Normani Kordei

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Halle e eu nos conhecemos no segundo ano da faculdade. Para ser bem sincera, não foi amor à primeira vista. Não houve faíscas, não senti um frio na barriga quando me tocou pela primeira vez... Foi mais um reconhecimento de que éramos as pessoas certas uma para a outra. Tudo começou quando caímos no mesmo grupo de estudos de economia, que estava acabando comigo. Apesar de prestar muita atenção na aula e de estudar bastante, as tarefas dessa matéria eram mais difíceis para mim que qualquer outra coisa. Eu ainda estava tentando entender a pergunta enquanto os outros membros do grupo já elaboravam a resposta. Depois de um tempo, cansei de atrasar os demais, e passei a me matar para entender a matéria sozinha no quarto. Então, numa noite em que estava me sentindo especialmente frustrada, à beira das lágrimas porque era a única que não entendia nada, ela fez exatamente a pergunta que eu tinha vergonha de fazer. A mesma coisa aconteceu na pergunta seguinte. E na seguinte. Foi só na quinta vez que Halle se fez de desentendida que percebi que ela não tinha anotado uma única palavra daquilo que o grupo explicava com toda a paciência. Ela não estava nem com a tarefa nas mãos, porque já havia terminado horas antes. Estava olhando para mim. Quando acenei com a cabeça em um questionamento silencioso, ela deu uma piscadinha. E é assim, senhoras e senhores, que se conquista Normani Kordei, ajudando com a tarefa e dando uma piscadinha sutil e fofa.

Eu me apaixonei. De verdade. E é bom lembrar que, no terceiro ano, quando Halle estava se descabelando para entender o
simbolismo na literatura britânica, fui eu quem forneci a ajuda, e de bom grado. Sei que não é uma história das mais quentes, mas, como eu falei... parecia certo. Pelo menos até um tempo atrás. Está na hora de confessar. Tenho vinte e quatro anos, estou no auge da minha saúde e forma física, tenho um relacionamento sério com uma garota maravilhosa... E minha vida sexual é uma merda. Nem sempre foi assim. Perdi a virgindade no primeiro ano de faculdade com um jogador de beisebol gato que morava no mesmo corredor que o meu no alojamento misto da universidade. Confesso não foi uma primeira vez boa, esperava ficar sorrindo abobada quando terminasse, mas isso não aconteceu. Namoramos alguns meses antes de aprender a velha lição de que se dar bem na cama não basta para construir uma relação. Depois de vários jantares marcados por silêncios constrangedores, terminamos, sem ressentimentos. Depois desse relacionamento frustrado, fiquei com uma menina Amy, e uau aquilo sim foi química e sexo, era toda hora, em lugares inimagináveis. Como tudo que é bom dura pouco, Amy se mudou e meu conto de fadas acabou. Fiquei com um amigo de Dinah uma vez naquele primeiro ano, mas foi numa noite de muita
bebedeira e pouco juízo, e mais uma vez foi horrível. Ali tive a certeza que meu lance não era meninos, não sentia prazer, era uma coisa automática.

E então... veio Halle, o aspecto físico do relacionamento avançou de forma bem lenta. Nenhuma de nós duas queria estragar uma coisa tão legal apressando as coisas. Quando rolou sexo, foi muito bom, ou bom. Na verdade, foi o.k. Mas pelo menos rolava com frequência. E então, uns dois meses atrás, a coisa simplesmente parou de acontecer. Acho que até sei mais ou menos o motivo. Estou trabalhando feito uma louca, e ela ainda tem os estudos. Mas já faz dois meses. A seca em si não é tão ruim... Se a pessoa for solteira. Mas em um relacionamento sério, em que de vez em quando surgem até conversas hipotéticas sobre casamento, dois meses é tempo demais. E não é que não tenha pintado nenhuma oportunidade. Tenho um quarto só para mim e Halle mora sozinha. Então por que estamos transando menos agora do que quando morávamos em alojamentos e precisávamos amarrar fio dental na maçaneta para que ninguém entrasse? Enfim. Hoje isso vai mudar. Caprichei na maquiagem e sou obrigada a admitir que estou linda. A regata preta e a calça
jeans que estou usando não têm nada de mais, mas nem preciso disso. O verdadeiro trunfo está por baixo: uma combinação novinha que estourou meu orçamento por uns seis meses, mas vai valer a pena. É de renda vermelha e, sem querer me gabar, deu uma valorizada incrível nos meus peitos. Estou prestes a sair quando chega uma mensagem da minha amiga Lori no celular.

Just Friends - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora