Capítulo 15

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A festa de aniversário e noivado foi agitada, pois parecia que toda a cidade fora convidada. Clara mal pode permanecer perto de John que era solicitado por todos. Foi anunciado que dali a aproximadamente um ano ambos se casariam...

Pessoas que Clara pouco conhecida vinham lhe cumprimentar formalmente, desejando-lhe felicidades. Sentia-se estranhamente deslocada e constrangida. "Não consigo compreender o que eu mesma sinto..." – pensava enquanto o pastor vinha abraçá-la.

Correspondeu sem afeto ao ato do homem a quem ouvia falar sobre as verdades celestiais todos os domingos. " Por que suas palavras não me tocam como as de John?... Sei que John é o homem que eu amo, mas... Este outro também não deveria pronunciar a verdade como algo que realmente vive?"

Seus filhos o chamavam para comer mais um pedaço de bolo e o homem afastou-se dela. Clara observava-o sem admiração, imaginando que alguém que exerce uma função tão importante deveria ser diferente.

Recordou-se do dia em que John encontrou na rua um mendigo caído no chão. Eles passeavam pelo centro da cidade e o rapaz, vendo o homem, aproximou-se com amor.

Aquele ato fez com que Clara o admirasse ainda mais. Conversando com aquele ser humano desprezado pelos outros, a jovem percebeu a grandeza do coração do seu anjo azul. Mas, ele não apenas conversou. Levou-o consigo para o templo.

Recusou-se. Aquele homem que pregava o "... Amor de Deus que excede a todo entendimento ... " negou-se a dar abrigo a uma pessoa que nada tinha. John levou-o para casa.

Imaginem só a cara da Sra. Joan quando o filho subiu as escadas da casa com o maltrapilho! Mas, sabia que não adiantaria nada pedir-lhe que não fizesse aquilo ...

Hoje, dia de festa, lá estava o Sra. Francisco, limpo e feliz com a esposa. John arrumara-lhe um emprego, casa e dera o que mais tinha: amor. Principalmente amor. Amava assim, demonstrando em atos, o que havia em seu coração.

Clara observava-o. Sempre tratava a todos de igual modo. O prefeito, que o vira crescer e o cobiçara para uma das filhas, os ajudantes da fazenda. Seu anjo azul era realmente um anjo, ser de outro planeta, parecia não compartilhar da natureza das outras pessoas. Ria ao pensar assim, temia que Deus o tirasse dela.

" Ele não leva para si as pessoas boas?... " Sempre ouvira a Sra. Virgínia afirmar isso. Temia também que não estivesse dando a Deus a primazia em sua vida. Mas, afastava o pensamento.

Teimoso. John era muito teimoso. Fazia as coisas de seu modo e, parecia não escutar aos outros. Era radical em alguns posicionamentos, principalmente quanto ao comportamento cristão. Quando cismava com alguém, era difícil convencê-lo de aproximar-se da pessoa. Era assim com um rapaz da igreja que chamava-se Leonardo.

Pertencia à família mais rica da cidade. Procurava a todo custo aproximar-se de John, mas sem motivo aparente algum, John não o apreciava. Alegava que o pai deste não comportara-se bem com o seu, mas ninguém engolia esta desculpa.

- Os filhos não devem pagar pelos erros dos pais... – dizia a Sra. Joan sempre surpresa para com aquela infundada antipatia do filho.

- Cadê seu amor, irmãozinho? Thomas, cínico, sentia uma pontinha de prazer ao ver que o irmão também cometia erros.

- Ele é tão gentil ... Deise também não entendia.

John não refutava os comentários. Aliás, nada dizia. Mas, afastava-se de qualquer atividade da qual Leonardo participasse.

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