She Knows [Simone x Soraya]

|03| EU QUERO SER SUA

Simone é a mulher mais bonita que eu conheço, posso lhe provar. Ela tem aqueles lábios esculpidos em um formato bonito, quase um coração. Seus cabelos negros contrastam com o tom da sua pele e a maneira como ela prende o olhar no meu, acaba pondo abaixo algumas cadeias dentro de mim. Minha pele se arrepia naquele silêncio. Dos meus lábios um pouco afastados não saíram som algum.

Secrets I have held in my heart

Os meus batimentos estavam acelerados. Meu corpo está inclinado para frente, meus cotovelos estão apoiados nos joelhos, chegando mais perto dela. Ela se aproximou antes de mim, tinha a mão esquerda erguida na direção da mecha solta da minha franja tingida. Ela tocou aqueles fios, a senti em minha testa e depois em minha orelha. Não sei como ainda respiro. Nem em meu sonho mais profano imaginei que um dia pudéssemos desfrutar daquele momento. "Ela é mais velha que você, por isso se atrai por ela, por causa da sua mãe", "ela é sua professora e você gosta da autoridade e firmeza que ela exerce, está enganando a si mesma, Soraya", "ela é sua colega de trabalho e a tensão entre vocês é apenas um fetiche", "todas essas fãs ao redor do Brasil estão com um parafuso a menos, você é casada"... Foram todas as coisas que pensei nos últimos vinte anos e mais recentemente, nos últimos meses afim de me conformar e afastar Simone da minha cabeça.

Are harder to hide than I thought

Aquela morena, minha professora, estava me conduzindo e me ensinando mais uma vez. Simone segurou meu rosto com suas duas mãos e puxou-me centímetros mais perto de seu rosto. Àquela altura, nossas respirações se tornavam apenas uma. Que ar quente, que calor. Meu corpo todo responde aos toques dela, é tão difícil resistir. Pior... quando senti isso pela última vez? Não consigo me lembrar e culpo a distância entre mim e Carlos César. É inevitável. Minha boca seca e eu sussurro: "Simone..."

O nariz fino dela toca a ponta do meu e eu fecho os meus olhos ao escutar a voz ela.

"Calma, Soraya... Fique quietinha." Abri os meus olhos grandes e fundos imediatamente. A encarei e não tive coragem de enfrentar ela, eu não ganharia aquele embate.

Maybe I just wanna be yours

Sua boca encontrou a minha. Que sensação maravilhosa. Nossos lábios entreabertos se encaixaram em uma maciez que eu desconhecia. Começou me beijando com cuidado, reivindicando espaço com a ponta da língua gélida por causa dos goles de cerveja e a introduziu em mim, compartilhando sabor e quentura.
Sou ansiosa, sou sedenta e nem sabia que de fato era. De olhos fechados eu a acompanho, pois é ela quem dita o ritmo. Os dedos de Simone deslizam por trás da minha orelha e agarram o meu cabelo com firmeza, dos dois lados. Ela me pega com jeito, um jeito diferente. Sinto os meus fios esticando e causando um efeito lá embaixo, no fundo da minha calcinha. Me arrasto mais para a ponta da poltrona, nossas pernas se encaixando uma no meio da outra, para termos um pouco mais de proximidade.
Simone explora a minha boca como uma sobremesa suculenta, em todos os lugares e por mais que ela fosse devagar, eu sentia os espirais de desejo e luxúria, causando uma enchente na qual eu estou disposta a me afogar.
Essa mulher afasta da minha cabeça qualquer pensamento que não se inicie e termine nela.

I wanna be yours

Perdemos juntas o fôlego e por isso interrompemos o beijo. Eu respiro ofegante e percebo ela muito mais controlada do que eu. Simone me olha em silêncio como se estivesse decorando as minhas reações.

"Levante." Ela disse, com a palma da mão virada para cima fazendo um gesto para ilustrar o que ela queria, me dando uma ordem. Tentei me pôr de pé e senti meus joelhos vacilarem. 'Droga, Soraya' me repreendi.
Fiquei de pé no espaço entre as duas pernas dela depois que ela as abriu. O vestido de tecido caro e suave que ela usava havia caído entre as coxas dela, me convidando para mais perto. Simone tocou minha cintura pela segunda vez naquele dia. Explorou todo o contorno do meu quadril até acariciar por cima dos bolsos da minha calça, pegando e enchendo as palmas com a minha bunda. Ela apertou com força e olhou para cima. Eu olhei para baixo, para ela, colocando meus cabelos atrás da orelha.
Tebet pegou a frente da minha calça, abriu o botão e desceu o zíper. Ela não desviou aqueles olhos dos meus nem por um segundo, mas que porra. Desceu a minha roupa com um pouco de dificuldade pois a calça era bem justa em meu quadril e tirou ela por minhas pernas. Eu colaborei, saindo de dentro das pernas da calça com uma movimentação mínima.