81 - Better Get a Lawyer

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POV Maya
Maio de 2017.

E finalmente o dia chegou. Depois de quase três meses, a primeira audiência aconteceria depois de termos negado o acordo vindo do advogado do meu pai, mas eu esperava estar mais ansiosa.

Muita coisa mudou nas últimas semanas: conseguimos um emprego para Mason, que começou a morar sozinho - ainda com ajuda minha e do Emmett, porém começava a construir a própria vida - e finalmente ele passou a ir em reuniões do AA. Eu e o Bishop do meio nos revezávamos para levar e buscar mais velho, querendo que ele se sentisse menos sozinho nesse processo. Além disso, digamos que reviver todas aquelas lembranças sobre a nossa juventude não estava me deixando no meu estado mais mentalmente saudável.

A sessão começaria às nove, mas era recomendado que nós estivéssemos lá pelo menos uma hora antes. Matt ficou responsável por nos buscar. Passou primeiro antes no apartamento do Mason antes de ir no meu e, meia hora antes do que precisávamos, encontramos Charlotte no tribunal.

- Preparados? Lembram de todo o procedimento? - ela perguntou depois de nos aproximarmos. Os dois apenas concordaram com a cabeça, mas eu fiquei quieta, mantendo as mãos nos bolsos da calça. - Maya?

- Sim, sim - demorei alguns segundos para responder, mas eu não podia dar para trás naquele momento. - Tudo certo.

Como ainda faltava muito tempo, ficamos esperando numa espécie de hall. Andy, seu pai e Ryan foram os primeiros a chegar. Apenas os Herreras fariam parte do processo, mas a presença do policial podia ser um apoio e tanto. Os três ficaram conversando com os meus irmãos já que eu preferi ficar um pouco quieta, porém a sala começava a encher cada vez mais e eu comecei a ficar um pouco ansiosa.

Consegui encontrar um bebedouro no corredor e resolvi esperar ali em volta, assim podia dar a desculpa que apenas estava bebendo água caso alguém aparecesse.

- Ei, eu estava te procurando - ouvi a voz do Andrea cerca de quinze minutos depois de eu ir para lá.

- Oi, 'Drea. Só fiquei um pouco ansiosa e decidi procurar um lugar mais calmo.

- Tudo bem. Você já está melhor? - se sentou ao meu lado depois de também pegar um copo de água.

- Não muito. Queria mesmo era ir pra casa.

- Eu entendo. Quer dizer, eu acho que entendo. Nunca processei meu pai. - eu soltei uma risada fraca, desviando o olhar por alguns segundos. - O que tá pensando?

- Agora? Agora mesmo? Que não era pra eu estar aqui hoje.

- Estaria aonde, se pudesse sair?

- Não sei. Itália, talvez.

- Sério? - apenas murmurei afirmativamente. - Por quê?

- Hoje é dia 30. Trinta de maio. Eu e Carina faríamos um ano de namoro.

- Ah, eu não tinha lembrado disso.

- Eu também não. Só lembrei no caminho pra cá.

- Eu não posso dizer nada por ela, Maya, mas eu acho que tá na hora de você seguir em frente, porque ela já começou, e talvez não tenha mais volta.

- Muito motivador, Andrew, muito obrigada - respondi num tom irônico, sendo acompanhada na risada. - Sinto falta dela.

- Imagino. Vocês duas sempre tiveram uma conexão surreal. Não deve ser tão fácil não ter contato.

- Falando nela... - sussurrei vendo a italiana aparecer no corredor.

- Andrea, l'avvocato ti sta cercando. Devi venire.

Depois de todo esse tempo - MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora