Valentina (pensando): Hoje é sábado, e marcamos uma social aqui em casa. Todo mundo confirmou, menos Luiza. Ela foi a única que não respondeu no grupo. Duda comentou que Luiza não viria por minha causa. Caramba, por que essa garota não sai da minha cabeça? Em três dias, só consegui deixá-la irritada... mas por algum motivo, isso me atrai ainda mais.
13:35 - Valentina: "Lu? Por que você não vai vir aqui? Roger não vai passar para buscar a Carol?" — Enviei a mensagem, fingindo casualidade, mas meu coração estava acelerado.
13:40 - Luiza: "Tá de sacanagem, Valentina?" — A resposta veio rápida, cheia de raiva contida, e eu quase podia ouvir o tom irritado dela.
13:40 - Valentina: "Quem eu matei? O que fiz de tão grave assim? Não aceita uma opinião diferente da sua?" — Respondi com uma mistura de provocação e genuína curiosidade. Eu sabia que tinha passado dos limites, mas não esperava essa reação tão extrema.
13:55 - Luiza: "Opinião, Valentina? Você vem sendo escrota comigo desde o dia em que nos conhecemos, e ontem foi a gota d'água. Você foi completamente estúpida. Não temos nenhuma compatibilidade ideológica, e sinceramente, não vejo motivo pra gente continuar andando juntas, muito menos ficar se falando por aqui. Boa tarde e boa festa." — A mensagem dela bateu como um soco. Cada palavra carregava uma verdade difícil de ignorar.
14:00 - Valentina: "Vai ficar de birra por causa de uma discussão de faculdade?" — Eu sabia que estava provocando, mas, ao mesmo tempo, me sentia frustrada. Por que me importava tanto com o que Luiza pensava? Eu não conseguia aceitar que ela simplesmente me afastasse.
Narrador: Valentina olhou para o celular por alguns segundos, tentando entender o que realmente a incomodava. Parte dela sabia que o que estava acontecendo ia além de uma simples discussão de faculdade. Havia algo em Luiza, algo que a desafiava de uma forma que ninguém mais fazia. E o que mais a irritava era que, por trás da raiva, havia uma atração que ela não sabia como lidar.
Luiza: Não vou perder minha sanidade discutindo com essa garota.
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Luiza (pensando): Não vou perder minha sanidade discutindo com essa garota. — pensei, tentando afastar as emoções confusas que Valentina tinha despertado em mim. Mas, por mais que eu quisesse seguir em frente, a memória dela não saía da minha cabeça. Eu me vi, mais uma vez, relembrando o início de tudo.
A primeira vez que olhei para Valentina, a atração foi imediata. Mesmo achando que ela fosse só mais uma patricinha fútil, havia algo nela que me fisgou. Foi só a segunda vez na vida que senti esse tipo de atração por outra garota. Mas, de todas as minhas impressões, a única que se provou errada foi que ela era patricinha. Ela não era.
Duda me contou que Valentina gostava de garotas desde sempre. No meu caso, a história era bem diferente. No segundo ano do ensino médio, quando trocamos de colégio, conheci Pâmela. Ela estava no terceiro ano e era irmã da minha melhor amiga, Clara. Quanto mais eu convivia com as duas, mais um clima diferente se instalava entre mim e Pâmela. Não sei ao certo como começou... nossos corpos se encontravam de maneira quase imperceptível, uma mão que roçava na outra, um carinho distraído na perna. Eu gostava, mesmo sem entender por que aquilo estava acontecendo.
E havia um detalhe importante: Pâmela namorava outra garota. Um relacionamento à distância, já que a namorada viajava a trabalho. Mesmo assim, Pâmela não parava de me provocar.
Eu não sabia como reagir. Era como se estivesse em negação sobre o que sentia. Um dia, na saída da escola, fomos à lanchonete. Ela fez uma das suas gracinhas, falando e se aproximando até que nossas respirações quase se misturassem. Foi nesse momento, sem pensar, que eu disse: "Me beija logo, se for ficar fazendo isso!"
Nem eu acreditava no que tinha dito. E, pelo jeito, ela também não.
Pâmela começou a rir, completamente desnorteada. Quando cheguei em casa, havia uma mensagem dela me perguntando se eu tinha falado sério, se eu realmente queria aquilo. Eu disse que sim. Daquele dia em diante, começamos a trocar flertes disfarçados de jogos de perguntas.
Alguns dias depois, fomos dormir na casa de uma amiga. Era uma noite só para garotas, e inventei que só conseguia dormir no meio para garantir que estaria ao lado de Pâmela. Durante o filme, senti uma vontade incontrolável de tocar sua barriga, de acariciá-la. Ela parecia gostar. Eu ainda não entendia o que estava me guiando. Quando nossa amiga foi até a cozinha, Pâmela se inclinou e disse baixinho: "Para de me provocar, acho que você nem tem certeza disso."
Eu não respondi. Só me lembro de ela ter mordido meu lábio inferior antes de se afastar. O susto me fez empurrá-la, e mil dúvidas invadiram minha cabeça.
Quando as luzes se apagaram e a TV silenciou, eu senti a mão de Pâmela procurando a minha no escuro. Virei para encará-la. Ela era bonita, não tanto quanto Valentina, mas bonita. Por que estou pensando em Valentina agora?
Pâmela aproximou nossos corpos e me beijou. Naquele momento, eu finalmente entendi o que era desejar um beijo. Antes disso, eu já havia beijado alguns garotos, mas nunca senti nada. Para mim, beijar sempre pareceu superestimado, enquanto minhas amigas falavam sobre beijos com suspiros e empolgação. Agora, eu entendia as sensações que tanto falavam.
Aquela noite foi longa. Ficamos juntas até o amanhecer, trocando carícias e beijos. Era nosso segredo, já que Pâmela ainda namorava, mas ela não pôde esconder as marcas no meu pescoço. As meninas perceberam, e rapidamente ligaram os pontos.
Esse "rolo" com Pâmela durou dez meses. Dois dias depois do nosso primeiro beijo, ela me perguntou se eu gostava dela e se queria que ela terminasse o namoro. Eu disse que não, que aquilo era só atração, só desejo. Mas, com o tempo, as coisas ficaram complicadas. Brigávamos, nos afastávamos por semanas, e então voltávamos. Foi um ciclo tóxico, intenso, mas nunca foi amor. Nós nunca transamos, apesar de termos chegado perto várias vezes. Eu nunca me senti segura com ela.
Quando Pâmela se formou e mudou de cidade, senti um alívio. Era hora de colocar um ponto final naquele relacionamento confuso e imaturo. Nunca foi amor, nem paixão. Era só dependência emocional e desejo.
Depois disso, comecei a namorar Guilherme. Eu gostava dele, mas fisicamente... não sentia nada. Ele foi o primeiro, o único com quem tive uma relação. Namoramos por oito meses e, depois, continuamos amigos. Desde então, beijei outros garotos, mas nunca significou nada.
Sempre disse para os poucos amigos que sabiam sobre Pâmela que ela seria a única garota. Eu acreditava que nunca mais sentiria aquilo por outra. E, até ver Valentina, isso era verdade.
Mas, Valentina... Ela realmente me fez sentir aquele frio na barriga de novo, com um simples olhar. E tudo isso desapareceu tão rápido quanto surgiu, ou pelo menos é o que tento me convencer.
Luiza (pensando): E agora, aqui estou, tentando me convencer de que Valentina não significa nada além de mais uma garota arrogante com quem eu simplesmente não tenho paciência. Mas, por mais que eu tente, a verdade é que ela mexe comigo de um jeito que ninguém mais consegue. A tensão entre nós é inegável, e, apesar de tudo, aquela primeira troca de olhares ainda me assombra. Algo dentro de mim diz que fugir dela não vai ser tão simples quanto eu imaginava. Será que estou pronta para encarar isso de novo?
Suspirei, tentando afastar esses pensamentos. Mas eu sabia, no fundo, que esse confronto com Valentina não era só sobre nossas diferenças. Havia algo mais profundo, uma linha invisível nos ligando, algo que eu não estava pronta para admitir. Não ainda.
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VaLu - Como tudo começou (Adaptação Stupid Wife)
FanficIncio do relacionamento de Luiza e Valentina. Baseado na serie Stupid Wife. Obs: Texto ainda sem a formatação oficial, ainda vou decidir os detalhes quando terminar a historia, mas está em múltiplas que da para capturar a essência - e sim, terá con...