Domingo

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Valentina (pensando): Luiza não apareceu na social, e confesso que não consegui tirá-la da cabeça nem por um segundo. A noite toda, meus olhos procuraram por ela, mesmo sabendo que não viria. Bruna me apresentou uma amiga — linda, por sinal — mas eu não consegui dar a mínima atenção. Ainda tinha esperanças de que, de alguma forma, Luiza mudasse de ideia e aparecesse. E, se isso acontecesse, eu não queria que ela me visse flertando com outra garota. Droga, por que estou assim por causa dela?

Eu sempre fiquei com meninas, desde que me entendo por gente. Nunca senti atração por garotos, embora tenha beijado alguns por pura curiosidade na adolescência (que nojo). Mas a verdade é que, mesmo com as garotas, nunca fui capaz de me apaixonar de verdade. Sempre perdia o interesse depois de um tempo.

Minha única tentativa real de namoro foi com Alexia. Tivemos minha primeira experiência sexual juntas, e, embora durássemos um tempo, não havia paixão suficiente da minha parte para sustentar o relacionamento. Não era amor. Quando percebi que faltava algo — aquela faísca, aquela necessidade de estar com alguém —, terminei. Prometi a mim mesma que só me envolveria de novo se realmente sentisse algo verdadeiro, algo que fosse além da atração física. E, claro, decidi que não iria para a cama com mais ninguém enquanto não encontrasse a pessoa.

Então apareceu Luiza. Caramba... três dias, e já sei que essa garota pode ser o amor da minha vida. Não é um fogo de palha, eu não sou assim. Sempre tive garotas ao meu redor, querendo algo mais, mas nunca me envolvi de verdade. Sou seletiva. De vez em quando, dou uns beijos em rostos bonitos por aí, mas é só isso. Nunca dura.

Mas com Luiza... algo é diferente. Ela me acha escrota, estúpida, e talvez eu seja. Mas na verdade, isso é só um escudo. Eu finjo ser assim como uma defesa, para não me machucar. Com ela, eu queria ser diferente. Queria que ela visse o que está por trás dessa fachada, mas é complicado. É a primeira vez que não tenho uma garota aos meus pés, e não sei lidar com isso.

Por mais que seja frustrante, meu interesse por Luiza só aumenta. Ela me fascina de um jeito que ninguém nunca fez antes. E, mesmo que eu não demonstre, a visão de mundo dela... as ideias, a forma como ela se posiciona, tudo isso me encanta. Eu só queria que ela pudesse ver esse outro lado meu.

Igor: "Tá bem aí, Valentina? Ainda sofrendo porque a Lu não veio?" — Igor me cutucou, interrompendo meus pensamentos com um sorriso divertido.

Duda: "Tina, por que você não deixa a Luiza te conhecer como a gente te conhece? Para de tornar a vida dela um inferno." — Duda falou, séria, mas com aquele tom de quem realmente quer ajudar.

Valentina: Eu sei que eles estão certos, mas como faço isso? — pensei. "Eu sei o que estou fazendo, Duda." — respondi, um pouco na defensiva. "Vou dormir, juízo vocês dois. E, por favor, não façam sexo na piscina."

Igor (rindo): "Só você pode, né?" — disse ele, jogando um travesseiro em mim enquanto eu me levantava.

Narrador: Valentina sorriu, mas por dentro estava um turbilhão. Ela se afastou, subindo as escadas com o peso das suas próprias emoções. Lá em cima, deitou na cama, o rosto virado para o teto, e tentou entender por que Luiza mexia tanto com ela. Ela é diferente. Ela não se rende a mim como as outras. E talvez seja exatamente isso que me prende a ela..

.......

Narrador: Depois de um dia entediante escrevendo e apagando inúmeras mensagens na conversa de Luiza, Valentina finalmente desistiu. Jogou o celular de lado e decidiu se distrair com a edição de algumas fotos que havia tirado na semana passada. Ao terminar, postou uma no Twitter com a legenda:

VaLu - Como tudo começou (Adaptação Stupid Wife)Onde histórias criam vida. Descubra agora