7 - 𝙾 𝙾𝚞𝚝𝚘𝚗𝚘 𝙿𝚘𝚍𝚎 𝙲𝚊𝚛𝚛𝚎𝚐𝚊𝚛 𝙼𝚞𝚒𝚝𝚘𝚜 𝚃𝚛𝚊𝚞𝚖𝚊𝚜

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~Trabalhei muito duro nessa capa~

Voltei com mais um motivo para você procurar uma psicóloga hehehe

Espero que gostem, meu povo!!!

Nada a comentar:D Desculpe qualquer erro ortográfico e boa leitura!!!

>>ATENÇÃO: possíveis gatilhos<<

...

2 dias para o acidente.

Você subia com dificuldade as escadas do porão depois de um longo tempo presa no subsolo para se esconder de um dos seus maiores medos enquanto enfrentava outros. O escuro e a solidão.

Era noite, seus pés descalços tomavam cuidado para não fazer nenhum tipo de som ao pisar no chão. Você caminhava com as mãos coladas na barriga, ombros encolhidos e olhos completamente arregalados, prestando total atenção no caminho que percorria dentro daquela casa. A sua casa.

Estava escuro e silencioso, os gritos finalmente haviam parado e parecia estar "seguro".

Seus ouvidos captavam os sons por onde passava, a torneira da cozinha pingava insistentemente, a geladeira rangia e o gato branco do vizinho miava sem parar, provavelmente procurando por uma parceira naquela época do ano.

Você segurou a respiração ao andar pelo corredor, na onde uma fresta de luz saía pelos cantos da porta fechada. Você não tinha permissão para entrar lá dentro.

Finalmente chegou na porta que queria, estava fechada e não havia nada aceso do lado de dentro. Você colou o ouvido na madeira, escutando choramingos e murmúrios tristes.

Juntou ambas as mãos na maçaneta para girá-la com cuidado, entrando no quarto enfetado com flores brancas, paredes coloridas e um belo berço branco que nunca iria ser utilizado. Sua mãe tirou o braço do rosto, estava assustada, porém soltou um suspiro sincero ao te ver, enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto cansado e abrindo os braços para te aconchegar em um abraço quentinho naquela estação fria. Era outono.

Ela tocou nos seus cabelos, alisando todo o comprimento enquanto beijava sua testa e bochecha. Pegou sua mão e fitou sua palma, vendo os vergões que havia "ganhado" horas antes.

- Oh, meu bem... - Ela encheu o pulmão de ar, segurando para não desabar logo ali, na sua frente - Está tudo bem, meu amor. - Você encarou a mais velha, enxergando seus olhos brilhantes, ela estava se esforçando para não chorar - Você foi muito forte, sabia? - Sorriu triste enquanto lhe fazia cócegas na barriga, fazendo-te soltar risos acolhedores. A mulher se sentou numa poltrona de amamentação, te pegando no colo e passando a acariciar seu rosto.

Você desejava constantemente que aquele cenário fosse recriado em uma situação boa e feliz.

Tinha total noção da gravidade que estava o relacionamento familiar e sentia um grande peso por ser apenas uma criança.

- Papai disse que me levaria para o arcade... - Você comentou com uma voz baixa, brincando os os próprios dedos.

A progenitora suspirou:- Ele estava bêbado, querida.

Vcê não disse nada, apenas se manteve quieta, sua mãe não parecia feliz, nem um pouco feliz.

Ela vivia dizendo para que não acreditasse nas mentiras de seu pai e que este passava boa parte do tempo caindo em um poço sem volta de bebidas alcoólicas, e isso não era de agora. Em alguns momentos ele era legal, era gentil e lhe entregava presentes, todos eram o mesmo bichinho de pelúcia, porém você nunca se importou em ter o mesmo urso em diversas cores, ao menos estava ganhando algo do seu pai, aquele que você sempre quis receber um pouco de atenção e afeto.

[𝐏𝐈𝐍𝐁𝐀𝐋𝐋 𝐂𝐇𝐀𝐋𝐋𝐄𝐍𝐆𝐄] - 𝚅𝚊𝚗𝚌𝚎 𝙷𝚘𝚙𝚙𝚎𝚛 × 𝚁𝚎𝚊𝚍𝚎𝚛Onde histórias criam vida. Descubra agora