Capítulo 9

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Filomena: Qual sua cidade natal Maiara?

Maiara: Sou de Campos do Jordão, interior de São Paulo senhora, cidade pequena. Não sei se deve conhece-la ?!- Era bom conversar com alguém.

Filomena: Ah sim sim, não fui lá ainda mas sei da sua existência!- Ela deu risadas, me contagiando a rir tbm. - Aliás não me chame de senhora , sei que nas minhas linhas de expressão estão visíveis a esse ponto mas me chame de Filomena, ou Filó, como costumam chamar.- Ela ficou de pé.

Foram alguns minutos bastante agradáveis. Era uma mulher alegre e espontânea, sua companhia era leve. Fernando estava em outra cadeira observando enquanto conversávamos e poucas vezes ele tentou entrar no diálogo, na maioria quando era perguntado algo a ele apenas. E quando sua mãe foi embora , olhei para ele ainda confusa por conta do leilão . Ele parecia ler meus pensamentos.

Fernando: Terá um evento hoje...acredito que tenha visto tudo que Marquinhos trouxe. Quero companhia pois esses eventos são bem tediosos. Vai vir um profissional para que esteja pronta as 20 horas !- Ele afirmou e saiu de lá sem dizer mais nada.

O momento carinhoso pelo previsto tinha sido apenas quando sua mãe estava ali, ele me tirou de lá por pena e acho que agora estava batendo o arrependimento pelo seu ato impulsivo. Eu não queria incomodar nem ser um estorvo , iria pensar em algo para minha vida tomar um curso diferente. Quando terminei o café, fui levando algumas coisas para a cozinha quando Nete tomou tudo da minha mão mandando parar imediatamente e demos risada. Quando entrei na casa, Fernando não estava mais ali , estava me sentindo um pouco perdida sem saber o que fazer naquela casa enorme. Nem sabia o que me esperava naquele lugar.

Uma das meninas que ajudava Nete me informou que ele me esperava no escritório. Me guiou até lá e depois que bateu ele mandou entrar. Estava lindo, usava um terno, o blazer sobre a cadeira e a camisa branca com alguns botões abertos e a gravada folgada.

Fernando: Preciso lhe informar algumas coisas...sei que não esta entendendo nada.- Ele apontou para a cadeira a frente e eu logo me sentei.

Maiara: Realmente...estou muito confusa com isso tudo. - tomei um pouco de coragem.

Fernando: Bom...lhe tirei de lá pois pode ser muito útil . Tenho muitos negócios a serem fechados e eles são pessoas que prezam muito a seriedade daqueles com quem fecha negócios. Eu ...bom, nunca fui de relacionamentos e nem quero. Isso tira o meu foco!- Ele batia os dedos na mesa, me olhava bem sério.

Fernando: Então... meus advogados acabaram sugerindo que eu tivesse um relacionamento. Ao menos um noivado...morando juntos algo do tipo para pensar que estou construindo a tal da família que eles todos prezam. Então você ficaria aqui comigo por um ano , seria minha noiva...após esse tempo nos afirmamos que acabou , cada um seguiu sua vida e você receberá um bom dinheiro para recomeçar a sua vida. E a dívida sobre a compra da sua casa será perdoada !- ele falou tão rápido que eu prestei mais atenção na parte da casa.

Como ele sabia da dívida da casa ? Nós fizemos empréstimos para fazer o tratamento do meu pai, hipotecamos a casa e quando sai de manhã estava prestes a perder o único lugar que tinha para sobreviver. Ele sabia disso, ele então pagou por ela ? Meu Deus!

Eu fiquei atenta analisando tudo que ele disse, ou tentando analisar no mínimo. Eu não tinha muita escolha. Não tinha ninguém, não tinha de onde começar e ele fazendo isso, em um ano eu teria uma vida normal novamente. Mas a realidade é que ele estava me usando, ele sempre teve essa intensão.

Maiara: Quais são suas exigências?- Eu perguntei fazendo ele levantar uma sobrancelha.

Fernando: Eu faço o que eu quiser com você! Acho que não tem muita escolha...-

Aquela primeira frase me fez arrepiar lembrando de ontem , já a segunda me deixou muito magoada fazendo esquecer qualquer coisa do tipo.

Abaixo olhar e olho para minhas mãos. Poderia sair dali, dormir na rua a ponto de ser sequestrada novamente para um lugar onde vende mulheres, eu não saberia nada pois tinha pouco tempo ali, em um ano poderia conhecer mais e teria minha casa de volta.

Maiara: Como você mesmo disse... Não tenho escolha, então minha opinião não importa!- Me levanto e saiu em direção a porta.

Fernando: Eu não mandei você sair Maiara...- Ele falou com a voz cheia de autoridade.

Me viro e coloco as mãos na cintura o olhando com raiva . Respiro fundo.

Maiara: Deseja mais alguma coisa senhor ?!- falei de forma irônica.

Ele parece não ter gostado nada daquilo. Seu olhar ficou intenso e raivoso. Se levantou e foi até mim , meu coração acelerou com um pouco de medo mas não abaixei o queixo . Ele chegou bem perto, eu sentia sua respiração no meu rosto e ele olhava nos meus olhos. Pegou no meu queixo e levantou me fazendo ficar com o rosto ainda mais próximo ao dele.

Resgatada por eleOnde histórias criam vida. Descubra agora