A ideia de Dinah é muito, muito boa na teoria. Quer dizer, essa coisa de "vamos começar a dormir com outras pessoas antes que as coisas fiquem intensas demais" Fiquei aliviada por ela ter falado isso, de verdade. Porque ela tem razão. Apesar de não estarmos, tipo, apaixonadas, duas semanas de monogamia não estavam no acordo. Era para ser sexo sem compromisso enquanto as duas estivessem a fim. Só que não sabíamos que íamos estar a fim o tempo todo. Então, como eu ia dizendo, arrumarmos outros parceiros é um bom plano. Não sei o que estou fazendo ou tentando provar querendo ter uma relação ou apenas sexo com um cara, mas decidi tentar, sair um pouco da mesmice mesmo sabendo do que realmente gosto. Ótimo. Na teoria. Na prática... Argh. O motivo de eu ter sugerido para Dinah que começássemos a transar foi minha dificuldade de pensar em fazer sexo com um desconhecido. Como minha mãe falou, eu claramente preciso estabelecer algum tipo de vínculo com a pessoa antes de ir pra cama. É por isso que por mais legal e bonitão que Brandon Mallory seja... Não posso ir pra casa dele. Simplesmente não dá. Brandon não força a barra, isso eu tenho que reconhecer. Depois de um jantar gostoso num restaurantezinho italiano bem informal que ele sugeriu, o cara não demonstra o menor descontentamento quando aviso que vou chamar um táxi. Isso me deixa feliz. Não sei se pelo jeito fofo ou pelo fato de não ter que transar com ele.
- Posso ligar pra você? - ele pergunta no momento constrangedor em que fico parada na frente do táxi com a porta aberta.
- Claro. - respondo dando um sorriso sem dentes.
Não sei se Brandon é o amor da minha vida ou coisa do tipo, mas o jantar foi legal. Pode até não ter rolado uma tensão sexual ainda, mas quem sabe em um segundo encontro.
- Que bom. - ele diz com um sorriso largo.
Então ele põe as mãos no meu rosto e me beija. Também é legal. Só quando estou no táxi a caminho de casa percebo que estou associando Brandon naturalmente à palavra "legal" "Legal" não é ruim. Mas também não é... O que estou procurando. Quero mais. Só não sei o quê. Pago o taxista, tiro a chave da bolsa e me encaminho para a porta da frente. Todas as minhas esperanças de uma noite tranquila com um bom livro e uma taça de vinho tinto desaparecem assim que entro. A música está alta, para superar o som da TV (também alta) Ouço vozes de um monte de gente bêbada. Solto um suspiro quando ponho a bolsa sobre o aparador. Pelo jeito os planos de Dinah para
uma noitada acabaram sendo levados para dentro de casa. E dá pra entender por quê, já que ela achava que teria a casa só pra si.
Sem dúvida nenhuma transmiti a impressão de que ia dormir com Brandon. Talvez se eu subir de mansinho ela não descubra...- Mani!
Droga. Fui descoberta. E por Lauren. Não a vejo desde a noite em que levei o pé na bunda. Os detalhes do encontro estão bem confusos na minha mente, para dizer o mínimo.
- Oi! - digo, colocando um sorriso no rosto.
Sempre gostei de Lauren. Ela é bem melhor que o babaca do Jason. Ela me dá um abraço, e agradeço mentalmente por não vir com uma mão boba, animada com meu vestidinho preto bem, hã, justo.
- Dinah falou que você não ia dormir em casa hoje. - ela comenta.
Pois é. Lauren diz isso em tom de desculpas, provavelmente pela rave que se desenrola.
- Mudei de planos. - digo com um sorriso.
- Mas pelo jeito vocês estão se divertindo.
- Com certeza. - ela diz. - Toma uma com a gente.
Fico hesitante, porque quero ir direto para o quarto. Mas ela com certeza vai contar pra Dinah que cheguei, que vai querer saber o que está acontecendo, ou pior, vai achar que a estou evitando. Respiro bem fundo.
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Just Friends - Norminah
Hayran KurguNormani e Dinah são amigas desde a faculdade, amigas não, melhores amigas. Nunca passou pela cabeça de nenhuma das duas terem uma relação amorosa. Dinah a pegadora, Normani a romântica certinha. Será que uma amizade de anos pode se transformar em al...