4. [REESCRITO]

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¦O loiro em minha frente, desviou o olhar, e então, eu fui até a mesa do garoto morto e me abaixei para olhar sua foto melhor. ─ Hum... ─ Pensei, pegando a imagem e a olhando melhor, algo me dizia que ele não era estranho para mim. Balancei o quadro algumas vezes e observei mais um pouco, tentando forçar a memória da onde eu o conhecia.

O que está fazendo? ─ Perguntou Bagukou, confuso.

¦Ignorei sua pergunta, ainda tentando me lembrar desse garoto. Cabelos verdes, sardas e uma pele clara, esse sorriso não me era estranho, onde eu vi alguém com esse sorriso?

៸៸  Eu tinha treze anos, foi quando comecei a escutar essa voz, mas antes dos sons, eu via a imagem de um garoto, ele tinha um sorriso largo e contagiante. ─ Foi então, que de repente, a voz surgiu, ela nunca me disse seu nome ou da onde veio, ela apenas me fazia companhia, durante essa idade, eu sempre me sentia sozinho e depois que a voz apareceu, tudo pareceu mais fácil.

Espera... ─ Pensei, arregalando os olhos e colocando o quadro de volta no lugar, enquanto me ajoelhava assustado.

Izuku Midoriya? ─ Pronunciou baixo.

៸៸  ─ Hum? ─ A voz expressou confusão. ─ Sim? ─ Disse de forma calma.

¦A voz, ela era Izuku Midoriya. Vivi esse tempo todo conversando com uma pessoa que existiu, mas está morta, por que? Me levantei e fui direto ao banheiro, vendo que não tinha ninguém, encarei o espelho.

Você... é Izuku Midoriya? ─ Perguntou o garoto, assustado.

¦Antes mesmo de receber uma resposta, meu reflexo se tornou o garoto do retrato, dando uma leve risada e me encarando.

៸៸  ─ Olá Sota! Parece que você descobriu... demorou um pouco, certo? ─ Disse Izuku, em um tom brincalhão.

Por que está na minha cabeça, ainda? Meus dias de ter um amigo imaginário já passaram. ─ Tentou ser irônico, mas claramente estava nervoso.

៸៸  ─ Bem, mesmo que eu desejasse sumir, não há como! ─ Riu baixo.

E por que não? ─ O olhou em choque.

៸៸  ─ Assim como eu, você deseja a morte. Eu poderia simplesmente ter apagado sua existência e iniciado a minha, mas... ─ Interrompeu a si mesmo, procurando as palavras certas. ─ Você possuí um novo motivo para existir e apenas não aceita isso. ─ Levantou as duas mãos, dando de ombros.

E qual seria meu motivo para existir, Izuku? ─ Questionou em raiva.

៸៸  ─ A morte de seus pais. ─ O olhou com confiança em seus olhos, recebendo um olhar vazio em resposta. ─ Sota, Sota... não deseja descobrir quem arrancou o direito de viver dos seus pais? ─ Arrumou a luva em sua mão, com um sorriso sádico. ─ Eu posso o ajudar! ─ Sorriu, fechando os olhos.

Você claramente emite um cheiro de vilão enorme, então por que eu aceitaria? ─ O olhou vazio.

៸៸  ─ Porque você precisa de mim, ou vai realmente acreditar que sua individualidade vem da sua própria capacidade? ─ Riu insanamente, vendo a esperança no olhar de Sota morrer. ─ Espera! Você realmente acreditou que nasceu tão forte assim? ─ Riu histericamente. ─ Aí, aí, espera, meu estômago, preciso de ar. ─ Disse respirando, ainda com seus resquícios de risada. ─ Fala sério garoto, seus pais são humanos, e a individualidade deles é uma completa porcaria. Ou você realmente acreditava que iria se tornar um enorme herói jogando água por aí? ─ O olhou insanamente, com um sorriso sádico. ─ Agradeça ao meu lindo demônio por lhe emprestar o corpo dele, para que tenha uma individualidade. Seu nome é Donker Held! Ele é mansinho! ─ O olhou sorrindo.

¦Então, nunca foi esforço meu, eu odiava tanto o fato de ter tudo e ser mimado, mas e essa situação? Eu, nunca fui esforçado, Izuku me deu uma individualidade como se não fosse nada e ignorou a herança que meus pais me deram, tudo o que restou deles...

Tire esse demônio de mim, Izuku. ─ Olhou em raiva, vendo o garoto o olhar assustado e em confusão. ─ Tudo o que restou dos meus pais foi a água que saí de meu corpo. ─ Disse, socando a pia com raiva. ─ Para você é realmente uma porcaria, você não tem ninguém além da sua própria escuridão. Mas para mim, é a herança deles, e a única coisa que restou. ─ Olhou em suas mãos.

៸៸  ─ Como? ─ Expressou surpresa.

O que meus pais tinham não era inútil, eles se esforçaram para serem algo e foram! ─ O olhou em fúria.

៸៸  ─ E o que caralhos eles foram? ─ Alterou o tom.

MEUS PAIS! ─ Gritou em raiva. ─ Eles foram meus pais, Izuku. Talvez você nunca tenha tido algo assim, então não vai entender como me sinto quando diz que eles foram inúteis. Eu não me importo com poderes, isso nunca veio a minha cabeça, eu fui feliz, tive pais presentes e amorosos, eles estavam comigo quando precisei. ─ O olhou com pena. ─ Você não tem nada além de escuridão, Izuku. ─ Riu fraco.

Realmente, eu não tinha nada além de escuridão. ─ Pensei, voltando ao escuro da mente de Sota. Eu não tinha nada além de escuridão, a minha luz, não precisa de mim, Bagukou não precisa mais de mim, ele tem Kirishima agora, e eles estão felizes, não é? É claro que estão... ─ E minha mãe, ela parece ter finalmente superado, então, por que eu voltaria? Por que eu estragaria o final feliz que todos estão tendo?

I'M NOT A HERO: A Reencarnação. -Villain Deku. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora