1. [REESCRITO]

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៸៸  Todos os dias, eu sonho com a mesma coisa, um silêncio ecoando por um ambiente vazio e escuro, me torturando enquanto ouço uma voz abafada chorando, a dor em meu peito aumenta, quando eu finalmente acordo desse pesadelo que me impede de continuar dormindo.

    ─ Meu nome é Sota, estou na beira de completar meus quinze anos, por estar perto de completar, com a ajuda de meus pais, eu estou prestes a entrar na melhor escola de ensino do Japão: Yuuei High School, ou conhecida como U.A! Eles treinam alunos que desejam ser heróis no futuro e isso não é diferente comigo.
    A minha vida não tem nada de diferente e assustadora como a maioria das pessoas, eu tenho um pai e uma mãe presente, eles trabalham muito, mas sempre arrumam um tempo comigo, são atenciosos e amorosos, meu desejo de ser um herói para os proteger só aumenta a cada dia. Porém, desde que eu completei quatorze anos, há algo em mim que me impede de dormir... ◜A voz.◝, eu não sei de onde ela veio ou para onde ela vai, ela só permanece aqui, sempre aqui. Por conta dos estudos na U.A, mamãe e papai acabaram alugando uma casa por perto, e pelas marcas nas paredes, acredito que a pessoa que dormia aqui não era muito sã; mamãe me explicou que a casa era de uma mulher que morava com o filho, mas ele havia se tornado um vilão e no final da sua jornada ele  ៸៸  se matou. Isso no começo havia soado idiota, se ele havia se tornado um vilão, tinha a liberdade de fazer o que bem entendesse não? ─ Mas, por culpa dessa voz, eu entendi uma coisa que sempre me cegou...  ៸៸  Ninguém realmente possuí uma liberdade que seja verdadeira, nem heróis e nem vilões, todos estão presos sobre algo igualmente, os inocentes estão presos ao papel de obedecer e agir de acordo com seu roteiro, pedir ajuda. Os vilões, estão presos ao papel de ser mal e receber ordens de alguém mais forte que eles, vivendo em seu ciclo infinito de caos, onde em algum momento, eles vão se cansar. E por fim, os heróis, eles vivem em seu ciclo de querer uma paz que não existe, e mesmo que em algum momento consigam, ela uma hora vai acabar, pois esse é o ciclo natural do mundo, uma hora, alguém vai ser mal, porque no final das contas, o mundo precisa de maldade.

    ─ Então, de acordo com a jornada do Vilão que morou aqui, ele percebeu que o mundo não teria uma salvação, e queria acreditar que sua presença fosse atrapalhar aqueles que procurassem uma paz de mentira para aliviar seu desespero interno. ─ Bem, é isso que eu penso. ─ Vamos desempacotar essas caixas idiotas. ─ Pensei, abrindo as caixas que estavam no corredor. Uma nova vida começa, Sota.
    Após arrumar todas as minhas coisas que estavam na caixa, terminei colando um pôster para esconder um pouco dos arranhões que haviam nas paredes. Desci as escadas, vendo papai e mamãe sentados conversando sobre coisas de trabalho, fui ao armário e peguei um pacote de bolacha, logo devorando ela. Avisei que iria sair, eu queria conhecer um pouco do bairro, então, abri a porta e a fechei, guardei a chave em meu bolso e caminhei, ainda devorando a bolacha.
    Por incrivelmente estranho que parecesse o lado em que morávamos, o outro era realmente lindo, havia um parque, então me sentei no banco comendo enquanto notava o pôr do sol, sumindo aos poucos. Crianças atrás de mim corriam enquanto algumas a tentavam pegar, vendo por esse lado, era algo realmente bom de se presenciar, para elas, tão inocentes, o caos do mundo aqui de fora não existia.
    Mesmo tendo meus pais, e uma vida normal, a única coisa que me incomodou durante minha vida, foi a minha individualidade, nunca me afetou ela, mesmo com pessoas dizendo que ela iria ser inútil ao próximo, porque eu poderia me tornar um vilão. ─ Eu nunca achei inútil... ─ Pensei, olhando minha mão.

៸៸  ─ Talvez não seja.

    Uma voz ecoou pela minha cabeça como um sinal, diferente das outras vezes, isso não me incomodou, realmente, essa voz poderia ser bem bipolar quando queria.
    Minha individualidade consistia em manipulação e transformação, eu manipulava as emoções, e me transformava em coisas que fossem realmente medonhas aos olhos dos outros, como seu pior pesadelo. Por ser descendente de elfos, eu sempre fui chamado de Shadow Elf, então, eu aproveitava minha individualidade de transformação e sempre mantive minha aparência humana, era melhor assim.
    De repente, eu senti uma emoção forte vindo de dentro de mim, talvez da voz. Um garoto loiro junto a um de cabelos vermelhos passaram em minha frente, o loiro parecia bem exaltado ao garoto de cabelos vermelhos. E então, algo de seu bolso caiu, um cartão escolar.

Nome: Katsuki Bagukou.
Idade: 15 anos.
Individualidade: Explosão.
Período atual: Estudante U.A

    ─ Kacchan. ─ Algo ecoou pelo meu vazio, segurando forte o cartão que caiu do bolso do garoto de cabelos loiros.

Ei! ─ Chamou, recebendo o olhar dos dois garotos. ─ Você derrubou. ─ Apontou o cartão para o loiro.

Tsc. ─ Puxou o cartão da mão do Sota, se virando e andando sem o garoto de cabelos vermelhos, recebendo um alto "OBRIGADO!".

    ─ Kacchan... ─ A voz novamente ecoou em meu vazio, dessa vez com um tom melancólico, me dando fortes dores em meu coração. Talvez a voz e esse loiro nunca tiveram uma despedida, e agora, nunca vão ter, isso era tão triste.

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muito melhor.

I'M NOT A HERO: A Reencarnação. -Villain Deku. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora