Luz do Sol

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  Eu já havia dito que gostava do calor, né? Pois além de ser uma preferência pessoal, sempre é nessas épocas mais quentes do ano que as melhores memórias vem a tona. E eu acho que não estou errado.
  Me lembro claramente, como se fosse ontem; todas as minhas dúvidas em relação ao morador desse apartamento. Meu nervosismo era claro e minha ansiedade estava borbulhando na flor da pele. Por que eu estava tão nervoso mesmo? ...

  Domingo passado eu havia descobrido que Kaiser fotografa coisas que ele gosta. É um hábito adorável dele, apesar da sua cara amarrada. Eu estava pensando nesses dias se aquele bolo não me parecia familiar, até demais.
  Segunda passada eu experimentei um pouco da rotina desrregulada do Kaiser. Honestamente, ficar acordado até muito tarde não faz bem pra mim. Mas a minha felicidade ao ter ganhado dele pelo menos uma única vez valeu a pena. Não importa o método.
  Terça passada eu percebi que Kaiser tem mais coisas para si do que eu imaginava. Não sei se foi porque a gente ficou afastado por um tempo, mas me parece que ele tem muitas histórias para contar... Também havia percebido que queria saber muito sobre ele. Muito mais sobre ele.
  Quarta passada eu descobri que ele é bem mais interessante do que parecia ser. Seu hiper foco em  certas coisas, a forma como seu cabelo só fica bom nele e apenas nele, o jeito que as vezes a gente se olhava sem querer... Sejamos honestos; aquele filme era apenas uma desculpa.
  Quinta passada eu me senti na obrigação de proteger ele do que for que estiver o deixando para baixo. Prometi a mim mesmo nunca mais, nunca mais, deixar Kaiser chorando sozinho. O mundo é muito cruel para ele, e isso eu entendo. Por isso quero o abrigar comigo.
  Sexta passada eu observei como Kaiser gosta de flores, principalmente das que relembram a mãe dele. E mesmo que ele ainda não consiga superar; ta tudo bem, estarei com ele nessa. É uma luta a se passar, e eu quero o acompanhar nela. Na verdade, aquelas violetas me lembram dele.
  E Sábado passado - não, ontem - foi quando eu percebi que estou vivo. Estou vivo, e com ele. E isso é o que importa.

   E bem, sabe qual é o motivo do meu nervosismo naquele domingo passado?
   Pensava que ele não gostava de mim.

  Domingo de Outubro, nove da manhã.
  Apesar do horário já ser tarde, estava acordado já faz um bom tempo. Os pedreiros me avisaram de que a reforma já estava pronta e que já podia tolerar a moradia. Arrumei minhas malas o mais rápido que pude; não queria incomodar Kaiser, que ainda estava no quarto dele.
  Quando estava fechando o último zíper, me deparo com um barulho de porta rangindo - ou abrindo -.

  — Joui... ? - Dizia com voz de sono, coçando seu olho direito; parecia confuso, pelo jeito havia se esquecido que não era para sempre - assim como eu também -. Enquanto acordava, ia percebendo o cenário e começava a se aproximar. - Você já vai... ?

  — Bom dia, Kai. - Abro um sorriso gentil. Não é conhecidência como eu sempre sorrio quando ele está por perto. - To meio atrasado, preciso ir indo. Obrigado por cuidar de mim.

  — Uh?- Ah, que nada! Eu que- ... - Uma pausa brusca foi realizada. Kaiser olhava para baixo, numa feição meio cabisbaixa. - Eu que te agradeço por ter ficado aqui.

  — Daijoubu, Kaiser. - Me viro de costas, me despedindo mentalmente daquele bom e não-tão-velho apartamento; o minimalismo na arquitetura, as paredes brancas que tomam um tom monocromático com os quadros pendurados, que são algumas pinturas abstratas e fotografias tiradas por ele. Olhando por uma última vez, algo não me escapa; uma foto, pendurada na parede, parecia nova e a única que não seguia o padrão de cores, dando um destaque a mais nela. Havia uma Higanbana, ou lírio-aranha vermelho, recém plantado. Apesar da foto ser auto-centrada na flor, havia um par de mãos no fundo; eram minhas mãos.

  Solto um último sorriso para Kaiser e começo a girar a maçaneta.

  — Joui! - Kaiser grita, olhando para mim. Me viro para o ver; parecia corado, segurando suas mãos firmemente. - Uh... Ainda preciso te dizer algo.

  — Sim? - Me mantenho no mesmo lugar, curioso. Minha cabeça parecia tentar trabalhar nas centenas - não, milhares - de possibilidades sobre o que estava para acontecer. Mas eu nunca esperaria nada como isso vindo dele.

  Eu nunca esperei ser tão importante para alguém.

  — ... Por que você não fica? - Indagava, me olhando no fundo dos olhos; sinceridade.

  — Se eu pudesse, eu ficava sim, Kaiser. - Solto uma risada sem graça. - Mas aqui é muito pequeno para duas pessoas, não concorda?

  — Não, digo- - Ele parecia hesitar por um segundo, logo juntando algumas migalhas de esperança e continuando a frase. - Ficar, tipo... Comigo.

  Na hora eu não entendi. As milhares - não, milhões - de possibilidades que eu havia montado não condiziam a o que ele falava. Até que algo acendeu no fundo da minha mente; uma hipótese, uma ideia. Seria isso possível?
  Se fosse eu de dois anos atrás, provavelmente diria que é mentira. Mas acredite se quiser, Joui.

  — Você quer... Namorar comigo, Joui?

  Wow.
 
  Soltei as mãos da minha mala de imediato, e olhava de volta naqueles olhos profundos com surpresa; aqueles olhos violetas, que não estavam tão profundos como naquele primeiro dia, que indicava tanta incerteza e insegurança que parecia transbordar para fora.
  Confesso que já havia pensado sobre essa possibilidade, mas - tão derrepente - . Nem percebi quando ele começou a desviar o olhar para o lado.

  — Desculpa, eu falei merda, não falei? - Começaria a falar, com um tom mais pesado. - É algo tão sem sentido, nem sei porque-

  — Kai. - Digo em um tom claro de se ouvir. Kaiser se vira para mim, ainda meio encolhido. Me aproximo dele e seguro em sua mão; tão quente. Estava pronto para realizar o que havia pensando dês do começo dessa história; meus planos pessoais, nosso novo recomeço. Sorria ao ver o rosto dele corar, mas sentia o meu retribuir igualmente. - Lá em casa tem espaço pra dois.

  E bem, assim se finalizou a minha vida solteira; dei apoio para que ele conseguisse arrumar a maioria das suas coisas para viagem, e lhe disse que podíamos pegar o restante mais tarde. O importante agora é ir, ir para bem longe de tudo isso que te machuca tanto, Kaiser.
  E aqui se registra o começo de uma nova história; a nossa história. Tal história que apenas os raios de Sol poderão testemunhar florescer, como uma daquelas velhas violetas.

  As luzes são eternas.






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Muito boa tarde! Tudo bem com vcs? Espero q sim :)

Nunca tive muita oportunidade de interação aqui no Wattpad por ser diferente do Spirit, então fiz esse descontinho aqui. Poderia tirar um minutinho pra ler rapidão? Pls pls?
Valeu!

Bem, como vocês já devem estar vendo: Sunlight acabou! E eu quero agradecer pela repercussão que esse projetinho teve!!
Muito obrigado pelos comentários, likes, visualizações, follows... Tudo isso significa um bocado pra mim como escritor amador <3

Ah, e pra quem não percebeu: hoje, 09/10/2022, entramos em PRIMEIRISSIMO LUGAR na hashtag #joesar !! VALEUZAO ♡

Amo cada um de vocês, beijo beijo ☆
E enfim, espero que vocês tenham gostado dessa história assim como eu gostei! A luz do Sol sempre vai acompanhar eles, não importa aonde.

Se você gostou de Sunlight, recomendo dar uma passada em outras histórias minhas! Claro, se vc quiser né.

Enfim, um beijo pra vcs, abraço, um muito obrigado, e nos vemos por aí. Love all ♡

EDIT: HOJE, 20/01/2023, CHEGAMOS NO TOP 1 DA HASHTAG #AOP !!!!!! Muito obrigado de verdade a quem está lendo essa fic até hoje. Sério, ler os comentários de vocês é a minha paixão <3 Amo vocês do fundo do meu coração pois se nao fosse por vcs eu nunca seria o escritor que eu sou hoje, sem todos os elogios e as risadas (e algumas lagrimasKK) que eu entreguei e recebi KFKFKKFKF

Pros leitores de Sunlight entediados, recomendo passarem na minha nova fic de Joesar que TAMBÉM é um especial da #JoesarWeek, 43 Mil Horas! Vejo vocês por lá ein ♥︎

Sunlight - Joaiser #JoesarWeek2022Onde histórias criam vida. Descubra agora