Ao se lesionar num dos momentos mais importantes de sua carreira, Maya Bishop retorna à sua cidade natal para fazer sua recuperação, mas dois rostos familiares iriam complicar sua vida a partir dessa decisão. Memórias e inseguranças voltariam à tona...
A Carina estava estranha. Parecia bem, mas eu sabia que tinha algo acontecendo.
Durante o vôo para Nova Iorque ela ficou quieta a maior parte do tempo, ainda que não dormisse. Comprou um livro no aeroporto e gastou todo o percurso de 10 horas completamente entretida nele.
Emmett, Andrew e Lucas ainda iriam para Seattle, porém conseguímos encaixar a escala deles na nossa viagem. Saímos do Rio de Janeiro de manhã e só chegamos nos Estados Unidos pela noite. Os três homens foram para o hotel também, pegariam o próximo avião de manhã cedo, então naquela noite ainda jantamos todos juntos.
O italiano passou essa única noite no mesmo quarto que eu e Carina, não nos dando tempo de conversar. Eram apenas dois dias na cidade e depois cada uma de nós tomaria rumo para um país diferente e assim, sabe-se lá quando estaríamos juntas mais uma vez.
Carina dormiu segurando minha mão, o que de certa forma me tranquilizou em saber que ela talvez não estivesse chateada comigo, porém ainda sim não consegui dormir tão bem quanto gostaria.
Eu acabei acordando junto com o Andrew, me despedindo dele sem levantar da cama. Ele apenas disse que mandaria notícias conforme chegasse na outra escala e em Seattle com os outros dois, além de me desejar boa sorte com a gravção que eu faria durante a noite.
Voltei a dormir e fui acordar quando Carina fez o mesmo. Enrolamos o resto da manhã na cama, mas eu não toquei no assunto de achar que algo acontecera. Por aquelas horas, tudo ficou perfeitamente bem. Estávamos aconchegadas debaixo das cobertas, conversando sobre assuntos fúteis, e em boa parte do tempo deitadas uma em cima da outra.
A cidade estava estranhamente fria considerando ainda ser final do inverno, mas por sorte tínhamos ao menos algumas jaquetas para usar. Teríamos a tarde inteira livre antes de eu precisar ir para o estúdio, então convencemos a Vic a sair conosco e aproveitar a cidade um pouco.
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Havia algumas cafeterias próximas ao hotel e não demoramos a escolher uma. Eu e Carina tentamos não ficar tão próximas para não termos que aturar a Vic reclamando, mas ela mesma estranhou aquilo, nos dando a liberdade de voltar ao normal.
Andávamos pela região por eu conhecer aquele bairro do tempo que fiquei na cidade treinando antes de ir para Madrid, então foi uma tarde divertida de passar com elas. As duas iriam comigo até a gravação, assistiriam da plateia se quisessem, mas eu duvidava que elas sequer sairíam do camarim. Eram seis em ponto quando chegamos no hotel para eu pegar minhas coisas e tomar um banho antes de ir.
O carro da emissora chegou pouco depois das sete, pegando quase uma hora de trânsito antes de chegarmos no estúdio. Um funcionário nos levou até a sala que separavam para os convidados e eu não consegui esconder a minha animação ao ver a plaquinha com o meu nome na porta.
Carina e Vic se divertiam olhando os autógrafos na parede, reconhecendo muitos e pesquisando outros enquanto eu me trocava e tentava fazer uma maquiagem aceitável.
