Capítulo 33

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- Fernando Zor -

Quando a vi cair no chão corri o mais rápido que pude, atrás dela aquele desgraçado estaca caído com um tiro. Provavelmente morto por um dos policiais antes que ele disparasse em Maiara.

A segurei, ouvi sussurrar pedindo desculpa. Ela deve ter lutado tanto naquelas horas, beijei seu lábios quando ela ficou desarcordada. Sangrava entre as pernas e meu coração estava esmagado. Gritei como um louco e imediatamente, médicos e enfermeiros chegaram fazendo todo o procedimento com ela. Eu não queria largar mais era necessário. Meu pai estava lá agora e me segurava forte.

Sérgio: Calma filho! Vai dar tudo certo !— Ele confortava.

Eu não sai do seu lado um minuto se quer, um helicóptero foi solicitado para chegar no hospital mais rápido. Ao chegar sentei ao lado da sua maca até uma grande porta quando a enfermeira me parou.

Enfermeira: O senhor tem que aguardar agora ...— Olhei para o corredor desesperado.

Fernando: Não... é minha mulher e meu filho, eu não vou ficar aqui!— tentei passar.

Enfermeira: Senhor, sei que está muito preocupado. Mas confie em nós, vamos fazer de um tudo para sua mulher e seu filho ficarem bem!— respirei fundo e todos que estavam em casa entravam pelo corredor.

Filomena: Meu filho, meu Deus. Você se machucou tbm ? Todo esse sangue ?!— Minha camisa estava suja.

Fernando: Não... antes fosse eu mãe. — Ela me abraçou e eu não segurei dessa vez. Coloquei o rosto em seu ombro e chorei feito uma criança.

Nete: Vamos ter fé... Maiara é forte e um filho de vocês dois, imagina... mais ainda !— Nete esfregava minhas costas.

Ficamos sentados ali por horas, trouxeram comida e eu recusei. Não queria absolutamente nada a não ser minha família bem. Um médico saiu de lá e olhou para nós procurando por algo.

Médico: Parentes de Maiara Pereira...- Dei um pulo e me aproximei imediatamente.

Fernando: Sim doutor. Sou o noivo ...—

Médico: Senhor, ela teve uma hemorragia devido as agressões e o esforço físico . Conseguimos conter o deslocamento da placenta para não perder o bebê e foi um sucesso até então. Infelizmente é muito imprevisível... precisamos de 48 horas para afastar a hipótese de aborto espontâneo. Ela está medicada, deve ficar inconsciente por algumas horas. Sem fraturas, apenas machucados superficiais. Estamos acompanhando a senhorita constantemente. — Ele explicou e eu soltei o ar dos pulmões.

Fernando: Posso vê-la ?—

Médico: Apenas um por vez por enquanto. Alguém terá que acompanha-la, é uma recuperação imprevisível. —

Todo mundo se ofereceu para acompanhar , só que eu não ficaria nunca longe dela . Entrei no local, antes me higienizei completamente. Quando entrei na sala, ela estava lá. Parecia que dormia, seu rosto estava cheio de hematomas escuros assim como seus braços. Por que não foi comigo aquilo ? Ela nunca mereceu nada disso. Sentei ali ao lado e toquei seu rosto, depois sua barriga ainda lisa mais cheia de amor ali dentro.

Fernando: Obrigado por ser forte como sua mãe... aguenta ai vai !! — olhei para seu rosto novamente — Eu te amo tanto... isso tudo acabou!! Nunca mais passará por isso.— Falo baixo.

Sai lá fora avisando que iria ficar com ela, Nete avisou que iria mandar Davi ou Marquinhos trazer roupas limpas para que eu me trocasse. Uma por uma entrou afim de passar força para Maiara. Quando todas foram embora voltei para o quarto. Um tempo depois peguei tudo que Marquinhos trouxe, voltei para o quarto. Tomei um banho, coloquei o Jeans e camiseta que ali estava e me sentei na poltrona confortável que tinha a frente da cama. Não demorou muito para pegar no sono. Acordei algumas vezes um pouco assustado me lembrando da Maiara ali caída e sem cor. Olhei para ela, me certificava que todos os equipamentos estavam funcionando normalmente e voltava para a poltrona.

Muitas horas se passaram, acho que já era de manhã quando escutei por longe me chamarem. Abri os olhos e Maiara estava de olhos abertos me olhando. Me levantei em um salto piscando muito os olhos para acordar de uma vez. Ela deu um sorriso de canto e eu beijei sua testa.

Fernando: Bom dia meu amor !— Falei baixo.

Maiara: Como está nosso bebê?— Ela me olhou com cara de choro, eu acariciei seus cabelos para ela se acalmar.

Fernando: Ele está bem, precisa ficar calma e relaxada para ele ficar ainda melhor. Está se sentindo bem ?— partia o coração vê-la daquele jeito.

Maiara: Estou com dor no corpo só. Eu tive tanto medo!— Ela começou a chorar.

Eu continuei com os carinhos e beijando sua testa carinhosamente.

Fernando: Isso passou! Vamos pensar em nós três agora o quanto tudo será perfeito. — ela se acalmou aos poucos.

Nunca mais seria necessário ver aquele desgraçado , ele foi apagado de uma vez por todas e eu não podia negar que aquilo tinha sido melhor que ser apenas preso, assim ele sumia de uma vez por todas da nossa vida e de tantas outras que sofreram

O médico chegou na sala e fez uma avaliação nela. Até então estava tudo bem e o procedimento estava dando certo. Agora ela tinha uma gravidez de risco nesses primeiros 3 meses e tinha que ter um repouso absoluto até os terceiro mês. Ao longo do dia Maiara recebeu visita de todos, o quarto acabou ficando colorido com tantas flores que ela recebeu . Quando ja era noite Maraisa se ofereceu para ficar com ela, eu me recusei milhões de vezes mas Maiara disse que minha cara estava péssima e eu precisava dormir um pouco em uma cama confortável. Não discuti e fui para casa, comi algo preparado por Nete e fui para a cama pegando no sono , estava exausto daqueles últimos dois dias. Por saber que ela estava melhor consegui descansar mas em meus pensamentos não passava outra coisa.

No dia seguinte...

Acordei cedo, tudo indicava que Maiara teria alta hoje. Queria minha mulher em casa comigo. O investigador ligou avisando que tinha achado a família da Maraisa e queria conversar com ela para contar detalhes e planejar um reencontro.

Quando cheguei lá, Maiara já usava suas próprias roupas e estava sentada confortávelmente na cama. Abri um sorriso ao vê-la e ela fez o mesmo. Fui até ela dando um beijo cheio de saudade.

Fernando: Como os dois estão?— selei seus lábios e passei a mão em sua barriga.

Maiara: Felizes de ir para casa !— Ela falou animada.

Contei a Maiara sobre o investigador ela parece ter ficado eufórica. Esperei o médico passar todas as informações e exigências, ela estava ouvindo e eu não iria deixar ela fazer nenhuma bobagem. Seguimos para casa logo em seguida . Para a nossa casa!

Resgatada por eleOnde histórias criam vida. Descubra agora