Será que algo mudou?

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Valentina: Já faz duas semanas que eu e Luiza estamos juntas, ou pelo menos, algo perto disso. Mesmo assim, ainda não me sinto totalmente segura. Às vezes, tenho crises de ciúmes bobas que me fazem sorrir, porque vejo como Luiza é quieta sobre o que temos. Essa quietude me assusta. Às vezes, sinto uma vontade imensa de abraçá-la, e nos meus cinco minutos diários de coragem, eu faço isso. Sempre parece uma surpresa ela retribuir. Nossos amigos já nos tratam como um casal, acho que é porque passamos tanto tempo juntas, e eu me fascino cada vez mais por descobrir quem Luiza é, em suas camadas mais profundas.

Ela, por outro lado, insiste em lembrar de como eu dificultei sua vida nos primeiros meses na faculdade. Às vezes acho que há um resquício de ressentimento, mesmo eu sabendo que nunca quis causar mal a ela, muito pelo contrário. Voltar à rotina é duro, principalmente porque fico com saudades da nossa viagem. Aqueles momentos foram perfeitos, gravados como um filme na minha memória. Desde que voltamos, não tivemos muitos momentos íntimos. Alguns beijos no carro do Igor quando eu a levava para casa foram o mais próximo de namoro que conseguimos. Mesmo assim, a cada dia, sinto que estou mais apaixonada por ela.

 Luiza: Eu não consigo parar de pensar em como tenho sorte de ter Valentina. Apesar de ainda não me sentir completamente segura, isso me entristece. Sinto uma vontade imensa de conhecer mais e mais sobre ela. Pelo menos nossas conversas continuam sendo um ponto forte entre nós. Quem diria que a garota que passou o semestre inteiro me irritando e dificultando minha vida seria, agora, o amor da minha vida?

É perfeito quando estamos na quadra, assistindo algum treino, e ela me aninha no seu peito, fazendo cafuné. Eu sinto falta dela, saudades de senti-la como na nossa viagem. A cada dia, estou mais envolvida e apaixonada.

Sexta-feira:

Luiza: "Oi, Vale." — disse, dando um beijo no rosto de Valentina, que durou mais do que o necessário.

Valentina: "Oi, Lu. Vai assistir à última aula?"

Luiza: "Acho que não... Quer fazer alguma coisa?" — perguntei, tentando conter o sorriso ansioso.

Valentina: "Estava pensando... Temos o fim de semana livre, né?" — sugeriu com uma leve provocação no tom.

Luiza: "Sim," — respondi com um sorriso aberto. — "O primeiro desde que voltamos."

Valentina: — sorrindo de volta, sugeriu: "Quer ir lá pra casa?"

Luiza: "Pode ser. Só preciso pegar algumas coisas em casa."

Valentina: "Vamos agora? A gente passa lá, e depois podemos almoçar na Salt. O que acha?"

Luiza: "Vamos, amor."

Valentina: — levantando as sobrancelhas, provocou: "Amor? Gostei disso."

Luiza: — um pouco envergonhada, mas mantendo o sorriso, respondeu: "É o que você é... meu amor."

Valentina: — se aproximando, não hesitou em beijar Luiza com mais intensidade, ignorando as pessoas ao redor. — "Meu amor." — sussurrou, antes de voltar a beijá-la.

Luiza: — corando, disse: "Valentina, não... Aqui? Eu fico com vergonha." — escondeu o rosto no ombro dela.

Valentina: — rindo largamente, apenas a abraçou mais forte.

Narrador (Luiza): Depois de algumas horas maratonando episódios de Kyle XY — a série favorita de Valentina —, eu a senti adormecer nos meus braços. Era a melhor sensação do mundo tê-la assim, tão perto. O silêncio era quebrado apenas pela sua respiração tranquila. De repente, ouvi alguns barulhos vindos do andar de baixo. Acordei Valentina com calma.

VaLu - Como tudo começou (Adaptação Stupid Wife)Onde histórias criam vida. Descubra agora