Cometi um erro. Um erro tático terrível: Subestimei Dinah. Mas deveria saber, eu a conheço melhor que ninguém, melhor do que a mim mesma. Sei o quanto é competitiva, e deveria saber que seus impulsos estariam voltados para suas habilidades sexuais. E, meu Deus, isso ela tem de sobra. O primeiro beijo foi no máximo morno. Ela estava se esforçando demais para se provar, é verdade, mas eu não estava muito no clima, porque fazia questão de não sentir nada. Não podia me deixar abalar com o fato de que seus lábios eram gostosos, macios, carnudos e seu cheiro era delicioso. Havia muita atividade cerebral envolvida, de ambas as partes. Mas agora, no segundo beijo, nem sei mais onde meu cérebro fica. Só existem mãos, lábios e a sensação do corpo dela contra o meu. Eu deveria estar fugindo para me salvar, quando acabar, provavelmente é o que vou fazer. Mas enquanto isso... Eu retribuo. Nunca fui beijada desse jeito antes. Nunca fui prensada contra a parede, com as mãos presas por dedos fortes. Nunca tive minha boca devorada como se fosse a melhor das sobremesas por um corpo firme que faz com que me sinta exatamente a mulher que sou. Tento lembrar que a mulher em questão é Dinah. E consigo, então a língua dela encontra meu lábio superior, acariciando-o até me fazer suspirar, depois deslizando para dentro da minha boca, se enroscando na minha. Eu esqueço que sou Normani e que ela é Dinah. Contorço os dedos e os pulsos até ela finalmente me soltar. Minhas mãos se dirigem
imediatamente para sua cabeça e meus dedos agarram seu pescoço para manter sua boca bem perto. As mãos dela vão para minha cintura, me prensando com ainda mais firmeza contra a parede, e meus quadris se projetam para a frente, lembrando exatamente o que acontece em seguida. E, meu Deus, como eu quero o que acontece em seguida. Era sério que eu tinha voltado atrás na minha ideia maluca. A explicação dela fazia todo o sentido. Mas não estou nem aí para o bom senso no momento. Não quando a boca dela vai para meu pescoço, não quando seus beijos quentes e molhados passam logo abaixo da minha orelha, não quando suas mãos percorrem minhas costas com carícias possessivas. Só quero... ela. Não, isso não está certo. Não é Dinah que eu quero. Quero sexo. Ela é só um instrumento. Certo? Certo? Meu cérebro não confirma a informação, o que me deixa em pânico. Minhas mãos encontram seus ombros e eu a empurro, a princípio de leve, depois com mais força. Dinah recua devagar, relutante, e eu me preparo para um sorrisinho presunçoso, mas, para minha surpresa, Dinah não parece triunfante. Só... confusa.
É como eu me sinto também. Me obrigo a abrir um sorriso, sentindo um desejo repentino de voltar à nossa relação de sempre. Tranquila. Casual. De amizade.- Pelo jeito você vai ter que ver Bachelor no computador por um tempo, hein?- ela diz.
Seu sorriso demora um pouco mais que o habitual para aparecer, mas me faz soltar um suspiro de alívio.
- E então? - ela quer saber. - Vai falar 'eca'?
- Foi ok.
Suas mãos estão apoiadas na parede, uma de cada lado do meu corpo. Devagar, ela recua, abrindo um espaço entre nós, o que me deixa decepcionada.
- Ok? - ela pergunta.
- Ok, você estava certa. - concordo. - Mas eu também.
- Por que acha isso?
Dou um tapinha em seu ombro.
- Eu disse que era melhor quando a gente gostava da outra pessoa.
Ela levanta a sobrancelha e vai pegar nossas cervejas.
- Acha que foi melhor?
É minha vez de ficar com o ego ferido.
- Está me dizendo que todos os seus beijos são assim?
Por favor, não. Ela dá um gole na cerveja enquanto considera minha pergunta.
- Não, nem todos.
Fico aliviada.
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Just Friends - Norminah
Fiksi PenggemarNormani e Dinah são amigas desde a faculdade, amigas não, melhores amigas. Nunca passou pela cabeça de nenhuma das duas terem uma relação amorosa. Dinah a pegadora, Normani a romântica certinha. Será que uma amizade de anos pode se transformar em al...