tinha pisado na bola.

- E se te acontece alguma coisa, Theodora? Você sabe as coisas horríveis que acontecem por lá. Chegam adolescentes, jovens e crianças que levaram balas perdidas por simplesmente estarem brincando na rua. - Desabafou a morena com a voz chorosa.

- Me desculpe tá bom? Eu só queria ver o pessoal andar de skate, eu.. Eu não queria te deixar preocupada mamãe - A mesma se aproximou da mãe a abraçando.

Maraísa passou os dedos delicadamente pelos cabelos lisos da menina. Não suportaria se acontecesse alguma coisa com sua menina.

- Só não faça mais isso filha - Pediu segurando o rosto de Theo entre as mãos. - Agora vá tomar um banho para comermos alguma coisa

A menina assentiu. E antes de subir pegou sua mochila e mandou um beijo para a mãe.

Pereira respirou aliviada. Com o celular na mão caminhou até a cozinha e cumprimentou Noemy que estava sentada no banquinho alto da bancada, enquanto assistia sua novela que passava na tv da cozinha. Maraísa pediu para a mulher preparar algo para comerem, e logo saiu pela porta dos fundos onde levava até a grande piscina, com algumas boias personalizadas dentro. Aquela área estava sendo pouco usada, já que em Seattle estava fazendo mais frio que o normal, e sair um sol estava sendo coisa bem rara naqueles últimos dias.

A morena discou o número de Mendonça e ficaram alguns minutos ali conversando. Marília contou a namorada sobre como foi a conversa com a filha, e que apesar da menina ter reagido bem em sua frente, a mesma dormiu chorando pelos novos acontecimentos em suas vidas. Logo encerram a ligação marcando de se verem mais tarde.

[...]

Assim que chegou a portaria do prédio que Mendonça morava, Maraísa pegou um elevador com uma garrafa de tequila na mão, tinha descobrido a paixão da loira pela bebida, e não perdeu a oportunidade de leva uma garrafa.

O relógio em seu pulso marcava 22hs45 da noite, tinham marcado esse horário pois era o horário que Milly estaria dormindo. E mesmo que já tivesse conversado com a menina, queria ir com calma com a loirinha.

Assim que recebeu a mensagem da morena, Lila abriu a porta trajando uma calça de moletom cinza, e uma regata preta sem sutiã por baixo.

- Boa noite! - Disse Mendonça depositando um selinho nos lábios da namorada.

- Boa noite! Eu trouxe tequila pra você - Sorriu Pereira sapeca.

- E você quer me embebedar em uma quarta-feira - Brincou Marília fechando a porta.

Maraísa seguiu Marília até a cozinha, aquela era a primeira vez que entrava no apartamento da loira. E apesar de não ser nada muito grande, ou luxuoso como a sua casa, era tudo muito bem organizado e decorado.

- Pegue os copos e me acompanhe - Pediu Mendonça depois de fazer alguns petiscos para as duas.

- Você manda e eu obedeço

- Bom saber - Piscou a loira deixando a franja cumprida tampar a metade de seu rosto

Maraísa sentiu a pele se arrepiar com aqueles pares de olhos verdes.

Sentadas uma de frente para a outra na cama, ambas riam enquanto contavam acontecimentos engraçados.

- Eu era uma adolescente lesada, minha mãe dizia "como que você quer ser médica desse jeito? Você não tem esse dom" - Relembrou Mendonça tentando não demonstrar chateação na voz.

- E ela estava errada. Você é Marília Mendonça, a tão disputada cirurgiã. - Disse Maraísa entrelaçando os seus dedos - Milhares de jovens se inspiram em você meu amor - Beijou os seus dedos.

A mãe nunca incentivou a mesma sobre o seu sonho de ser médica, Marília sempre soube o que queria, e se está onde está hoje, foi por mérito.

Marília sorriu pelas palavras ditas pela morena. Lembrar da mãe nunca era uma coisa boa, e ter Maraísa, uma das grandes cirurgiãs do mundo. Com livros lançados, e uma carreira invejável era um tanto gratificante.

- Obrigado por isso - Agradeceu Mendonça

- Porque está me agradecendo?

- Por você dizer essas coisas. Por ser tão incrível comigo, e ter essa paciência toda - Marília prendeu o lábio entre os dentes

Maraísa colocou a bandeja com os petiscos em cima da mesinha de cabeceira. Pegou o copo da mão de Mendonça e tomou o resto da tequila logo em seguida. Maraísa fez uma careta arrancando uma sonora risada da loira.

Depois de deixar o copo junto da bandeja, Maraísa segurou na nuca de Lila selando os seus lábios. O gosto de tequila deixava o beijo ainda mais gostoso. A língua de Ísa explorava a boca de Lila. Suas línguas se moviam em uma batalha sem fim.

Marília foi se deitando na cama, tendo o corpo da morena em cima do seu sem soltar o peso. Marília soltou um gemido ao sentir Maraísa roçar suas intimidades por cima das roupas, a morena se movia sem parar os beijos que eram revezados entre os lábios e o pescoço da namorada.

- Essa noite, você será toda minha Marília Mendonça - Maraísa se sentou no quadril da cirurgiã e com os olhos fixos, e a pupila dilatada, Lila acompanhou cada passo da outra ao retirar a camiseta.

- Eu serei toda sua Maraísa Pereira.

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