E lá estava.Novamente aquela sala.Aquela tortura.
Seu torturador divertia-se com seu sofrimento.Um belo exemplo de sádico.
Observando ao redor,pode-se notar as paredes e chão pintados do mais puro vermelho.
Ferramentas de tortura manchadas pelo tom carmesim oriundo do mais puro desespero.
E,no centro de todo sofrimento e agonia,estava Eris Vanserra.O macho por vezes soltava gritos que carregavam uma dor imensa,e em outras vezes sentira tanta dor que estava amortecido demais para gritar.Sem forças para sequer resistir.
Apenas suportando.Silenciosamente.
O ruivo acordou assutado.Em pânico.
Não sabia onde estava e muito menos que era um sonho,não estava mais naquela sala.
Não deu tempo de pensar,levantou se em um pulo e saiu disparado.
Correu e correu.
Cada vez mais assustado,cada vez mais sentindo terror absoluto.
Tinha a impressão de estar sendo seguido,ouvia alguém gritar seu nome,porém,correu mais rápido ainda.
E se seu torturador o pegar novamente?
Não pode deixar isso acontecer.
Correu descalço pela floresta,espinhos entrando em seus pés,galhos arranhando cada parte de seu corpo.
Mas ele não parou.
Depois de um tempo correndo,chegou até a parte mais isolada da floresta.
Estava um breu total.
Isso o desesperou mais ainda.
Até que avistou uma silhueta nas sombras,e quando se aproximou,sentiu uma dor em sua cabeça e logo o escuro.
Eris acordou com a luz batendo em seu rosto.
Sentia seu corpo todo dolorido e quando abriu os olhos,não reconheceu o ambiente.
Logo ficou em alerta,aquele lugar não é a tenda na qual ele adormeceu no dia anterior.
Foi despertado de seus pensamentos por um barulho próximo,e antes que pudesse reagir,foi preso no lugar.Magia.
Avistou uma figura feminina,grandes e poderosas asas em suas costas,longos cabelos castanhos beirando o preto caiam de suas costas e seus olhos puxados pareciam ver tudo,sentir tudo e ao mesmo tempo permaneciam indiferentes.
Uma fêmea illyriana.
-Eris Vanserra,devo admitir que é mais belo do que eu esperava._a voz possuía um tom monótono e gentil ao mesmo tempo.
-Quem é você?
-Pensei que a Senhora do Outono havia lhe ensinado modos,talvez eu tenha me enganado.
-Pare de brincadeira e me diga,quem é você e o que quer comigo?_com um rosnado,a voz do ruivo carregava raiva contida.
-Bem,vejo que é alguém com pouca educação para com os outros.
Meu nome é Freedom,mas pode me chamar de Free. Você invadiu minha floresta,então eu devia perguntar a você o que você quer comigo,não é?
Após a a fala da illyriana,as lembranças da noite passada vieram a tona e o ruivo deu se conta de que não fazia a menor ideia de onde estava.
-Peço desculpas pela falta de educação e por ter invadido sua floresta,não estava muito bem noite passada.
-Ora,se você não me falasse eu nunca iria nem imaginar! _sarcasmo pingava daquelas palavras,mas Eris estava mais ocupado olhando ao redor,verificando se conhecia o lugar,nem que seja um pouco.
-Onde estou?
-Em guaiendh,uma floresta esquecida.
-Você é illyriana não é?
-Bem,temos um gênio aqui!_disse a fêmea que possuía um rosto que parecia gritar "é sério?"
-O que faz aqui sozinha?
-Você é muito curioso não é? Bem,creio que posso satisfazer a curiosidade de um feérico que está morrendo.
-Como voc- quem te contou?_ perguntou o ruivo,ja entrando em estado de alerta.
- O vento,ele sempre me conta tudo.
Mas agora preciso ir,descanse.
.......................
A noite havia chegado e nada da fêmea voltar,até que a porta abriu se em um estrondo e Eris teve a visão da mesma toda arranhada,porém rindo.
-O que houve com você?
-Isso não foi nada,estava andando a cavalo e acabei me machucando._disse como quem não ligava para os arranhões.
-Por que andar a cavalo se pode voar?
- É algo que eu sempre gostei de fazer,e não é porque tenho asas que irei parar.
Falando nisso, trouxe comida.
Dentro da sacola que a mesma carregava estavam várias iguarias,Eris ficou pasmo.Onde aquela garota havia conseguido aquilo?
-Que foi?
-Onde você conseguiu isso?
-Peguei emprestado,sem data de devolução, é claro._Disse com um sorriso felino.
-Você é louca,isso parece ser de algum nobre.
-Eu não ligo,enchendo nossa barriga é o importante.
E pela primeira vez em anos,Eris riu.Gargalhou,sendo acompanhado pela fêmea illyriana.
Apos comerem,foram beber alguns frascos de vinho que Free havia pegado "emprestado" junto com a comida.
-Me conte sobre você.
-O que quer saber?
-Tão fácil assim?
-Bem,eu conheço toda sua vida,acho justo que saiba algo sobre mim.
-Toda minha vida? Você é alguma vidente ou algo assim?
- Não,apenas leio demais.
-Lê?
-Exatamente,agora pergunte antes que eu perca a paciência.
-Porque fugiu dos acampamentos illyrianos?
- Não poderia perder minhas asas e acabaria matando algum macho que tentasse me tratar como inferior.
- É, complicado.
-Agora me diga você,o que faz para aliviar a dor que sente?
-Escrevo poemas._Por mais estranho que pareça,o ruivo sentiu que podia confiar naquela exótica fêmea.
-O que?? Eris Vanserra escrevendo poemas?
Isso é algo que eu nunca imaginaria.
-Pensei que soubesse,diz saber tudo sobre minha vida.
- Não sei seus segredos,sei apenas o que me foi permitido saber.
-Permitido?
-Sim,existe uma mulher,chamada Sarah,ela me permitiu saber apenas o que sei.
-Sarah? Que nome peculiar
-Ela é de terras muito distantes,não é prythiana.
-Entendo.
-Eu também escrevo poemas.
-Sério?
-Sim
-Posso ler?
Eris sabia o que estava pedindo,como poeta,sabia que pedir para ler os poemas de uma pessoa significa querer ler seus pensamentos,suas dores,suas angústias,seus amores,seu ser mais íntimo.
Mas algo lhe atraia naquela fêmea,sentia que podia confiar nela,que,ao contrário de muitos feéricos,ela não lhe faria mal.
-Sabe o que está me pedindo?
-Sim,mas se você se sentir desconfortável, não é necessário.
-Tudo bem,faremos um acordo.
Você podera vir a está floresta quando desejar e a cada visita,contarei um poema e a história por trás dele.
Em troca, você irá lutar.Lutar contra seu destino.
-Sabe que tenho péssimas experiências com acordos não é?
-Bem, é pegar ou largar.
-Aceito.
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Olá! Sentiram saudades?
O que acharam?
E essa personagem nova,quem será que é?
